quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

 



CINCO-MARIAS

 

Medo na infância

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com


Lagartixa? Vejam só!

Isso parece piada…

Nem ligo pra lagartixa!

Acho ela uma coitada!

Sabe do que eu tenho medo?

Que me dói o coração?

Até me arrepia a espinha…

Tenho medo… de injeção! 
(Ruth Rocha)

 

Todos nós sentimos medo: do escuro, de aranha, de ficar doente, de ficar sozinho. Ter medo é normal e, por isso, os medos infantis não devem ser encarados como algo incomum. Seu filho vai sentir medo de muitas coisas e isso faz parte do próprio crescimento.

Aos seis anos, no geral, surgem os medos mais concretos, como de ladrões, de ser criticado ou de perder os pais…

O que ajuda a criança?

A insegurança perde força com o diálogo. Se o medo for de bandido, por exemplo, reforce a importância de ficar perto de adultos conhecidos. Para a criança se sentir confiante longe da família, diga que alguém sempre estará cuidando dela na escola (professores e coordenação são atentos). E se houver perguntas sobre morte, não invente histórias, diga a verdade de forma honesta, mas delicada, levando em consideração a idade do seu filho.

Pais com medo do medo do filho?

Repetindo: o medo faz parte da vida. Entender isso e atender o filho com atenção, mas sem ansiedade, é a atitude mais saudável, pois, do contrário, os pais correm o risco de se tornarem superprotetores, empurrando o filho para um tipo de redoma de vidro que impede o contato orgânico da criança com a vida, seus desafios e oportunidades de aprendizado…

Ainda, o medo na infância pode ser entendido como um bom sinal, pois é a primeira maneira da criança de se perceber diferenciada da mãe, de tomar consciência de si como um ser único. E é a partir do reconhecimento de si mesma que ela vai começando a trilhar os caminhos para crescer e se desenvolver, tornando-se independente dos pais, que são seus primeiros objetos de inter-relação social.

Cabe a nós, pais e educadores, procurar assegurar para os nossos filhos um ambiente emocional seguro e afetivo. Pois somos o porto seguro das nossas crianças, por mais desafiante que seja essa responsabilidade, não é verdade? 

 

Notinha

 

Nas escolas ou no consultório, costumamos sugerir às famílias a literatura, pois os bons livros sempre ajudam as crianças. Por exemplo, o livro “Quem Tem Medo?”, da escritora Ruth Rocha, faz uma lista de todos os temores existentes. Por meio de versos rimados, a obra dialoga de forma tranquila com o leitor e mostra que, seja medo de injeção ou de piolho, ele não está sozinho nessa… Já o livro “Alguns medos e seus segredos”, da Ana Maria Machado, é dividido em três histórias: “Mãe com medo de lagartixa”, “Com licença, seu bicho-papão” e “O lobo mau e o valente caçador”. Todas elas são narradas com bom humor e mostram à criança que o medo não é privilégio de alguns sortudos. Porque, como a própria autora aponta, “quem parece sempre forte, no fundo é meio sem sorte – tem que aguentar bem sozinho, sem ajuda, nem carinho”.

 

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Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

 

 

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