CINCO-MARIAS
Sobre pais:
divorciados ou solteiros
EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
A verdadeira educação é aquela que vai ao encontro da criança para realizar a
sua libertação. Maria Montessori
Todo mundo conhece várias mães divorciadas ou
solteiras, mas há também os pais divorciados ou solteiros. Embora eles sejam
mais difíceis de encontrar, existem e tentam dar aos filhos amor e o melhor
acolhimento possível…
Conheci o Marcelo na escola de música da minha
filha. Ele é pai do Fabrício, 6 anos. Divorciado da mãe do menino há mais de
cinco anos, ele assumiu integralmente o filho, pois a ex-mulher reside desde o
divórcio em Portugal.
Marcelo conta que procura manter contato com a mãe
do Fabrício para que o filho cresça tendo esse vínculo. Mãe e filho se falam
sempre aos domingos e com isso o laço é revigorado. Mas, no dia a dia, são ele
e o filho...
Por trabalhar como autônomo, Marcelo pode ficar com
o filho no período da manhã, segundo uma rotina: acordar cedo, fazer
exercícios, cuidar da casa, acompanhar as tarefas escolares do filho, preparar
e servir as refeições, brincar com o Fabrício no pátio do condomínio ou na
pracinha vizinha ao edifício... À tarde o menino vai para a escola.
Sem olvidar que a vida também é correria, desafios,
Marcelo e Fabrício contam, é claro, com uma rede de apoio: “tenho mulheres
importantes na minha vida, já que fui criado com uma família formada
principalmente por mulheres”. Ou seja, no dia a dia, conto com esse privilégio
de apoio – minha mãe e irmãs me ajudam e dão ao Fabrício presença, carinho,
reforço de princípios e valores…
Marcelo acrescenta: “eu próprio fui criado sem a
presença de um pai. Então, percebi a importância da oportunidade de ser um pai
que não tive para o meu filho. Quando você encara a paternidade, a conexão com
o filho é um processo natural”.
Na nossa cultura, a figura do pai solteiro/divorciado
não é muito comum, por isso muitas pessoas têm dúvidas sobre os direitos dos
homens que criam filhos sozinhos. Por exemplo, é frequente que surjam perguntas
como: “pai solteiro pode receber auxílio do governo e participar de programas
sociais?” ou “pai solteiro pode adotar crianças?”.
Nesses casos, não há distinção de gênero. Qualquer
pessoa maior de 18 anos, independentemente de gênero ou estado civil, pode
fazer uma adoção, desde que se cumpram os requisitos legais.
Do mesmo modo, famílias monoparentais (em que há
apenas um cuidador) chefiadas por homens também têm direito aos programas
sociais dos governos federal, estaduais e municipais.
Assumir a paternidade é uma decisão. E o vínculo
com os filhos se fortalece seguindo uma rotina de amor, atenção e convivência.
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da
consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra
cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de
São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
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