CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
A natureza é
perfeita. Para evitar o gasto de energia, as folhas das árvores caem no outono
e, naturalmente, o alaranjado cria um tapete belíssimo nas calçadas e ruas. As
árvores não mantêm a aparência a qual não podem no momento.
Nessa estação, tudo
se torna agradável: o vento sopra mais fresco; o brilho do céu se acentua tanto
à noite, quanto de dia; o bem-estar da vida é lançado para quem quiser
sorvê-lo.
Cada folhinha que se
desprendera faz agora parte de um novo cenário: “Na natureza nada se cria, nada
se perde, tudo se transforma”, conforme Lavoisier. As cortinas do palco estão
abertas e o espetáculo nunca para. O tempo organiza cada ato.
Meus olhos buscavam
os detalhes das folhinhas laranjas caídas na calçada. Em meio a inúmeras delas,
escolhi uma para sentir a beleza de mais perto. Quantas ramificações estão
marcadas em cada textura; perfeitos espaços entre elas. A leveza, o cheiro, a
forma, tudo em harmonia.
Quando estão verdes
nas árvores, as folhas, todas juntinhas, montam um grande “sombrero” para dar
proteção a outros seres menores; quando, já no chão, transformam o cinza
asfalto num caminho agradável de se passar, ver e sentir. Ou seja, a natureza
sempre é coerente com suas atitudes.
– Que o homem observe
um trechinho por dia desta “senhora” companheira e, assim, possa se melhorar e,
consequentemente, transformar o meio em que está – são minhas observações.
Com a folhinha na
mão, levantei-me e olhei ao redor; as pessoas nem se davam conta da formosura.
Continuei os passos em direção ao trabalho. Olhei para o céu... senti a vida.
Mais um dia de outono
com as folhas laranjas.
Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/
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