terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Estou mais vivo do que nunca!"


ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
De Guarani, MG

Milton Claudino era um moço forte de Astolfo Dutra. Motorista de caminhão, passava a maior parte de sua vida cruzando as estradas deste País. Numa época em que nem se sonhava com asfalto!
Era materialista. Ateu, não acreditava em nada. Mas era um moço bom, útil à sociedade, trabalhador.
Um dia, retornando de uma viagem ao Nordeste, na subida da serra de Muriaé, o caminhão desce pela ribanceira e ele morre na hora!
Dias depois, minha mãe é acordada de noite, com alguém batendo na janela e chamando pelo Amaury, meu irmão, a quem pedia em voz alta as chaves do caminhão acidentado. Minha mãe, pensando tratar-se de meu cunhado que pudesse estar pedindo socorro para a esposa em trabalho de parto, abre a janela e leva o maior susto! Era o Milton, espírito, que, ignorando sua condição de desencarnado, vinha buscar as chaves do caminhão que o Amaury recolhera, logo após o acidente. Ele pensava, então, que pudesse continuar dirigindo.
Na noite seguinte, reunidos na Cabana Espírita Abel Gomes, casa-máter do Espiritismo em minha terra, nem precisamos evocá-lo. Lá já estava ele, levado pelos mentores da casa.
Sua comunicação foi muito interessante. Ele batia no peito da médium que lhe servia de instrumento e dizia, com convicção: - "Que é isso, Arthur?! Estou mais vivo do que nunca! A mesma capacidade de ver, de ouvir, de andar, de querer! Isso é morte? Que é isso?"
Levado à recordação do acidente, um dado plenamente revelador emerge dos fatos que ele próprio nos relata: Pouco antes da subida da serra, ele parara para abastecer o caminhão e tomar um café, espantando o sono que começava a chegar. Nisto um jovem desencarnado entra na cabine, como carona, e, inconscientemente vai minando as energias do caminhoneiro já cansado.
No ponto mais crítico da subida da serra, nosso amigo cochilou. E o inevitável aconteceu.


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