ARTHUR BERNARDES DE
OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
De Guarani, MG
Milton
Claudino era um moço forte de Astolfo Dutra. Motorista de caminhão, passava a
maior parte de sua vida cruzando as estradas deste País. Numa época em que nem
se sonhava com asfalto!
Era
materialista. Ateu, não acreditava em nada. Mas era um moço bom, útil à sociedade,
trabalhador.
Um dia,
retornando de uma viagem ao Nordeste, na subida da serra de Muriaé, o caminhão
desce pela ribanceira e ele morre na hora!
Dias depois,
minha mãe é acordada de noite, com alguém batendo na janela e chamando pelo
Amaury, meu irmão, a quem pedia em voz alta as chaves do caminhão acidentado.
Minha mãe, pensando tratar-se de meu cunhado que pudesse estar pedindo socorro
para a esposa em trabalho de parto, abre a janela e leva o maior susto! Era o
Milton, espírito, que, ignorando sua condição de desencarnado, vinha buscar as
chaves do caminhão que o Amaury recolhera, logo após o acidente. Ele pensava,
então, que pudesse continuar dirigindo.
Na noite
seguinte, reunidos na Cabana Espírita Abel Gomes, casa-máter do Espiritismo em
minha terra, nem precisamos evocá-lo. Lá já estava ele, levado pelos mentores
da casa.
Sua
comunicação foi muito interessante. Ele batia no peito da médium que lhe servia
de instrumento e dizia, com convicção: - "Que é isso, Arthur?! Estou mais
vivo do que nunca! A mesma capacidade de ver, de ouvir, de andar, de querer!
Isso é morte? Que é isso?"
Levado à
recordação do acidente, um dado plenamente revelador emerge dos fatos que ele
próprio nos relata: Pouco antes da subida da serra, ele parara para abastecer o
caminhão e tomar um café, espantando o sono que começava a chegar. Nisto um
jovem desencarnado entra na cabine, como carona, e, inconscientemente vai
minando as energias do caminhoneiro já cansado.
No ponto mais
crítico da subida da serra, nosso amigo cochilou. E o inevitável aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário