sábado, 5 de janeiro de 2013

Pérolas literárias (17)


Ajuda e passa

Alberto de Oliveira

Estende a mão fraterna ao que ri e ao que chora:
O palácio e a choupana, o ninho e a sepultura,
Tudo o que vibra espera a luz que resplendora,
Na eterna lei de amor que consagra a criatura.

Planta a bênção da paz, como raios de aurora,
Nas trevas do ladrão, na dor da alma perjura;
Irradia o perdão e atende, mundo afora,
Onde clame a revolta e onde exista a amargura.

Agora, hoje e amanhã, compreende, ajuda e passa;
Esclarece a alegria e consola a desgraça,
Guarda o anseio do bem que é lume peregrino...

Não troques mal por mal, foge à sombra e à vingança,
Não te aflija a miséria, arrima-te à esperança.
Seja a bênção de amor a luz do teu destino.


Alberto de Oliveira nasceu em Palmital de Saquarema (RJ), em 1859, e faleceu em Niterói, em 1937. Farmacêutico, dedicou-se principalmente ao Magistério. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, parnasiano de escol, foi tido como Príncipe dos Poetas de sua geração. O soneto acima integra o Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.


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