Uma leitora
enviou-nos as seguintes perguntas relacionadas com as criaturas do reino
animal:
1) Uma irmã
tem uma cachorra cega que, devido a uma enfermidade, não está conseguindo
levantar-se nem comer. O veterinário decidiu sacrificá-la. Temos o direito de
tirar a vida desse animal?
2) Quando
autorizamos o sacrifício de um animal, por ele estar em sofrimento e doente,
teremos responsabilidade por esse ato?
3) Não tendo
os animais consciência dos próprios atos e não sendo dotados de razão e
discernimento, eles não sofrem expiação. Em que, então, esses sofrimentos os
ajudariam?
Com relação
ao problema da dor que acomete os animais, o assunto já foi tratado por nós na
seção “O Espiritismo responde” da edição 186 da revista espírita “O Consolador”,
que os interessados podem ler clicando em http://www.oconsolador.com.br/ano4/186/oespiritismoresponde.html
Os animais
não estão realmente sujeitos à expiação, e a dor por que passam é explicada num
dos textos contidos na obra Ação e Reação,
de André Luiz, na qual o Instrutor Druso diz que podemos identificar na
experiência terrestre três tipos de dores:
a dor-evolução, a dor-expiação e a dor-auxílio.
Referindo-se
diretamente ao caso dos animais, Druso afirma: "A dor é ingrediente dos
mais importantes na economia da vida em expansão. O ferro sob o malho, a semente na cova,
o animal em sacrifício, tanto quanto a criança chorando, irresponsável ou
semiconsciente, para desenvolver os próprios órgãos, sofrem a dor-evolução, que
atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria progresso”.
A
dor-evolução, cujo objetivo notório é o aprimoramento do ser, nada tem que ver
com atos do passado. É o que ocorre com os animais, não somente aqueles que
vivem em nosso meio, como os cães, vítimas de tantas enfermidades e problemas,
mas sobretudo com os que vivem em plena selva. Imaginemos o sofrimento de uma
presa abatida por seu predador e estraçalhada antes mesmo de ocorrer sua morte
corpórea.
Quanto ao
sacrifício dos animais enfermos, recorremos ao que pensava o saudoso confrade
Marcel Benedeti, médico veterinário desencarnado em fevereiro de 2010, que
escreveu um livro sobre os animais e seu destino espiritual.
Em entrevista
publicada pela Revista Cristã de Espiritismo, ed. 29, em 2004, perguntaram-lhe
como ele analisava a questão da eutanásia praticada com animais. Benedeti respondeu:
“O ser humano tem o carma, o animal não. O animal tem consciência, mas muito
mais restrita, em relação ao ser humano. Ele segue muito mais os seus
instintos. Então, como não tem carma, a eutanásia deve ser o último recurso
utilizado; o veterinário deve fazer todo o possível para salvá-lo. Se o animal
estiver sofrendo muito e não existir outra maneira, o plano espiritual não
condena, porque é um aprendizado tanto para o animal quanto para o dono que
precisa tomar a decisão”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário