Os flagelos naturais, a dor, as guerras
Este é o módulo 43 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Fundamentalmente considerada, que é a dor?
2. A lei do carma, ou lei de causa e efeito,
atinge somente os indivíduos?
3. Como podemos explicar, ante a bondade de Deus,
a existência dos flagelos naturais?
4. Podem ocorrer flagelos aos quais o homem nada
pode opor, senão a sua submissão?
5. Por que Deus permite que ocorram as guerras?
Texto para leitura
A dor é uma lei de equilíbrio e educação
1. Tudo o que vive neste mundo – a natureza, os
animais e os homens – sofre e, todavia, o amor é a lei do Universo e foi por
amor que Deus formou os seres. Esse fato estabelece uma contradição,
aparentemente horrível, que já perturbou muitos pensadores e os levou à dúvida
e ao pessimismo.
2. O animal está sujeito à luta ardente pela vida.
Entre as ervas do prado, as folhas e a ramaria dos bosques, nos ares, no seio
das águas, por toda a parte desenrolam-se dramas ignorados.
3. Quanto à Humanidade, sua história não é mais
que um longo martirológio. Através dos tempos, por cima dos séculos, rola a
triste melopeia dos sofrimentos humanos. A dor segue-nos os passos,
espreita-nos em todas as voltas do caminho, e, diante dessa esfinge que o fita
com seu olhar estranho, o homem faz a eterna pergunta: Por que existe a dor?
4. Fundamentalmente considerada, ensina Léon
Denis, “a dor é uma lei de equilíbrio e educação”. Neste sentido, os flagelos
destruidores são permitidos por Deus para que a Humanidade possa “progredir
mais depressa”. A palavra “flagelo” tem sido, aliás, interpretada geralmente
como algo prejudicial, quando, na realidade, representa o meio pelo qual as
transformações necessárias ao progresso humano se realizam mais rapidamente.
A Lei do Carma atinge pessoas e coletividades
5. Evidentemente, existem outros processos menos
rigorosos para levar os homens ao progresso, e Deus os emprega todos os dias,
visto que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do
mal. O homem, porém, não aproveita esses meios, o que torna necessário seja atingido
no seu orgulho e levado a sentir sua própria fraqueza.
6. Com o abatimento do orgulho, a Humanidade se
transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação é
assinalada por uma crise, que é para o gênero humano o que são, para as
pessoas, as crises de crescimento. Essas crises tornam-se muitas vezes penosas,
dolorosas, mas são sempre seguidas de uma fase de grande progresso material e
moral.
7. Quando os flagelos naturais – os cataclismos,
as enchentes, a fome generalizada, as epidemias, as pragas que assolam as
plantações, a seca, os terremotos, os ciclones, os maremotos e as erupções
vulcânicas – se abatem sobre a Humanidade, muitos se revoltam contra Deus e
perdem, desse modo, oportunidades valiosas de compreensão do significado de tais
acontecimentos.
8. Ignora o homem que a Lei do Carma ou de Causa e
Efeito exerce sua influência inelutável sobre as pessoas, individualmente
consideradas, e sobre os grupos sociais. Assim, quando uma família, uma nação
ou determinada etnia busca algo que lhe traga maiores satisfações, esforça-se
por melhorar suas condições de vida ou adota medidas que visem a acelerar seu
desenvolvimento, sem prejudicar ou fazer mal a outrem, estará contribuindo para
a evolução da Humanidade, e isso é muito bom. Ela receberá, então, novas e mais
amplas oportunidades de trabalho e progresso, que conduzem os elementos que a
constituem a níveis cada vez mais elevados.
Muitos flagelos são fruto apenas da imprevidência do homem
9. Se, porém, procede ao contrário, sofrerá, mais
cedo ou mais tarde, a perda de tudo o que adquiriu injustamente, em
circunstâncias mais ou menos trágicas e aflitivas, conforme o grau de malícia e
crueldade que tenha caracterizado as suas ações. É assim que, mais tarde, em
outras existências planetárias, são chamadas a expiações coletivas ou
individuais, sob a forma de flagelos destruidores.
10. Cabe assinalar também que muitos flagelos
resultam tão somente da imprevidência do homem, que os vai conjurando à medida
que adquire conhecimento e experiência. Há, no entanto, entre os males que
afligem a Humanidade alguns de caráter geral, previstos nos decretos da
Providência, dos quais cada pessoa recebe, mais ou menos, o contragolpe. A
esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus.
11. Na primeira linha dos flagelos destruidores,
naturais e independentes do homem, devem ser colocadas a peste, a fome, as
inundações e as intempéries fatais à produção agrícola. Enfrentando tais
flagelos, o homem é impulsionado pela necessidade a buscar soluções para
libertar-se do mal que o ataca. É por isso que a dor se torna um processo, um
meio de equilíbrio e educação, como vimos anteriormente.
12. Até mesmo as guerras, que nada mais
representam do que a “predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual”,
acabam gerando a liberdade e o progresso da Humanidade. Essa é, aliás, a causa
pela qual Deus permite que haja guerras e todas as suas funestas consequências,
porque o homem, ao contato com a dor, se liberta, por um lado, do seu passado
de erros e, por outro, burila as tendências más que ainda o fazem manter-se
moralmente atrasado. Parece que um mundo diferente nasce sobre os escombros
causados pela violência dos conflitos.
Respostas às questões propostas
1. Fundamentalmente considerada, que é a dor?
Diz Léon Denis que “a dor é uma lei de equilíbrio
e educação”. Os flagelos, as doenças e tudo isso que provoca sofrimento no
mundo em que vivemos representam meios pelos quais as transformações
necessárias ao progresso humano se realizam mais rapidamente.
2. A lei do carma, ou lei de causa e efeito, atinge somente os
indivíduos?
Não. A lei de causa e efeito atinge também os
grupos sociais e as coletividades.
3. Como podemos explicar, ante a bondade de Deus, a existência dos
flagelos naturais?
Muitos flagelos resultam tão somente da
imprevidência do homem, que os vai conjurando à medida que adquire conhecimento
e experiência. Mas existem, entre os males que afligem a Humanidade, alguns de
caráter geral, previstos nos decretos da Providência, dos quais cada pessoa
recebe, mais ou menos, o contragolpe, visto que sua ocorrência é um processo,
um meio de equilíbrio e educação, uma necessidade do desenvolvimento espiritual.
4. Podem ocorrer flagelos aos quais o homem nada pode opor, senão a sua
submissão?
Sim. Há flagelos que a ciência é capaz apenas de
prever, mas não pode evitar, diante dos quais o habitante da Terra é
absolutamente impotente.
5. Por que Deus permite que ocorram as guerras?
Muito embora as guerras nada mais representem do
que a predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual, Deus
permite que ocorram visto que o homem, ao contato com a dor e suas funestas consequências,
liberta-se do seu passado de erros e burila as tendências más que ainda o fazem
manter-se moralmente atrasado. O fato concreto é que um mundo diferente parece
nascer sobre os escombros causados pelos conflitos.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 40 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/08/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_10.html
Módulo 41 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/08/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_17.html
Módulo 42 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/08/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_24.html
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