quinta-feira, 18 de julho de 2019




 A importância de cuidar do próprio corpo

Este é o módulo 141 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Utilizada por Jesus, a expressão “a carne é fraca” é correta ou não passa de um equívoco?
2. Como o Espiritismo sugere que cuidemos do nosso corpo material?
3. A proposta contida na velha máxima “mente sã em corpo são” deve ser interpretada de que modo?
4. A falta de cuidados com o próprio corpo pode acarretar consequências desagradáveis?
5. Por que, após haver examinado André Luiz, o médico Henrique de Luna, da colônia espiritual “Nosso Lar”, afirmou que André desencarnara devido a um suicídio? André foi suicida?

Texto para leitura

Macerar o próprio corpo não produz perfeição moral
1. Utilizada certa vez por Jesus, como podemos ler nos textos evangélicos, a expressão “a carne é fraca” tem sido repetida por pessoas que certamente atribuem ao corpo físico as atitudes infelizes e, por extensão, as quedas morais dos seres humanos. Provavelmente, outra não é a razão pela qual existem criaturas que procuram enfraquecer e mesmo flagelar o corpo, com o propósito de evitar as tentações.
2. A maceração do corpo, contudo, não produz nem significa perfeição moral porque, evidentemente, uma não leva à outra. O que se sabe é que o cuidado com o corpo material, promovendo a saúde e prevenindo as enfermidades, influi de maneira importante sobre a alma, porquanto para que essa prisioneira viva se expanda, e chegue a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar sadio, disposto, forte.
3. Com efeito, temos no corpo humano o mais sublime dos santuários e uma das maravilhas da obra divina. Da cabeça aos pés, sentimos a glória do Supremo Idealizador que, no curso incessante dos milênios, organizou para o Espírito em crescimento o domicílio de carne em que a alma se manifesta.
4. Não há dúvida de que, durante o processo reencarnatório, aprisionado ao corpo material, o Espírito se encontra reduzido em suas percepções a limites que se fazem necessários. Visão, audição, tato padecem enormes restrições. O cérebro físico é gabinete escuro, que lhe proporciona ensejo de recapitular e reaprender. Conhecimentos adquiridos e hábitos arraigados aí jazem na forma estática de intuições e tendências.

O corpo físico é o instrumento passivo da alma
5. Dentro das grades dos sentidos fisiológicos, o Espírito recebe, todavia, gloriosas oportunidades de trabalho em busca da autossuperação. Entendamos, assim: O corpo material é instrumento de manifestação do Espírito encarnado. Não é ele – corpo – que é fraco no tocante às quedas morais, mas sim o Espírito.
6. O corpo nada mais é que um instrumento passivo e é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das faculdades do Espírito. Da cessação da atividade desse ou daquele centro orgânico resulta o término da manifestação que lhe é correspondente. É daí que provém toda a sabedoria da velha máxima “mente sã em corpo são”.
7. O corpo material não funciona apartado da alma – ele é, em verdade, a sua representação. Suas células são organizadas segundo as disposições perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata um Espírito enfermo. 
8. No que se refere ao “corpo são”, tem o atletismo um papel importante e seria sua ação das mais edificantes no tocante à saúde humana, se o homem em sua vaidade e egoísmo não houvesse viciado também a fonte da ginástica e do esporte, transformando-a muitas vezes em tablado de entronização da violência e do abastardamento moral da mocidade, iludida com a força bruta e enganada pelos imperativos da chamada eugenia.  

Não cuidar do corpo é desatender à lei de Deus
9. O homem tem o dever de velar pela conservação do seu corpo. É esta uma lei absoluta, que não lhe é dado ab-rogar e, por esse motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao supérfluo os cuidados que o veículo físico reclama.
10. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando igualmente da saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela. Desatender às necessidades que a própria Natureza prescreve é desatender à lei de Deus, e tal atitude gera efeitos inevitáveis, como André Luiz registrou em sua primeira obra.
11. Quando André, após ser examinado por Henrique de Luna, escutou-o a dizer-lhe que lamentava tivesse “vindo pelo suicídio”, André protestou: "Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido a oclusão intestinal..." O médico espiritual explicou-lhe então que a oclusão radicava-se em causas profundas. "Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo", explicou-lhe Henrique. (Nosso Lar, cap. 4, p. 31 e 32.)
12. A oclusão – observou em seguida o facultativo – derivava de elementos cancerosos e estes, por sua vez, de algumas leviandades cometidas por André no campo da sífilis. A moléstia talvez não assumisse características tão graves se seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, captara destruidoras vibrações nos que o rodeavam. A cólera é manancial de forças negativas para nós mesmos. A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ofendera sem refletir, conduziam-no com frequência à esfera dos seres doentes e inferiores. Foi isso que agravou o seu estado. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas; a sífilis devorou-lhe energias essenciais; o suicídio era incontestável. (Obra citada, cap. 4, pp. 32 e 33.)

Respostas às questões propostas

1. Utilizada por Jesus, a expressão “a carne é fraca” é correta ou não passa de um equívoco?
A frase usada por Jesus não tem o sentido que alguns lhe atribuem. Ora, o corpo físico não é responsável pelas atitudes infelizes e pelas quedas morais do indivíduo. O Mestre referia-se, obviamente, à condição do Espírito reencarnado, que sofre muito a influência do meio em que vive e as restrições que a encarnação lhe impõe.
2. Como o Espiritismo sugere que cuidemos do nosso corpo material?
Temos o dever de velar pela conservação do corpo. É esta uma lei absoluta, que não é dado ao homem ab-rogar e, por esse motivo, não lhe assiste o direito de sacrificar ao supérfluo os cuidados que o veículo físico reclama. Devemos amar nossa alma, sim, cuidando igualmente da saúde do corpo, instrumento que serve à evolução daquela. 
3. A proposta contida na velha máxima “mente sã em corpo são” deve ser interpretada de que modo?
O corpo nada mais é que um instrumento passivo e é de sua condição perfeita que depende a perfeita exteriorização das faculdades do Espírito. Da cessação da atividade desse ou daquele centro orgânico resulta o término da manifestação que lhe é correspondente. O corpo material não funciona apartado da alma – ele é, em verdade, a sua representação. Suas células são organizadas segundo as disposições perispirituais do indivíduo, de modo que o organismo doente retrata um Espírito enfermo. 
4. A falta de cuidados com o próprio corpo pode acarretar consequências desagradáveis?
Sim. Desatender às necessidades que a Natureza prescreve é desatender à lei de Deus, e tal atitude gera efeitos desagradáveis.
5. Por que, após haver examinado André Luiz, o médico Henrique de Luna, da colônia espiritual “Nosso Lar”, afirmou que André desencarnara devido a um suicídio? André foi suicida?
Sim. Algumas leviandades cometidas por André Luiz no campo da sífilis, seu modo especial de agir, muita vez exasperado e sombrio, a ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com as pessoas, a quem muitas vezes ofendera sem refletir, conduziam-no com frequência à esfera dos seres doentes e inferiores. Todo o aparelho gástrico fora destruído à custa de excessos de alimentação e de bebidas alcoólicas; a sífilis devorou-lhe energias essenciais; seu suicídio, embora não consciente, fora incontestável. 

Bibliografia:
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XVII, item 11.
Elucidações evangélicas, de Antônio Luiz Sayão, p. 459.
O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questão no 127.
Emmanuel, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 184.
Livro da Esperança, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 49.
Roteiro, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 15, 16, 20 e 21.
Nosso Lar, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, cap. 4.


Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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