O fenômeno mediúnico e sua antiguidade
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
A
mediunidade continua sendo um dos assuntos que mais interesse despertam nos
conclaves espíritas, ao lado da reencarnação e dos temas relacionados com a
saúde. Não é difícil explicar tal fato, porquanto – apesar da antiguidade do
fenômeno espírita no mundo em que vivemos – é ele ainda pouco compreendido e
atrai, justamente por isso, a atenção das pessoas.
O
Antigo Testamento é pródigo em fatos que atestam o valor da mediunidade, de que
o profetismo foi em Israel, sobretudo a partir de Moisés, exemplo notável. Como
se sabe, a origem do profetismo foi assinalada por imponente manifestação
relatada nas Escrituras, quando Jeová, um dos protetores espirituais do povo
hebreu, revelou sua presença diante do homem escolhido para conduzir os
israelitas à terra prometida.
Moisés
era, como ninguém ignora, médium vidente e audiente, e foi graças a tais
faculdades que ele pôde ver e ouvir Jeová na sarça do Horeb e no monte Sinai.
Os
fenômenos mediúnicos em sua vida foram numerosos e expressivos. O condutor dos
hebreus ouvia vozes quando se inclinava diante do propiciatório da arca da
aliança. Recebeu no Sinai, escritas na lápide, as tábuas da lei. Magnetizador
poderoso, fulminou com uma descarga fluídica os hebreus revoltados no deserto.
Médium inspirado, entoou um lindo cântico logo após a derrota do Faraó e
apresentou, ainda, um gênero especial de mediunidade – a transfiguração
luminosa – quando, ao descer do Sinai, trazia na fronte uma auréola de luz.
Samuel,
outro profeta judeu, foi muitas vezes, quando dormia no templo, despertado por
vozes que o chamavam, lhe falavam no silêncio da noite e lhe anunciavam as
coisas futuras.
Esdras
reconstituiu integralmente a Bíblia, que se havia perdido, com o auxílio de um
Espírito.
Todo
o livro de Jó está repleto de elucidações e inspirações mediúnicas e sua
própria vida, atormentada por Espíritos infelizes, é um assunto que merece
estudos acurados.
A
história da mediunidade em solo israelita atingiu sua culminância com a vinda
de Jesus, cuja passagem pela Terra revela, a cada hora, o seu intercâmbio
constante com o Plano Superior, seja com os emissários de alta estirpe, seja
dirigindo-se aos aflitos desencarnados, no socorro aos obsidiados do caminho,
como também na equipe de companheiros, aos quais se apresentou em pessoa depois
da sua crucificação. Mais tarde, os próprios discípulos conviveriam com o
fenômeno mediúnico, especialmente a partir dos extraordinários acontecimentos
registrados no dia de Pentecostes que se comemorou cinquenta dias após a Páscoa
da ressurreição.
Afirma
Emmanuel que naquele dia, como informa o livro de Atos em seu capítulo 2, versículos
1 a 13, os apóstolos que se mantiveram leais ao Senhor converteram-se em
médiuns notáveis, ocasião em que, associadas as suas forças, os emissários
espirituais de Jesus produziram, por meio deles, fenômenos físicos em grande
quantidade, como sinais luminosos e vozes diretas, além de fenômenos de
psicofonia e xenoglossia, pelos quais os ensinamentos do Evangelho foram
ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências
diversas.
Pouco
mais de dezoito séculos após a crucificação do Mestre, em 18 de abril de 1857,
com o advento de O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, a mediunidade foi, novamente, o instrumento com que o Alto se
manifestou aos homens para adverti-los de que a existência terrestre é um
período transitório e bem curto na vida da criatura humana, a qual prossegue,
vibrante e magnífica, além dos umbrais da morte.
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Muito bom!! obrigada
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