quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

 



O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 7

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:


49. É preciso que haja escândalos; mas ai daquele por quem venha o escândalo. Como entender esse ensinamento?

É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque, imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque árvores más só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo. (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo VIII, itens 12 a 16.)

50. Por que Jesus promete a Terra aos brandos, se ele recomenda a renúncia aos bens deste mundo?

Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Jesus recomenda-nos apenas que não liguemos a estes últimos mais importância do que aos primeiros. Suas palavras significam também que até agora os bens da Terra têm sido açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos, e que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outras pessoas gozam até do supérfluo. Mas isso não mais ocorrerá quando a Terra, de acordo com a lei do progresso, se houver tornado um mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus, e esse é, na essência, o sentido da promessa feita por Jesus. (Obra citada, capítulo IX, itens 1 a 5.)

51. Depois da humildade para com Deus, qual é a primeira lei de todo cristão?

A lei primeira de todo cristão, depois da humildade para com Deus, é a caridade para com o próximo. (Obra citada, capítulo IX, item 4.)

52. Como o Espiritismo define a paciência?

A paciência é também caridade. Segundo o Espiritismo, a caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra existe, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência. (Obra citada, capítulo IX, item 7.)

53. Como conceituar a resignação, à luz do Espiritismo?

Tanto a obediência quanto a resignação são virtudes ativas, embora os homens erradamente as confundam com a negação do sentimento e da vontade. A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração. Quando se diz que uma pessoa é resignada, o que se quer dizer é que ela aceita de coração as coisas que não podem ser mudadas, fato que ocorre em grande número de situações em nossa vida. (Obra citada, capítulo IX, item 8.)

54. Em que consiste a misericórdia?

A misericórdia é o complemento da brandura, visto que aquele que não for misericordioso não pode ser brando e pacífico. A misericórdia consiste no esquecimento e no perdão das ofensas, o que é próprio das almas elevadas, que pairam acima dos golpes que lhes possam desferir. (Obra citada, capítulo X, itens 1 a 4.)

55. Como deve ser o perdão verdadeiro e quais os efeitos que dele decorrem? 

Há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. O perdão verdadeiro, o perdão do cristão, é aquele que lança um véu sobre o passado, e esse é o único que nos será levado em conta, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o recesso do coração e os nossos mais secretos pensamentos. Ninguém se lhe impõe por meio de vãs palavras e de simulacros. Segundo Paulo (Espírito), o esquecimento completo e absoluto das ofensas é peculiar às grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade. “Não olvideis que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras.” (Obra citada, capítulo X, itens 5, 6 e 15.)

56. Qual a causa da maioria dos casos de obsessão? 

A morte, como sabemos, não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor, donde decorre a falsidade do provérbio que diz: "Morto o animal, morto o veneno", quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar e feri-lo nos seus interesses ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, como os casos de subjugação e possessão. O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, e à qual o que a sofre deu lugar pelo seu proceder. (Obra citada, capítulo X, item 6. Ver também o item 81 do cap. XXVIII.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_24.html

 

 

 

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