terça-feira, 20 de julho de 2021

 



Apreciação das simples coisas

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Nunca se confirmou, tanto quanto agora, que apreciar as simples coisas nos dá calma e felicidade, a começar pelo fato de que a vida é o presente e o passado não se muda, quanto ao futuro, depende estritamente de hoje. Olhar os insetos caminhando entre a relva do jardim ‒ não precisa ir a uma floresta ‒ é uma cena que diminui a pressão arterial; observar como os pássaros voam tranquiliza o coração e admirar o movimento das flores numa tarde comum, que aliás tarde alguma é comum, faz o processo corporal sentir mais o equilibrado ritmo do que é a vida.

Enquanto só buscarmos as coisas terrenas perderemos a essência do que realmente precisamos buscar como espíritos que somos ‒ almas por enquanto. Dificultamos, a cada passo, no progresso que deveria ser natural, e não percebemos e reincidimos em muitas novas manhãs.

As simples coisas são dotadas das nobres essências ‒ cito algumas, pois nos esquecemos tão facilmente ‒ como amor, bondade, empatia, respeito, amizade, confiança, paciência, perseverança, solidariedade, humildade. Há muitas outras, mas essas já nos lembram da grandeza que a vida possui. Fato é que o interior é que precisa se organizar, estar em paz, pois, dessa forma, tudo o que é simples passa a tornar-se valoroso. Quanto mais o íntimo se eleva mais simplicidade passa a compor os seus dias.

Tudo o que é belo é porque foi observado primeiro pelo coração. Por isso que as crianças são o símbolo extremo da pureza, da simplicidade, pois elas são autênticas, não dissimulam, são uma parte linda do progresso, são a verdade em suas palavras, a ternura no olhar, a singeleza procurada pelo nosso interior. Também são assim os animais, puros, amorosos, sinceros e valorizam as simples coisas que os acalmam e lhes fazem bem.

Não precisamos atravessar montanhas nem cruzar continentes; para encontrarmos a calma e a felicidade busquemos o recolhimento com o Sagrado, pois, assim, compreenderemos as lindas palavras “Meu Reino não é deste mundo”. E quanto mais insistirmos nas ilusões terrenas, mais distantes estaremos dessa verdadeira ventura.

Um sorriso sereno, um amparo inesperado, o amanhecer, o som da chuva, o abraço demorado, a luz do vaga-lume à noitinha, as primeiras palavras de um bebê, a paz após a oração matinal, a comida, o vento suave, o dourado campo de trigo são alguns dos refrigérios da simplicidade.

Enquanto certos eventos terrenos acontecem, prefiro ir ao campo onde as flores e os pássaros é que se comunicam comigo, pois são as simples coisas que nos dão realmente calma e felicidade... e para ser feliz é necessário querer ser.

 

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