Ação e Reação
André Luiz
Parte 11
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Uma vez concluído o estudo dos oito primeiros livros da
Série, damos prosseguimento ao estudo da nona obra: Ação e Reação, publicada
em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete “Ação e Reação".
Eis as questões de hoje:
81. Quando a
vítima evolui e nada reclama do seu algoz, a quem este deverá pagar pela lesão
moral ou material causada ao outro?
Embora estejamos todos, uns diante dos outros, em processo
reparador, em verdade, antes de tudo, somos devedores da Lei em nossas
consciências. "Fazendo mal aos outros, praticamos o mal contra nós
mesmos", explicou Silas. "A cada um segundo as suas obras",
ensinou Jesus. Ninguém no Universo conseguirá fugir à Lei. (Ação e Reação, cap. 14, pp. 199 e 200.)
82. Como
entender e definir o sexo?
Segundo Silas, o sexo representa não uma energia fixa da
Natureza, trabalhando a alma, e sim uma energia variável da alma, com que ela
trabalha a Natureza em que evolve, aprimorando a si mesma. Apreciemos essa
energia como sendo uma força do Criador na criatura, destinada a expandir-se em
obras de amor e luz que enriqueçam a vida, igualmente condicionada à lei de
responsabilidade, que nos rege os destinos. Sexo é força de amor nas bases da
vida. É preciso, pois, dilatar sua conceituação, para arredá-lo do campo
erótico em que foi circunscrito. Pela energia criadora do amor que assegura a
estabilidade de todo o Universo, a alma, em se aperfeiçoando, busca sempre os
prazeres mais nobres, e não apenas os prazeres eróticos. Há almas que se amam profundamente,
sem jamais se tocarem umas nas outras do ponto de vista fisiológico, embora
permutem os raios quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se
afeiçoam. (Obra citada, cap. 15, pp. 202 a 204.)
83. O homem que
abandona a mulher, após um caso em que seu objetivo inicial era a simples busca
de prazer, é responsável pelos desatinos que a mulher venha a cometer?
Sim. Somos sempre responsáveis por nossos atos e, no caso
mencionado, o homem é, inegavelmente, o autor da desdita em que a infeliz se
encontra. Desencarnando com o remorso da traição praticada, quanto mais luz se
lhe faça no entendimento, mais agudo lhe será o pesar de haver cometido a
falta. E trabalhará, naturalmente, para levantá-la do abismo a que ela se
arrojou, reconduzindo-a à reencarnação, em cujos liames se demorará,
aceitando-a por esposa ou filha, de modo a entregar-lhe o puro amor prometido,
sofrendo para regenerar-lhe a mente em desequilíbrio e resgatando a sua consciência
entenebrecida pela culpa. (Obra citada, cap. 15, pp. 206 a 208.)
84. Que
consequências podem advir dos abusos das faculdades sexuais?
Segundo Silas, os abusos das faculdades sexuais respondem
não apenas por largos tormentos nas regiões infernais, mas por muitas moléstias
e monstruosidades que ensombram a vida na Terra, porquanto os delinquentes do
sexo voltam à carne, sob o impacto das vibrações desequilibrantes que puseram
em ação contra si próprios. (Obra citada, cap. 15, pp. 208 e 209.)
85. Os casos de
inversão sexual podem ser algumas dessas consequências?
Sim. Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das
qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o
Espírito acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas
evolutivas da mulher, e que o Espírito marcadamente masculino se detenha por
longo tempo nas experiências do homem. Contudo, em muitas ocasiões, quando o
homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome
de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que,
inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a renascimento
doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a
venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe. O mesmo pode ocorrer com
a mulher que age de igual maneira.
Nessa definição não se incluem, porém, os grandes corações e os belos caracteres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em corpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, a pedido deles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e valor não apenas o acrisolamento moral de si mesmos, como também a execução de tarefas especializadas, através de estágios perigosos de solidão, em favor do campo social terrestre. (Obra citada, cap. 15, pp. 208 e 209.)
86. Como
interpretar a atitude dos casais que evitam os filhos valendo-se
sistematicamente do uso de anticoncepcionais?
Hilário dirigiu a pergunta acima a Silas, e este ponderou:
"Se não descambam para a delinquência do aborto, na maioria das vezes são
trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto
imediatista. Infelizmente para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, às
quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que
representam o preço inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência,
procurando inutilmente enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os,
inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço máximo. Recusando
acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para eles antes da
reencarnação, emaranham-se nas futilidades e preconceitos das experiências de
subnível, para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no coração". (Obra
citada, cap. 15, pp. 210 e 211.)
87. O aborto
injustificado pode ser considerado um crime?
Sim. O aborto não apenas constitui falta grave, mas doloroso
crime. "Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso",
disse Silas. "A mulher que o promove ou que venha a coonestar semelhante
delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes
no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas
enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte
uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez,
desencarna, demandando o Além para responder perante a Justiça Divina, pelo
crime praticado." Nessa ocasião, ela se reconhece rediviva, mas doente e
infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável,
através do remorso, reterá por longo tempo a degenerescência das forças
genitais. "A mulher que corrompeu voluntariamente o seu centro genésico –
acrescentou o Assistente – receberá de futuro almas que viciaram a forma que
lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da reencarnação,
regenerando as energias sutis do perispírito, através do sacrifício nobilitante
com que se devotará aos filhos torturados e infelizes de sua carne, aprendendo
a orar, a servir com nobreza e a mentalizar a maternidade pura e sadia, que
acabará reconquistando ao preço de sofrimento e trabalho justos." (Obra
citada, cap. 15, pp. 210 e 211.)
88. A abnegação
é uma virtude a ser conquistada?
Sim. "A abnegação, em toda parte, é sempre uma estrela
sublime. Basta mostrar-se para que todos gravitemos em torno de sua luz."
Esse pensamento veio à mente de André Luiz ao testemunhar a dedicação de
Adelino à tarefa do bem. (Obra citada, cap. 16, pp. 215 e 216.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/07/blog-post_14.html
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