quarta-feira, 21 de julho de 2021

 


Ação e Reação

 

André Luiz

 

Parte 11

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Uma vez concluído o estudo dos oito primeiros livros da Série, damos prosseguimento ao estudo da nona obra: Ação e Reação, publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete “Ação e Reação".

Eis as questões de hoje:

 

81. Quando a vítima evolui e nada reclama do seu algoz, a quem este deverá pagar pela lesão moral ou material causada ao outro?

Embora estejamos todos, uns diante dos outros, em processo reparador, em verdade, antes de tudo, somos devedores da Lei em nossas consciências. "Fazendo mal aos outros, praticamos o mal contra nós mesmos", explicou Silas. "A cada um segundo as suas obras", ensinou Jesus. Ninguém no Universo conseguirá fugir à Lei. (Ação e Reação, cap. 14, pp. 199 e 200.)

82. Como entender e definir o sexo?

Segundo Silas, o sexo representa não uma energia fixa da Natureza, trabalhando a alma, e sim uma energia variável da alma, com que ela trabalha a Natureza em que evolve, aprimorando a si mesma. Apreciemos essa energia como sendo uma força do Criador na criatura, destinada a expandir-se em obras de amor e luz que enriqueçam a vida, igualmente condicionada à lei de responsabilidade, que nos rege os destinos. Sexo é força de amor nas bases da vida. É preciso, pois, dilatar sua conceituação, para arredá-lo do campo erótico em que foi circunscrito. Pela energia criadora do amor que assegura a estabilidade de todo o Universo, a alma, em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres, e não apenas os prazeres eróticos. Há almas que se amam profundamente, sem jamais se tocarem umas nas outras do ponto de vista fisiológico, embora permutem os raios quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se afeiçoam. (Obra citada, cap. 15, pp. 202 a 204.)

83. O homem que abandona a mulher, após um caso em que seu objetivo inicial era a simples busca de prazer, é responsável pelos desatinos que a mulher venha a cometer?

Sim. Somos sempre responsáveis por nossos atos e, no caso mencionado, o homem é, inegavelmente, o autor da desdita em que a infeliz se encontra. Desencarnando com o remorso da traição praticada, quanto mais luz se lhe faça no entendimento, mais agudo lhe será o pesar de haver cometido a falta. E trabalhará, naturalmente, para levantá-la do abismo a que ela se arrojou, reconduzindo-a à reencarnação, em cujos liames se demorará, aceitando-a por esposa ou filha, de modo a entregar-lhe o puro amor prometido, sofrendo para regenerar-lhe a mente em desequilíbrio e resgatando a sua consciência entenebrecida pela culpa. (Obra citada, cap. 15, pp. 206 a 208.)

84. Que consequências podem advir dos abusos das faculdades sexuais?

Segundo Silas, os abusos das faculdades sexuais respondem não apenas por largos tormentos nas regiões infernais, mas por muitas moléstias e monstruosidades que ensombram a vida na Terra, porquanto os delinquentes do sexo voltam à carne, sob o impacto das vibrações desequilibrantes que puseram em ação contra si próprios. (Obra citada, cap. 15, pp. 208 e 209.)

85. Os casos de inversão sexual podem ser algumas dessas consequências?

Sim. Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do campo mental do ser, é natural que o Espírito acentuadamente feminino se demore séculos e séculos nas linhas evolutivas da mulher, e que o Espírito marcadamente masculino se detenha por longo tempo nas experiências do homem. Contudo, em muitas ocasiões, quando o homem tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da Lei Divina a renascimento doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto íntimo, aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe. O mesmo pode ocorrer com a mulher que age de igual maneira.

Nessa definição não se incluem, porém, os grandes corações e os belos caracteres que, em muitas circunstâncias, reencarnam em corpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos, a pedido deles próprios, no intuito de operarem com mais segurança e valor não apenas o acrisolamento moral de si mesmos, como também a execução de tarefas especializadas, através de estágios perigosos de solidão, em favor do campo social terrestre. (Obra citada, cap. 15, pp. 208 e 209.)

86. Como interpretar a atitude dos casais que evitam os filhos valendo-se sistematicamente do uso de anticoncepcionais?

Hilário dirigiu a pergunta acima a Silas, e este ponderou: "Se não descambam para a delinquência do aborto, na maioria das vezes são trabalhadores desprevenidos que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista. Infelizmente para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, às quais deverão fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência, procurando inutilmente enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os, inexorável, dando-lhes a conhecer que a redenção nos pede esforço máximo. Recusando acolhimento a novos filhinhos, quase sempre programados para eles antes da reencarnação, emaranham-se nas futilidades e preconceitos das experiências de subnível, para acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no coração". (Obra citada, cap. 15, pp. 210 e 211.)

87. O aborto injustificado pode ser considerado um crime?

Sim. O aborto não apenas constitui falta grave, mas doloroso crime. "Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso", disse Silas. "A mulher que o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder perante a Justiça Divina, pelo crime praticado." Nessa ocasião, ela se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por longo tempo a degenerescência das forças genitais. "A mulher que corrompeu voluntariamente o seu centro genésico – acrescentou o Assistente – receberá de futuro almas que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito, através do sacrifício nobilitante com que se devotará aos filhos torturados e infelizes de sua carne, aprendendo a orar, a servir com nobreza e a mentalizar a maternidade pura e sadia, que acabará reconquistando ao preço de sofrimento e trabalho justos." (Obra citada, cap. 15, pp. 210 e 211.)

88. A abnegação é uma virtude a ser conquistada?

Sim. "A abnegação, em toda parte, é sempre uma estrela sublime. Basta mostrar-se para que todos gravitemos em torno de sua luz." Esse pensamento veio à mente de André Luiz ao testemunhar a dedicação de Adelino à tarefa do bem. (Obra citada, cap. 16, pp. 215 e 216.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/07/blog-post_14.html

  

 

 


 

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