quinta-feira, 1 de julho de 2021

 



O Céu e o Inferno

 

Allan Kardec

 

Parte 14

 

Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Céu e o Inferno”.

Eis as questões de hoje:

 

105. Qual o proveito de nossas existências anteriores, uma vez que não nos lembramos delas? 

Esta questão está superada pela razão de que tal lembrança seria inútil e mesmo prejudicial à reabilitação dos Espíritos. Ademais, se estiver de todo apagado da lembrança o mal cometido, sem que dele nos reste um traço no coração, também com ele não nos devemos preocupar. Quanto aos vícios de que porventura não estejamos inteiramente despojados, nós os conhecemos por nossas tendências atuais, e é para estas que devemos voltar todas as atenções. Basta saber o que somos, sem que seja necessário saber o que fomos. Se considerarmos as dificuldades que há na existência para a reabilitação do Espírito, por maior que seja o seu arrependimento, e as reprovações de que se torna objeto, devemos louvar a Deus por ter cerrado esse véu sobre o nosso passado. (O Céu e o Inferno – Segunda Parte, cap. VI, Jacques Latour, Estudo sobre o Espírito de Jacques Latour; e cap. VIII, Letil.)

106. Pode um Espírito, ao invés de ser imerso em trevas, ser punido por ondas de luz? 

Sim. A experiência comprova que enquanto alguns são imersos em trevas, ou num absoluto insulamento, outros sofrem por longos anos as angústias da extrema hora, ou acreditam-se ainda encarnados. Para o Espírito culpado, a luz brilha, gozando ele, plenamente, das suas faculdades, sabendo-se morto e não se lastimando, antes repelindo qualquer assistência e afrontando ainda as leis divinas e humanas. Quererá isso dizer que tenha escapado à punição? De modo algum; é que a justiça de Deus completa-se sob todas as formas, e o que a uns causa alegria é para outros um tormento. A luz faz, pois, o suplício daquele que a sofre. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VII, Lapommeray, introdução e item II, mensagem de Erasto.)

107. Como devemos encarar o trabalho para nós, seres humanos? 

O homem foi criado para a atividade. A atividade do Espírito é da sua própria essência, e a do corpo, uma necessidade. A serviço do Espírito, o corpo mais não é que uma máquina submetida à inteligência. Devemos, pois, trabalhar e cultivar, portanto, a inteligência, para que dê salutar impulso ao instrumento que deve auxiliá-la no cumprimento de sua missão. Não lhe concedamos trégua nem repouso, tendo em mente que essa paz a que muitos aspiram não lhes será concedida senão pelo trabalho. Segundo o Espírito de Monod, todo aquele que desempenha conscientemente o papel mais ingrato e vil na sociedade é cem vezes mais elevado aos olhos do Onipotente do que aquele que, impondo esse papel aos outros, despreza o seu. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VII, Angèle, comunicação de Monod.)

108. Que ocorre aos Espíritos das pessoas que foram na Terra preguiçosas e indolentes e só pensaram em si mesmas? 

Decepção, vazio, insulamento. Não se interessando por ninguém na Terra, também no plano espiritual ninguém por eles se interessa. Permanecem sós, insulados, abandonados, e nisso consiste a sua punição. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VII, Um Espírito aborrecido; e cap. VIII, Anna Bitter, mensagem do Guia do médium.)

109. Há Espíritos que ainda conservam, na erraticidade, as mesmas ilusões da vida terrena? 

Sim. Como se verificou com a ex-rainha do Oude, Espíritos há que conservam todos os preconceitos terrestres na plenitude da sua força, e nos quais o orgulho nada perde de suas ilusões. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VII, A rainha do Oude.)

110. Por que o Espiritismo não torna perfeitos, de imediato, nem mesmo os mais fervorosos adeptos? 

Não se arrebenta a pedra com a primeira marretada. Tal pensamento aplica-se aos Espíritos, estejam ou não desencarnados. A explicação não é difícil de compreender. A perfeição é fruto de um processo em que a crença é o primeiro passo, vindo em seguida a fé e, por fim, a transformação. Ocorre que, em muitos casos, é preciso que a pessoa venha revigorar-se no mundo espiritual, para assumir e cumprir, de fato, o compromisso que a levará ao objetivo final. (Obra citada - Segunda Parte, Cap. VII, Xumene, mensagem do Guia do médium.)

111. Todo sofrimento humano tem uma causa justa? 

Sim. Todo sofrimento tem uma causa justa, porque a justiça divina jamais falha. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VIII, Marcelo.)

112. Os Espíritos ficam muitos séculos na erraticidade? 

Podem ficar, sim, por muito tempo na chamada erraticidade, como ocorreu com o Espírito de Szymel Slizgol, que permaneceu nesse estado durante três séculos e meio. (Obra citada - Segunda Parte, cap. VIII, Szymel Slizgol, primeira pergunta.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 13 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/06/blog-post_24.html

 

 

 

 

 

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