Nova entrevista com Kardec e Di
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Salve, leitores amigos,
Lembram-se de que em minha primeira
entrevista com Allan Kardec sobre a origem do Espiritismo ele prometeu-me novo
encontro, com a permissão de Jesus? Pois bem, tive a felicidade de reencontrá-lo
à porta do café da rua Saint-Anne, em Paris, quando para ali fui transposto
em novo devaneio espiritual.
Após nos cumprimentarmos, alegremente,
sentamo-nos à mesa e, enquanto o garçom nos servia novo cafezinho, reiniciei a
entrevista.
— Irmão Allan, os Espíritos sempre se manifestam
quando o médium deseja sua presença?
— Isso não é possível, a não ser que
nós o queiramos e tenhamos permissão... "Não se podendo provocar os fatos,
é preciso esperar que eles se apresentem por si mesmos; muitas vezes esses
fatos ocorrem por efeito de circunstâncias em que menos se pensa."
— É verdade. Em meus modestos estudos
de algumas décadas, tenho percebido que fatos incríveis têm ocorrido em minha
vida, mas por vezes eles levam anos para se manifestar.
— É desse jeito mesmo, Jó, que Deus nos
permite interagir com os chamados "vivos", embora a vida plena se
manifeste é aqui, onde já me encontro desde 31 de março de 1869. "Para o
observador atento e paciente [como você], os fatos são abundantes, porque ele
descobre milhares de matizes característicos que, para ele, são raios de
luz."
— Por que ocorrem tantas contradições
nas mensagens, agora que os Espíritos se encontram no plano espiritual?
— Irmão Jó, assim como se dá no mundo
físico, "sendo os Espíritos muito diferentes uns dos outros, do ponto de
vista dos conhecimentos e da moralidade, é evidente que a mesma questão pode
ser resolvida em sentidos opostos [...]". Se você fizer a mesma pergunta a
um sábio e a um ignorante, é lógico que as respostas não serão do mesmo nível.
"O ponto essencial, já o dissemos, é saber a quem nos dirigimos."
— E por que, então, por vezes, as
respostas de Espíritos considerados superiores divergem?
— Jó, assim como ocorre com os encarnados,
mesmo entre os Espíritos superiores, o conhecimento varia, mas isso acontece mais na forma do que no conteúdo das mensagens.
Diversas causas podem influenciar nessas diferenças, independente do caráter do
Espírito comunicante: a natureza da pergunta, a capacidade de filtro mediúnico
do médium e das pessoas que registram suas comunicações etc. "É por isso
que dizemos que esses estudos requerem atenção demorada, observação profunda e,
sobretudo, como o exigem todas as ciências humanas, continuidade e perseverança".
Não se pode adquirir a ciência do infinito em poucos anos...
— É verdade, Kardec, lembro-me de que você
disse que, quando desejam, os Espíritos podem reproduzir fielmente a caligrafia
que tinham em vida física, além de se mostrarem e revelarem fatos que deixam
estarrecidos os mais céticos. Pelas informações que li, isso ocorreu com um
sábio que se divertia ridicularizando o Espiritismo, quando o Espírito
de sua mãe manifestou-se claramente a ele e, após beijá-lo, disse-lhe estas palavras carinhosas: "Cesare,
fio mio".
— Certo, após a materialização do
Espírito materno, César Lombroso (Cesare em italiano) retratou-se de tudo o que
assacara contra o Espiritismo. E ainda fez mais, escreveu a obra Hipnotismo
e Mediunidade, na qual narra o fato. Esse fenômeno reproduziu-se várias
vezes, sob a mais rigorosa observação. A médium de materialização chamava-se
Eusápia Paladino. Lombroso explica que havia pequena diferença formal entre o
que o Espírito materno, materializado por Eusápia, lhe disse e o que a mãe dele
dizia, em vida física, quando ela costumava chamá-lo um pouco diferente: "Cesare,
mio fiol". Mas que importa a forma, se o fundo do pensamento é o que interessa
para os Espíritos, como eu já informei na introdução d'O Livro dos Espíritos?
(it. 13).
.........
Em virtude do adiantado da hora, despedi-me de Kardec,
que prometeu retornar oportunamente, com a permissão do Espírito de Verdade,
representante do Cristo, para a continuação de nossa entrevista.
Passo agora a relatar aos leitores amigos
o sonho que tive na última noite (31 de outubro), com Divaldo Franco (Di).
Ele estava sentado em frente a uma mesa
e respondia perguntas de diversas pessoas, entre as quais estava eu. Em dado
momento, Di levantou-se, pegou um livro que já fora revisado por mim e que ele
psicografara e passou a caminhar a meu lado, folheando a obra. Rapidamente, o
que nem era preciso, pois ele já sabia disso, expliquei-lhe sobre minha
atividade de revisor voluntário de algumas obras publicadas pela Federação
Espírita Brasileira (FEB).
Foi então que Di perguntou-me se eu
iria revisar a próxima edição daquele livro psicografado por ele.
Emocionado, peguei a obra e vi que o
excelente trabalho precisava apenas de alguns ajustes formais e na diagramação
dos textos. Coisa de copidesque...
Di agradeceu-me pelo trabalho e, após abraçar-me,
despediu-se de mim com um beijo na face.
Então, meus amigos, o conhecimento das
verdades do Espírito não é uma bênção em nossas vidas? Só é preciso
discernimento, observação, estudo e, sobretudo, prática do bem, nos limites de
nossas forças. De resto, é só felicidade e liberdade com responsabilidade.
Até breve, Kardec, Di e leitores amigos!
∞
Lembrete: entrevista fictícia, baseada
nos itens 12 e 13 da introdução d'O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec
e Hipnotismo e Mediunidade, de César Lombroso, edições FEB. Sonho real.
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