Sexo e Destino
André Luiz
Parte 11
Damos sequência ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.
Esta é a décima obra do mesmo autor, integrante da Série
Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.
Eis as questões de hoje:
81. Qual a
finalidade da “Casa da Providência”, localizada no centro do instituto “Almas
Irmãs”?
A "Casa da Providência" é o local do instituto
onde os juízes atendem aos petitórios formulados pelos integrantes da
comunidade, com respeito aos irmãos reencarnados na esfera física. Ali, somente
se organizam processos de auxílio e corrigenda relacionados aos companheiros
destinados à reencarnação e aos que já se achem reencarnados, espiritualmente
ligados aos interesses do instituto. Renascimentos, berços torturados,
acidentes da infância, delitos da juventude, dramas passionais, lares
periclitantes, divórcios, deserções afetivas, certas modalidades de suicídios,
tanto quanto moléstias e obsessões resultantes de abusos sexuais e uma
infinidade de temas conexos, são ali examinados, segundo as rogativas e as
queixas entregues aos pronunciamentos da justiça. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo X, pp. 279 e 280.)
82. É verdade
que é ínfimo o número dos Espíritos que regressam absolutamente irrepreensíveis
da existência terrestre?
Sim. Segundo o juiz Amantino, em quase
80 anos consecutivos, a média de irrepreensibilidade não excedia de 5 em 1.000
pessoas, não obstante surgirem fichas honrosas de muitos que atingiam mais de
90% na matéria de distinção absoluta, o que, no instituto, representa elevado
grau de mérito. Irrepreensível é o mesmo que correto, perfeito, que não merece ser repreendido ou censurado. (Obra citada,
2ª parte, capítulo X, pp. 281 e 282.)
83. Como a
questão do divórcio é tratada pelos juízes do instituto “Almas Irmãs”?
De acordo com o juiz Amantino, os matrimônios terrestres,
entre as pessoas de evolução respeitável, se efetuam na base dos programas de
trabalho previamente estabelecidos; por isso, o divórcio é dificultado nas
esferas superiores, por todos os meios lícitos, excetuados os casos em que ele
seja o mal menor. O responsável pela ruptura da confiança e da estabilidade da
união conjugal passa à condição de julgado; a vítima é induzida à generosidade
e à benevolência, através dos recursos que a Espiritualidade Superior possa
veicular, para que não se frustrem planos de serviço. Assim, alcançam a Pátria
Espiritual, na condição de enobrecidos filhos de Deus, as grandes mulheres e os
grandes homens, quando suportam sem queixa as infidelidades e as violências do
parceiro, por amor às tarefas que os desígnios do Senhor lhes colocaram nos
corações e nas mãos, seja no amparo moral à família consanguínea ou na
sustentação das boas obras. (Obra citada, 2ª parte, capítulo X, pp. 281 e 282.)
84. Qual era, de
fato, o interesse de Márcia por Nemésio Torres?
Márcia sabia que Nemésio ainda tinha Marina fixada à sua
lembrança, mas, em vez de reclamar, decidiu tolerar esse fato, porque entendia
perfeitamente que não se achava pessoalmente num caso de amor e sim numa
transação, cujas vantagens não queria perder. No fundo, pois, pouco lhe importava
que Nemésio adorasse a moça, porque, em verdade, aspirava a prendê-lo,
ganhar-lhe a fortuna e a confiança. Em face disso, engenhava todos os modos de
se fazer necessária. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI, pp. 288 a 290.)
85. É verdade
que, de volta ao lar, Marina se transformou?
Sim. O pai cercou-a de meiguice e bondade e falou-lhe sobre
sua conversão ao Espiritismo. Os textos espíritas, lidos por vezes com
lágrimas, infundiam na jovem a consoladora certeza nas verdades e nas promessas
do Cristo, que passara a aceitar por mestre da alma. Acolheu a amizade de
Salomão, qual se lhe fosse filha, e inscreveu-se entre aqueles que constituíam
agora para Cláudio a família espiritual. Além disso, interessou-se por singelo
serviço beneficente, mantido em favor de pequeninos desamparados, e quando o
pai a convidou para que se afeiçoassem ao culto semanal do Evangelho no lar,
recolheu com entusiasmo a sugestão. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI, pp.
290 e 291.)
86. O mal não
merece qualquer consideração. Que é que André Luiz quis dizer com essa frase?
A frase foi dita a Moreira, o ex-obsessor de Marina que
agora assumira apaixonadamente a defesa da jovem. Moreira, revoltado com as
atitudes de Márcia e Nemésio, perdera a calma e disse para André, em voz alta,
que sentia muita dificuldade para assistir a tudo aquilo sem reunir os
companheiros de outro tempo a fim de punir Nemésio. Apreensivo, André rogou-lhe
que se calasse por amor ao bem que se propunham realizar. Moreira assustou-se
com a recomendação incisiva de André e este explicou que, nas imediações,
irmãos infelizes, com certeza, teriam ouvido a intenção que ele formulara e
quantos simpatizassem com a ideia procurariam a residência dos Torres, sondando
brechas. O mal não merece qualquer consideração além daquela que se reporte à
corrigenda. Se ainda não conseguimos impedir-lhe o acesso ao coração, na forma
de sentimento, é forçoso não pensar nele; contudo, se não contamos com recursos
para arredá-lo imediatamente da cabeça, é imperioso evitá-lo na palavra, para
que a ideia infeliz, articulada, não se faça agente vivo de destruição, agindo
por nossa conta e independentemente de nós. Os fatos posteriores comprovaram
que André tinha inteira razão ao fazer essa advertência. (Obra citada, 2ª
parte, capítulo XI, pp. 292 e 293.)
87. Por que
Nemésio expulsou o filho Gilberto de sua casa e da empresa da família?
O motivo foi ciúme de Marina, visto que Gilberto lhe
declarou que por motivo nenhum deixaria de casar-se com a jovem. Nemésio o
ouviu, ressentido, revoltado, porque a reconquista de Marina pelo filho
significava para ele bancarrota moral insuportável. Ele nunca a amara tanto
quanto naquela hora em que se lhe esvaíam as esperanças. Marina significava-lhe
mocidade, euforia, entusiasmo. Por causa disso, agrediu o filho e o expulsou de
casa, vociferando: "Rua, miserável!... Rua, rua!... Suma daqui! Não me
apareça mais!..." Atônito, Gilberto dirigiu-se à casa de Cláudio, onde
relatou aos amigos o doloroso episódio. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI,
pp. 298 e 299.)
88. Agredido por
Nemésio no banco onde trabalhava, Cláudio teve ímpeto de revidar, mas se
conteve. Por que isso ocorreu?
Na hora em que ia revidar, Cláudio sentiu o reflexo de Marita.
Aquela mão pequena e fria que se elevara da morte, a fim de abençoá-lo, estava
na dele. A menina atropelada surgia-lhe na memória, como a perguntar-lhe pelos
votos de melhoria. Prometera-lhe renovar-se, ser outro homem. Que diria ela, do
Além, se ele também não perdoasse, como ela o fez, ao carrasco que lhe seduzira
a filha e furtara a mulher? Cabia-lhe ver, nos inimigos gratuitos, enfermos
exigindo socorro e benevolência. Não trazia, porventura, o espírito endividado,
em meio de falhas e tentações? Cláudio afrouxou, então, o braço antes reteso e,
escutando os sarcasmos de Nemésio que se retirava, truculento, deixou, sob os
olhares de simpatia de todo o auditório, que caísse de seu rosto o pranto
amargo. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI, pp. 302 e 303.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/10/blog-post_27.html
Como consultar as matérias deste
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