segunda-feira, 15 de novembro de 2021

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 1

 

Iniciamos hoje neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

1. No tratamento da obsessão, que valores devem estar presentes nas técnicas de atendimento ao paciente?

A cura das obsessões é de difícil curso e nem sempre rápida, e depende de múltiplos fatores, especialmente da renovação do paciente, que deve envidar esforços máximos para granjear a simpatia daquele que o persegue, adquirindo mérito através da ação pelo bem desinteressado em favor do próximo, o que, em última análise, acaba revertendo em benefício pessoal para si mesmo.

No seu tratamento devem estar presentes os seguintes valores: a conduta moral superior do doutrinador ou esclarecedor encarregado da desobsessão, bem como do paciente, quando este não se encontre inconsciente do problema; a habilidade afetuosa de que se deve revestir o esclarecimento, que não deve jamais esquecer o agente causador do distúrbio, o qual é igualmente enfermo e apenas uma vítima desditosa que está procurando vingar-se; a aplicação correta das energias e vibrações defluentes da oração e, por fim, o preparo emocional das pessoas que lidam no processo para entender e amar tanto o hóspede invisível quanto o hospedeiro, ou seja, tanto o obsessor quanto sua atual vítima. (Loucura e Obsessão, prefácio, pp. 13 a 15.) 

2. Em que instituição os casos relatados por Manoel Philomeno de Miranda ocorreram?

Eles ocorreram dentro de um Núcleo do sincretismo afro-brasileiro, onde o autor pôde sentir a presença do amor de Deus e a abnegação da caridade cristã, conforme os ensinamentos de Jesus. A experiência mostra-nos que não se podem negar os benefícios que se haurem em todas as células religiosas de socorro, não só nos Centros Espíritas, especialmente naquelas onde o intercâmbio mediúnico e a reencarnação demonstram a imortalidade da alma e a justiça divina, passo avançado para conquistas mais ricas de sabedoria e de libertação. (Obra citada, prefácio, pp. 15 e 16, e cap. 1, pág. 17.)

3. É certo dizer que tanto nos fenômenos psicopatológicos como nos obsessivos é sempre o indivíduo encarnado – o obsidiado - o agente responsável pelos distúrbios que padece?

Sim. O indivíduo que padece o fenômeno da obsessão é herdeiro de si mesmo e dos seus atos anteriores, que lhe plasmam o destino futuro, do qual não consegue evadir-se. (Obra citada, prefácio, pp. 11 a 13, e cap. 1, pp. 18 e 19.)

4. Como era o ambiente espiritual nas imediações da instituição onde seriam feitos os atendimentos espirituais?

O local transpirava agitação em ambos os planos da vida. Espíritos vadios se aglomeravam nas imediações, bulhentos e ociosos, enquanto outros, em grupos pequenos, demonstravam seus propósitos malfazejos, em conciliábulos a meia voz, exteriorizando a animosidade de que eram portadores. Odores de incenso e vela misturavam-se aos de ervas aromáticas que ardiam em vários recipientes com brasa, espalhados pelos diversos cômodos.

Quando o relógio da casa assinalou vinte horas, houve breve rebuliço, logo acompanhado de um silêncio ansioso, e surgiu no recinto um cavalheiro de pouco mais de quarenta anos, visivelmente mediunizado, que convidou alguns circunstantes a que passassem à sala contígua, onde já se encontravam outros convidados e membros do grupo. (Obra citada, cap.2, pp. 22 a 24.)

5. Pode-se dizer que para cada faixa de evolução remanescem crenças e cultos próprios e válidos para as suas necessidades?

Sim. Foi exatamente essa a informação que Dr. Bezerra de Menezes transmitiu ao autor da obra que estamos estudando, acrescentando que, como o progresso é conquista de cada um, a imposição rude não vige nos códigos divinos e torna-se necessário que em toda parte se expresse o auxílio superior e que os mais esclarecidos estendam apoio e estímulo aos que permanecem na retaguarda do conhecimento. (Obra citada, cap. 2, pp. 24 a 26.)

6. Que fato levou o médium Antenor a se dedicar com tanto empenho à tarefa naquela instituição?

Antenor, por erros graves cometidos no passado, quando foi senhor de escravos, chegara ao trabalho na mediunidade depois de um longo e doloroso processo obsessivo. Ciente das razões do mal que o afligia, sua mãe o exortava à prática da caridade, por meio da mediunidade benfazeja, com que poderia ele resgatar os erros do passado e ajudar, como médium, as mesmas pessoas que ele deixara em aflição. Marceneiro de profissão, Antenor vivia do serviço honesto com o qual sustentava esposa e dois filhos e dedicava quatro noites por semana aos trabalhos que a fé o impelia a realizar, no que era auxiliado pela mãezinha desencarnada, que tanto o ajudou e ainda agora o ajudava. (Obra citada, cap. 2, pp. 26 e 27.)

7. É verdade que o grupo focalizado nesta obra tinha por patrono espiritual um ex-sacerdote?

Sim. O grupo recebia o amparo superior de veneranda Entidade que envergara, na Terra, o hábito sacerdotal e se notabilizou pela ação da caridade junto aos enfermos da alma e do corpo, de quem cuidara com exemplar devotamento, prosseguindo, no além-túmulo, a dar assistência, especialmente junto a Casas daquele gênero, que se multiplicavam na razão direta das crescentes necessidades humanas. Periodicamente, em data adrede estabelecida, ele vinha em pessoa visitar o trabalho, quando eram feitas avaliação e nova programação para as futuras atividades. (Obra citada, cap. 2, pp. 27 a 29.)

8. Por que o grupo utilizava O Evangelho segundo o Espiritismo em seus estudos?

A introdução desse livro objetivou moralizar e esclarecer os frequentadores, mas não ocorreu de forma pacífica. Alguns membros mais embrutecidos, inspirados pelos seus mentores que se aferravam às práticas mais grotescas, fiéis ao atavismo ancestral e marcados por antigos rancores, dos quais não se haviam libertado, intentaram impedir a implantação da ideia nova, afirmando a desnecessidade da cultura, que não passava de capricho de brancos demagogos. É que não haviam esquecido as perseguições que sofreram por parte de pessoas que se afirmavam cristãs e que no Evangelho se diziam apoiar. A inspiração do Benfeitor e a firme resolução de Antenor encerraram, porém, as discussões em contrário e o livro foi adotado. (Obra citada, cap. 2, pp. 27 a 31.)

 

 

 

 

 

 

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