Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 11
Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura e Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
81. Que
importância tem o trabalho em nossa vida?
Sua importância é absoluta e total. Segundo Dr. Bezerra, a
vida de Jesus constitui, também nesse sentido, um exemplo: “Dormia pouco e
quase não repousava. Ganhando os minutos, aplicava-os todos no ministério
iluminativo, libertador. Em momento algum se permitiu a ociosidade, lesando a
dádiva do tempo”. “Desejando seguir-lhe o exemplo, não há outra alternativa,
senão trabalhar sempre e sem cessar”, diz Dr. Bezerra. Manoel P. de Miranda
confirmou a validade da assertiva, dizendo: “As melhores horas da minha última
existência na Terra foram as da ação constante. Até onde me posso recordar, o
trabalho constituía, em nosso lar modesto, a metodologia eficiente de
valorização da vida. Incorporado ao cotidiano, tornou-se-nos um hábito salutar
e não um dever desagradável como a muitos indivíduos parece”. “Recordando-me
daqueles momentos, bendigo a Deus por havê-los valorizado, apesar de forma
insuficiente”, acrescentou o autor deste livro. (Loucura e Obsessão, cap. 18, pp. 231 e 232.)
82. A regressão
de memória costuma ser utilizada pelos benfeitores espirituais nas atividades
terapêuticas?
Em determinados casos, sim. Foi o que ocorreu com Aderson,
que insistia em declarar-se sem culpa. D. Emerenciana convidou-o, então, a
assistir a alguns lances de sua última existência corporal, selecionados especialmente
para aquele momento. A um sinal da Diretora, uma fita gravada foi posta em um
aparelho e as imagens passaram a refletir-se em uma tela de média proporção,
com uma peculiaridade especial: a da terceira dimensão. Foi o que bastou para
que Aderson reconhecesse seus erros. (Obra citada, cap. 18, pp. 233 a 235.)
83. Que
características apresentava aquele vídeo, a ponto de impressionar até o autor
da obra em estudo?
Foi a primeira vez que Manoel P. de Miranda assistiu a uma
experiência de avaliação do passado por meio de um equipamento tão sensível.
Ele conhecia até então o cinemascópio, as ideoplastias vivas, os clichês
mentais que ressumavam dos depósitos profundos do perispírito, as evocações por
indução telepática e as espontâneas, menos aquela técnica fascinante, em que a
vida retornava esfuziante e se podia penetrar no íntimo dos fatos, que eram o
emocional e o mental de cada personagem apresentada. É que, simultaneamente às
imagens vivas, era possível captar os pensamentos de cada momento, antes e
durante a ação nefasta, que se irradiava da mente de Aderson, enquanto as cenas
se sucediam na tela. (Obra citada, cap. 18, pp. 235 a 237.)
84. A prática da
regressão de memória, como a utilizada no caso de Aderson, apresenta algum
perigo?
Anteriormente, Dr. Bezerra de Menezes havia dito que sim,
que seria inútil ou perigoso aplicar essa terapia em casos como o de Aderson.
Por que então a regressão de memória fora utilizada? Dr. Bezerra explicou:
“Referíamo-nos, então, à terapêutica de tal natureza, porém, sob indução de um
encarnado. A dificuldade maior, de início, seria a do autista não responder aos
estímulos verbais do indutor. Além dessa, o desconhecimento da causa, por parte
do mesmo, que o paciente se negava a admitir, não lograria arrebentar a parede
invisível que o Espírito erguera, para esconder a culpa não aceita, embora
existente no inconsciente profundo”. Dito isso, Dr. Bezerra esclareceu que esse
excelente método não produz resultados positivos em toda e qualquer
psicopatologia. É preciso, pois, cautela em sua utilização. (Obra citada, cap. 18,
pp. 239 e 240.)
85. Sabe-se que
Ouspensky, o pensador russo discípulo de Gurdjieff, classificou os homens em
dois grupos. Como eles se denominam?
Ouspensky classificou-os em fisiológicos e psicológicos. Os
primeiros seriam aqueles cujo comportamento se submete ao repouso, ao estômago
e ao sexo, enquanto os outros são os que vivem conforme o sentimento e a mente.
Comentando o assunto, Dr. Bezerra disse que preferia considerar que há homens
que ainda transitam sob o comando da sua natureza animal, primitiva, há os que
vivem sob a predominância da natureza espiritual e os que se encontram na fase
intermediária, em caminho do estágio mais grosseiro para o mais sutil. O homem
no qual predomina a natureza animal reage sempre e com violência; detém o que
tem e não reparte, em razão do egoísmo que o vitima. Aquele em quem a natureza
espiritual se destaca, porque pensa com calma, age, nas circunstâncias mais
graves, preservando o equilíbrio; possui sem reter, multiplicando a benefício
do próximo, promovendo a comunidade onde se encontra e desenvolvendo os
sentimentos do altruísmo, que o felicita. (Obra citada, cap. 19, pp. 241 a
243.)
86. Dos três
grupos mencionados por Dr. Bezerra, qual reúne o contingente mais numeroso?
Segundo Dr. Bezerra, há nos quadros sociais da Terra uma
prevalência de homens-instinto, em relação a um número menor de homens-razão,
que se empenham por criar condições de progresso e realização em favor dos que
estão atrás. E, movimentando-se entre os dois contingentes, há os que despertam
para as realidades espirituais, galgando os degraus de ascensão a duras penas.
Explicou o Benfeitor: “Estagiando uma larga faixa dos Espíritos na primeira
fase, suas paixões são agressivas; seus desejos, dominadores; suas aspirações,
primitivas, sem as resistências morais que dão valor ético ao ser, partindo
para sucessivos revides e cobranças, quando contrariados nos seus gostos ou
feridos nos seus falsos brios, ou desagradados nos seus apetites”. (Obra
citada, cap. 19, pp. 243 e 244.)
87. Nos
processos obsessivos, quem é o mais desventurado: o obsidiado ou o chamado
obsessor?
É preciso primeiro lembrar que a ocorrência da enfermidade
obsessiva somente se dá porque os litigantes são afins, sendo a aparente vítima
o endividado, e o cobrador, que deveria perdoar, o infeliz real, alguém carente
de socorro e misericórdia. Carente de socorro, para que adquira a paz; de
misericórdia, a fim de que se desembarace do sofrimento que se alonga desde a
hora em que foi ludibriado, traído ou abandonado, e que, mantendo-se na injusta
exigência de reparação, passa para a posição mais desditosa, que é a de algoz.
Diante, pois, de perseguidos e perseguidores, nunca se deve esquecer que o mais
desventurado é aquele que se vinga, porquanto agride as Leis da Vida e gera
animosidade para si mesmo. Mas ele assim procede por loucura decorrente da
infelicidade que o domina. (Obra citada, cap. 19, pp. 244 a 246.)
88. Pode alguém
nascer com paralisia em face de um tiro que, no passado, ele próprio desferiu
contra seu cérebro?
Sim. Esse era o caso do filho do Diretor-Presidente da
instituição focalizada neste livro. Sua paralisia era resultado do tiro que lhe
afetou a razão, destruindo o órgão dela encarregado. O cérebro atingido por
ele, em face do gesto de revolta contra a vida, deixou impressões no
perispírito, que lhe modelou a nova usina mental com as deficiências
correspondentes à ação nefasta. (Obra citada, cap. 19, pp. 248 a 250.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_17.html
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