segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 10

 

Damos prosseguimento neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

73. É lícito afirmar que a doutrinação é uma terapia de amor?

Certamente. Essa frase, aliás, foi dita por D. Emerenciana ao próprio autor desta obra, nos seguintes termos: “A doutrinação, amigo Miranda, é uma terapia de amor e somente com essa força, em nosso campo de ação espiritual, logramos o resultado a que ela se propõe. A informação lógica rompe as barreiras mentais e auxilia a razão, todavia, só o amor bem vivido arrebenta as algemas do ódio, da indiferença e proporciona o perdão”. “Longos discursos e debates mediúnicos em muitos Núcleos espíritas às vezes servem apenas para a exibição de cultura e habilidade verbal; raramente para esclarecer e libertar os que se sentem lesados e estão sofridos, buscando entendimento, mesmo sem que se deem conta disso, e socorro.” (Loucura e Obsessão, cap. 16, pp. 210 a 212.)

74. Que requisitos exige o tratamento das alienações mentais, incluindo-se aí as obsessões?

O tratamento exige moralidade, paciência, fé e títulos de enobrecimento por parte daqueles que se lhe dedicam ao mister. O terapeuta comum, quando portador desses requisitos, exterioriza a força curadora que passa a envolver o paciente, dando-lhe ou aumentando-lhe as resistências. Ao mesmo tempo, uma conduta exemplar confere méritos àquele que a possui, atraindo a consideração e complacência dos Bons Espíritos que passam a auxiliá-lo, dele se utilizando na ação do Bem. No que tange ao labor terapêutico para as obsessões, tais requisitos são fundamentais, porquanto, não os identificando naqueles que os aconselham, os Espíritos doentes rechaçam-lhes as palavras, ante a evidência de que elas são expressas sem conteúdo de verdade, pois que não são vividas. O doutrinador espírita deve, pois, verbalizar e viver o ensino, pelas realizações íntimas e externas que produz. (Obra citada, cap. 17, pp. 213 e 214.)

75. É verdade que o tratamento realizado na reunião mediúnica prossegue no plano espiritual?

Sim, é verdade. O trabalho prossegue além das vibrações materiais com maior intensidade. Há quem estranhe tal providência, esquecendo que, antes da divulgação do Espiritismo, os socorros desobsessivos eram processados dentro desses padrões, o que, aliás, ainda é feito nos lugares aonde a Doutrina Espírita não chegou ou a mediunidade esclarecida não é utilizada como deveria. Conjugando-se os esforços, em ambos os lados da vida, mais eficientes e rápidos são os resultados, ensejando às criaturas encarnadas o conhecimento da realidade de ultratumba e a aquisição de valores pela ação da caridade desenvolvida. (Obra citada, cap. 17, pp. 215 a 217.)

76. É verdade que ninguém se encontra sozinho, por mais que o deseje?

Sim, é verdade. Foi exatamente isso que D. Emerenciana disse ao jovem Carlos: “Tudo é vida, são bênçãos, e ninguém se encontra sozinho, por mais que o deseje. O nosso irmão Empédocles, por exemplo, está aqui conosco, acompanhando todas as suas ansiedades e dores, intercedendo ao Pai em favor de ambos. Tem razão, a nossa filha, ao afirmar: ‘como se ele ainda estivesse aqui conosco’. A morte não apaga sequer as lembranças, quanto mais a vida. Prosseguimos, além do corpo, rumando para Deus, conforme ensinam todas as religiões, com pequenas variantes. A vida é, desse modo, um tesouro de alto preço, que nos cumpre valorizar cada vez mais”.  (Obra citada, cap. 17, pp. 218 a 220.)

77. D. Emerenciana, ao conversar com Lício, informou-o de forma clara sobre os fatos ocorridos naqueles dias?

Sim. Além de se reportar aos acontecimentos que já relatamos, ela lhe disse que havia tomado providências para interromper a cilada que fora programada pelo Espírito que o perseguia. “Tratava-se de um estratagema do mal, para apressar a tragédia”, disse-lhe Emerenciana. “Você ainda não está livre de novas circunstâncias afligentes, sendo-lhe necessário vigiar e orar muito, até vencer este período de adaptação emocional e orgânica. Conforme você se recorda do sonho, naquela noite decisiva, a sua vida atual é o refluir dos atos passados, quando Annette e Filipe se comprometeram...” Enunciados esses nomes, Lício recordou-se do encontro espiritual, agora se conscientizando dele. Auxiliando-o na evocação das cenas, a Benfeitora completou: “O seu tio é o companheiro de desditas, por duas vezes perturbador do seu antigo esposo, a quem você igualmente infelicitou”.  “Isto, no entanto, é o passado e o que agora nos importa são as realizações presentes em favor do futuro.” (Obra citada, cap. 17, pp. 221 e 222.)

78. Por que D. Emerenciana recomendou ao jovem Lício estudar o Espiritismo com base nas obras de Allan Kardec? 

Essa pergunta foi feita também pelo autor deste livro ao Dr. Bezerra de Menezes, que assim respondeu: “A verdade é universal e não é patrimônio, que saibamos, de ninguém. Allan Kardec foi o missionário escolhido para trazer ‘O Consolador’, unir a Ciência à Religião, colocar a ponte entre a Razão e a Fé, legando à Humanidade essa Obra ímpar, que é o Espiritismo. Ora, da mesma forma que os homens – Espíritos encarnados – o estudam, na Terra, nós outros – Espíritos desencarnados – compulsamos os seus livros para aprender, como você também o faz, e aprofundar observações e estudos maiores, em razão de nos encontrarmos no mundo das causas, vivenciando experiências mais especiais. A Benfeitora assim procedeu porque conhece essa Fonte inexaurível, que é o Espiritismo, e encaminha, quantos lhe podem assimilar e viver o conteúdo, a Instituições Espíritas fiéis à Codificação, aplicando a caridade maior, que é a de iluminar as consciências humanas, a fim de não mais se comprometerem.” (Obra citada, cap. 17, pp. 222 a 224.)

79. Fazer o bem é menos dorido do que o mal que praticamos?

Evidentemente. Embora muitos reclamem de que fazer o bem dá trabalho e às vezes impõe sacrifícios, a verdade é que o peso disso – da abnegação, do devotamento, da bondade e dos testemunhos de amor – é infinitamente menor do que o peso do remorso na consciência humana. (Obra citada, cap. 18, pp. 227 e 228.)

80. Na seara do Pai, quanto mais se dá, mais se recebe. Como esse preceito evangélico se reflete na prática da mediunidade?

A resposta a essa pergunta se encontra nesta explicação dada por D. Emerenciana: “Os que aplicam as horas nos jogos das paixões dissolventes gastam as forças físicas e emocionais, como alguém que acende uma vela pelas duas extremidades, queimando excesso de combustível, o que acelera a sua extinção. Em nosso campo de atividade, conforme é do conhecimento do nosso Miranda, quanto mais se dá, mais se recebe. O intercâmbio mediúnico, em clima de amor e de serviço pelo próximo, proporciona permuta de forças que se renovam e estimulam, no organismo perispiritual, a regeneração celular, o surgimento de outras saídas, sem desgaste excedente de energias”. “Em tudo, a vigência das Leis da Causalidade... Conforme a criatura atua, assim se situa.” (Obra citada, cap. 18, pp. 229 a 231.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_10.html

 

 

 

 

 

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