Os mortos nos falam
Padre François Brune
Parte 11
Continuamos o estudo metódico e sequencial do livro Os mortos nos falam, de autoria do padre François Brune. O estudo baseia-se na primeira edição em português desta obra, publicada pela Edicel em 1991.
Embora este livro não seja,
propriamente falando, um clássico espírita, trata-se de uma ótima contribuição
de publicação recente que confirma a realidade das manifestações dos chamados
mortos.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Após a morte, o destino da pessoa está definido ou há
oportunidade de mudança?
B. Descer aos Infernos é diferente de descer ao Inferno?
C. A reencarnação pode ocorrer envolvendo famílias
inteiras?
Texto para leitura
131. Quanto ao progresso das pessoas
após a morte, padre Brune discorda do ensinamento habitual dos catecismos
católicos romanos e afirma: “Ninguém está definitivamente preso pela morte,
contra ou a favor de Deus. Após a morte, tudo ainda é possível”. Abandonamos os
catecismos, mas reencontramos as Escrituras. São Pedro, por exemplo, diz que
Cristo, após sua morte, foi pregar até aos Espíritos em prisão, aos que foram
incrédulos outrora. Ora, se o Cristo foi pregar aos mortos que eram incrédulos
no momento de sua morte, sua pregação não teria qualquer sentido se não pudesse
ter eficácia. (P. 210)
132. Descer aos Infernos é diferente
de descer ao Inferno. O termo “Infernos” não tem qualquer conotação de danação;
trata-se simplesmente de “lugares inferiores”. Pierre Monnier confirma a validade
da pregação de Jesus nos lugares inferiores, ao dizer à sua mãe: “Nos
‘Infernos’, ainda há tempo de se converter e escapar do Inferno (neste caso, no
sentido de danação). Até depois da morte, o Evangelho é pregado aos culpados
para arrancá-los do império do Mal, do Inferno”. Mais adiante, Pierre é ainda
mais explícito: “Quando Pedro, o apóstolo, fala da missão de seu Mestre
espiritual na morada dos mortos, não se trata de um mito, como argumentam
alguns teólogos – argumentação gratuita que confunde a fé. Trata-se da visão
gloriosa da Misericórdia de Deus para com os pecadores. Como Jesus despido da
carne, nós também – seus missionários celestes – vamos até nossos irmãos
desolados ou culpados para ensinar-lhes o Evangelho...” (P. 210)
133. Capítulo VIII - A reencarnação: última provação da alma infeliz –
Que acontece, então, aos falecidos que mais recusaram o Amor? Pierre Monnier
afirma que Deus lhes concede uma segunda oportunidade e permite-lhes voltar à
Terra. É a reencarnação. Muitos outros mensageiros afirmam a mesma coisa e
padre Brune concorda com essa informação. (P. 213)
134. Segundo Pierre Monnier, a
reencarnação ocorre, às vezes, com muito menor frequência do que alguns
imaginam. Ela é muitas vezes aconselhada como sendo o meio mais rápido de
realização da evolução espiritual, obrigatória para que se atinja a felicidade
para a qual tendemos todos, e que só conheceremos na fusão com Deus. A
reencarnação seria, no entanto, por assim dizer, sempre facultativa. Isto, na
concepção do Espírito de Pierre Monnier. (P. 213)
135. A reencarnação ocorre, às vezes,
em famílias inteiras, ou quase. Pais que arrastaram seus filhos em sua
infelicidade, pedem para reparar a falha dando à luz, novamente, os mesmos
filhos. (PP. 214 e 214)
136. A posição de François Brune –
favorável à doutrina da reencarnação – é, no entanto, bastante curiosa: 1) ele
não crê que, em relação às criaturas humanas, a reencarnação constitua uma
regra. Ela seria, antes, uma medida adotada em caráter excepcional para casos
determinados; 2) embora acredite nessa tese, não está convencido de que já
tenhamos obtido provas absolutas da existência do fenômeno; 3) ele diz que, ao
contrário do que sempre se fala, a doutrina da reencarnação era completamente
desconhecida no Egito antigo, na Suméria, na Assíria, em Babilônia, entre os
Vedas e os hebreus; 4) não considera argumentos válidos pró-reencarnação os
episódios do Evangelho a respeito do cego de nascença e da vinda de Elias; 5)
admite porém que no tempo do Cristo a doutrina começava a nascer, porquanto,
segundo Flávio Josefo, os Fariseus acreditavam em suplícios eternos, destinados
aos maus, e na reencarnação destinada aos bons, e, mais tarde, na Cabala, tal
doutrina ocuparia um lugar importante; 6) ele afirma que, ao contrário do que
alguns dizem, a Igreja jamais pregou a reencarnação, embora também nunca a
tenha formalmente condenado. (PP. 214 a 216)
137. Quanto às vozes do Além,
recebidas em fitas magnéticas, elas longe estão de solucionar o caso, porque,
segundo a senhora Schäfer, têm sido recebidos por esse meio todos os tipos de
opinião, desde: “claro, a reencarnação existe, todos passam por ela”, até: “mas
é um absurdo, isto não existe!”, passando por: “não sei de nada”. (P. 217)
138. Padre Brune, depois de reconhecer
que Albert Pauchard continua, mesmo no Além, cada vez mais convencido da
realidade dessa doutrina, elabora uma série de considerações de natureza
filosófica tendentes a mostrar que a reencarnação não seria, como alguns
pensam, indispensável à compreensão das aparentes injustiças da existência e da
lei do Karma. Aos que afirmam que uma só existência não basta para nossa
evolução, padre Brune responde que os que dizem isto não compreendem que a vida
continua no Além, onde também se pode perfeitamente progredir. (PP. 218 a 226)
139. Na sequência, ele disserta sobre
o que significa efetivamente a reencarnação nas concepções do Ocidente e do
Oriente. E afirma não considerar como prova da reencarnação a chamada memória
extracerebral, em que crianças descrevem lugares, pessoas e fatos relacionados
com uma vida anterior. “Tais lembranças são autênticas, eu admito”, diz padre
Brune. “E também referem-se a vidas anteriores. Mas nada me obriga a crer que
se trate da mesma pessoa.” (PP. 227 a 231)
140. Brune tende a resolver pela
influência de Espíritos o que, na verdade, seriam reminiscências do passado, e
procede do mesmo modo com relação aos gênios precoces, como Mozart e outros.
(PP. 231 a 236. Ver também p. 239)
141. Capítulo IX - O retorno aos mundos da felicidade – Padre Brune abre
este capítulo dizendo que o termo anjo tem sido mencionado por um grande número
de mensageiros, para designar os falecidos mais evoluídos em condições de nos
ajudar. Essa palavra não tem, pois, para eles, qualquer outro sentido; aliás,
afirmam não terem conhecido no Além “anjos”, no sentido comum da palavra. Há
mensageiros que dizem, no entanto, que existem seres espirituais que jamais
viveram na Terra, nem em qualquer outro planeta, ou seja, jamais “encarnaram”
no nível em que se situa nossa matéria, o que não implica dizer que não tenham
um corpo. (N.R.: Esta última informação é rejeitada frontalmente pela Doutrina
ensinada pelos Espíritos Superiores, que atestam ser a “encarnação”
absolutamente indispensável à evolução da alma.) (P. 237)
142. Falando sobre o meio espiritual,
Alain Tessier, morto em acidente de moto, diz que os não encarnados são muito
mais numerosos do que os encarnados, ou seja, há mais mortos do que vivos. E
eles nos influenciam muito. A influência dos “bons” equilibra a influência dos
“maus”. (P. 238)
143. Padre Brune lembra que alguns
acreditam que só podemos realizar descobertas científicas na Terra, quando as
mesmas foram feitas no Além, o que explicaria o fato de uma mesma descoberta
ser realizada, quase que simultaneamente, por equipes de pesquisadores
completamente independentes. Essa ação se exerceria também nas obras de arte e
na literatura. Assim, as inúmeras representações de um anjo soprando ao ouvido
de um escritor inspirado não são tão ingênuas quanto geralmente parecem. (PP.
238 e 239)
Respostas às
questões preliminares
A. Após a morte, o destino da pessoa está definido ou há
oportunidade de mudança?
Tratando do assunto, padre François
Brune é categórico: “Ninguém está definitivamente preso pela morte, contra ou a
favor de Deus. Após a morte, tudo ainda é possível”. Segundo ele, abandonamos
os catecismos, mas reencontramos as Escrituras. São Pedro, por exemplo, diz que
Cristo, após sua morte, foi pregar até aos Espíritos em prisão, aos que foram
incrédulos outrora. Ora, se o Cristo foi pregar aos mortos que eram incrédulos
no momento de sua morte, sua pregação não teria qualquer sentido se não pudesse
ter eficácia. (Os mortos nos falam,
pág. 210.)
B. Descer aos Infernos é diferente de descer ao Inferno?
Sim. O termo “Infernos” não tem
qualquer conotação de danação; trata-se simplesmente de “lugares inferiores”.
Pierre Monnier confirma a validade da pregação de Jesus nos lugares inferiores,
ao dizer à sua mãe: “Nos ‘Infernos’, ainda há tempo de se converter e escapar
do Inferno (neste caso, no sentido de danação). Até depois da morte, o
Evangelho é pregado aos culpados para arrancá-los do império do Mal, do
Inferno”. Mais adiante, Pierre é ainda mais explícito: “Quando Pedro, o
apóstolo, fala da missão de seu Mestre espiritual na morada dos mortos, não se
trata de um mito, como argumentam alguns teólogos – argumentação gratuita que
confunde a fé. Trata-se da visão gloriosa da Misericórdia de Deus para com os
pecadores. Como Jesus despido da carne, nós também vamos até nossos irmãos
desolados ou culpados para ensinar-lhes o Evangelho...” (Obra citada, pág.
210.)
C. A reencarnação pode ocorrer envolvendo famílias
inteiras?
Sim. A reencarnação ocorre, às vezes,
em famílias inteiras, ou quase. Pais que arrastaram seus filhos em sua
infelicidade, pedem para reparar a falha dando à luz, novamente, os mesmos
filhos. A posição de François Brune – favorável à doutrina da reencarnação – é,
no entanto, bastante curiosa: ele não crê que, em relação às criaturas humanas,
a reencarnação constitua uma regra. Ela seria, antes, uma medida adotada em
caráter excepcional para casos determinados. O Espiritismo, porém, ensina coisa
diferente e afirma que a reencarnação é absolutamente necessária ao progresso
dos Espíritos. (Obra citada, pp. 213 e 214.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_07.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário