sábado, 16 de julho de 2022

 



Kardec e temas polêmicos nas reuniões espíritas

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

“Não vos esqueçais de que a tática de vossos inimigos encarnados e desencarnados é dividir-vos.” — Allan Kardec (In: Viagem espírita em 1862 e outras viagens)

 

Salve, leitores!

Começo lembrando a resposta recebida por Allan Kardec quando, n’O Livro dos Espíritos, na questão 932, indagou: “Por que, neste mundo, a influência dos maus geralmente sobrepuja a dos bons?” Em resposta, foi-lhe dito o seguinte: “Por fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos; os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, haverão de preponderar”. 

Cito abaixo a posição de Allan Kardec sobre o respeito que devemos ter para com as ideias e opiniões alheias e sua recomendação aos espíritas para não entrarem em disputas ideológicas. Começo com a informação de que, numa de suas viagens pela Europa, Kardec louva o comportamento dos espíritas da Sociedade de Bordeaux com as seguintes palavras:

 

[...] tudo se passou como devia ter-se passado, entre gente que tem por divisa: “Fora da caridade não há salvação”, e que professa a tolerância por todas as opiniões e todas as convicções. Por isso, nas alocuções de circunstância que foram pronunciadas, nem uma palavra foi dita que pudesse ferir a mais sombria suscetibilidade; se os nossos maiores adversários aí se encontrassem, não teriam ouvido uma palavra, nem uma alusão que lhes dissesse respeito. (In: Viagem Espírita em 1862 e outras viagens de Allan Kardec. Cap. Breve excursão espírita)

 

É sempre melhor, para nossa saúde mental, agir como recomenda Kardec, em nota, aos espíritas: “Em caso de dissidência, aquele que crer estar com a razão deverá prová-lo, sendo mais caridoso e benevolente. O erro estará, evidentemente, com aquele que denegrir o outro e atirar-lhe a pedra.” (Op. cit. Projeto de regulamento para o uso dos grupos e pequenas sociedades espíritas).

O espírita, em suas reuniões, igualmente, não deve se envolver em polêmica política, segundo Kardec:

 

Também não vos deixeis cair nessa armadilha; afastai cuidadosamente de vossas reuniões tudo quanto disser respeito à política e às questões irritantes; nesse caso, as discussões não levarão a nada e apenas suscitarão embaraços, enquanto ninguém questionará a moral, quando ela for boa (Revista Espírita, fev. 1862).

 

Isso não significa nossa alienação mental, demonstrada por posturas chamadas popularmente de “Maria vai com as outras” ou de “vaquinha de presépio”. A primeira é a dos que aceitam tudo sem pesquisar se é fake, por acreditarem no que ouvem sem ideias próprias formadas sobre o assunto; a segunda é a dos que concordam com tudo o que ouvem, desde que lhes satisfaça à opinião, sem a humildade de aceitar o que lhes contrarie as ideias prévias, ainda que estejam erradas.

 

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Um comentário:

  1. Pudesse explicar melhor sobre polêmica política, pois pode dar a ideia errônea de haver a orientação de não nos envolvermos na política da nossa sociedade, (referente a partidos políticos, candidatura política, serviços públicos etc) enquanto devemos exercer o exercício de cidadão que busca a melhoria do todo. Dando nosso exemplo de moral, monstrando que é possível exercer mandatos de forma honesta.

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