A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 25
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo é publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Os Espíritos que habitam os planos
espirituais mais afastados da crosta terrestre são mais adiantados?
B. Em nosso meio só quem dispõe de
recursos econômicos é que pode morar em grandes e boas casas. Dá-se o mesmo no
Mundo Espiritual?
C. Há no Mundo Espiritual escolas e
estabelecimentos de ensino, tal como ocorre em nosso plano?
Texto para
leitura
320. Após o relato sobre o Plano
Espiritual, que sucede à vida corpórea, cumpre-nos dizer algo sobre o mais
Além. É claro que, a esse respeito, não podemos apresentar grandes
conhecimentos; aliás, parece suficiente saber o ponto da jornada a que temos de
chegar. Daí para diante, outras luzes nos iluminarão a estrada, e novos
conhecimentos melhor nos esclarecerão para demandarmos a meta que o Pai nos
assinalou. (A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)
321. Em todo o caso, podemos aventurar
mais um passo no Caminho do Futuro que nos espera e tecer algumas considerações
sobre a Vida Superior. Todos devem saber que a nossa atmosfera, desde aquela
que circunda o globo, até a que fica na fronteira dos outros planetas, como já
dissemos, não é igual. Pela mesma forma vemos que o nosso mundo é constituído
de camadas sobrepostas, conforme ensina a Geologia. As escavações mostram
camadas que se sucedem de distância a distância. Na atmosfera dá-se o mesmo;
ela é composta de camadas superpostas. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo espiritual.)
322. Da Terra a uma certa distância, a
matéria que existe em abundância é o oxigênio, gás imponderável aos sentidos
humanos, não obstante matéria ainda, dado que muito grosseira aos sentidos da
alma, sentidos psíquicos, ou espirituais. Pois bem; em subindo, mais diminui o
oxigênio, e assim por diante, a matéria vai-se rarefazendo, tornando-se cada
vez mais sutil. Isto acontece sempre gradativamente, porque na Natureza não
pode haver transições bruscas. Nada passa de um estado para outro, sem que
primeiro passe por um estado intermediário. (Obra citada – Cap. XXIII – Os
planos subsequentes ao mundo espiritual.)
323. Esses círculos que envolvem a
Terra, e se diferenciam pela fluidez da matéria que os compõe, são as Esferas
Espirituais, cada qual mais adiantada em sentido ascendente, do Mundo dos
Espíritos. São outros tantos mundos, cada um mais evoluído, mais perfeito, mais
belo e admirável que o precedente. Os Espíritos que nunca deixaram as regiões
inferiores só podem fazer pálida ideia desses planos superiores, e, ainda
assim, se algum Espírito Superior os revelar. (Obra citada – Cap. XXIII – Os
planos subsequentes ao mundo espiritual.)
324. Cada mundo inferior é o reflexo
do mundo imediatamente superior, e, assim como a matéria se rarefaz, elevada à
quintessência, assim também, quanto mais afastados estiverem os planos
espirituais, mais adiantados serão os Espíritos que neles habitarem, devido à
fluidez, à rarefação, em suma, à perfeição da matéria em que se acham. (Obra
citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)
325. É lógico, pois, e concludente,
que sempre vamos subindo para um estado melhor aproximando-nos, gradativamente,
da mais real felicidade, pois esta depende da espiritualização. E, para melhor
incentivar os Espíritos no trabalho contínuo de evolução, ocorre uma lei
natural, segundo a qual aqueles que moram nos degraus superiores podem baixar
aos degraus inferiores; mas aqueles que moram nos planos inferiores não podem
subir aos superiores. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao
mundo espiritual.)
326. O estabelecimento das residências
no Mundo Espiritual não se realiza, como acontece no plano terrestre, com a
reunião dos afortunados ou dos desafortunados. Aqui, os afortunados têm
recursos e moram em grandes e boas casas; os que não os têm, moram nos
arrabaldes, nos sítios e em casebres. E os desafortunados do mundo, parece, só
existem para servirem aos que têm fortuna! No Plano Espiritual não é a mesma
coisa: lá, as moedas correntes são a virtude e o conhecimento; em duas
palavras: Caridade, Sabedoria. São estes os tesouros que os ladrões não roubam,
os vermes não estragam, as traças não roem, a ferrugem não extingue. Eis por
que é indispensável àquele que não quiser sofrer, mas sim gozar, acumular essa
fortuna incorruptível. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao
mundo espiritual.)
327. Façamos agora um esforço
intelectual, ergamo-nos num salto mais arrojado, atravessemos essas camadas
superpostas e elevemo-nos até à órbita da Terra. A órbita é o caminho que o
nosso mundo percorre, é a área em que ele como que tem direito de agir, de andar,
de caminhar. Os demais mundos espirituais que o circundam, têm, também, suas
órbitas ainda que mais fluídicas na medida da rarefação de cada um, e fazem
também o seu percurso anual. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes
ao mundo espiritual.)
328. A Terra percorre sua órbita
velozmente e, além desse percurso, que é o de translação, o nosso mundo tem o
movimento de rotação em torno do seu eixo magnético, em que gasta 23 horas, 56
minutos e 4,095 segundos. Pois bem, outros planetas do nosso sistema têm os
mesmos movimentos; uns fazem seu percurso em menos tempo, outros em mais,
sempre em relação à distância em que se acham do Sol. (Obra citada – Cap. XXIII
– Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)
329. Acresce ainda que todos esses
planetas, e suas camadas atmosféricas, são habitados por seres mais ou menos
inteligentes do que nós. Podemos, entretanto, afirmar que entre os mundos do
nosso Sistema Solar Mercúrio e Vênus são inferiores à Terra; Marte, Júpiter, Saturno,
Urano, Netuno lhe são superiores. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo espiritual.)
330. Vênus e Mercúrio estão mais
próximos do Sol, fazem o seu movimento de rotação com o seu eixo muito
inclinado; não podem ser superiores, pois as condições de vida ali são
demasiado inclementes. Devem existir planetas onde as condições de Vida podem
ser mais promissoras. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao
mundo espiritual.)
331. A Terra é, pois, o 3º planeta,
não só na ordem de distância do Sol, mas também, talvez, quanto às condições de
inferioridade; aqui predominam o mal, o sofrimento, a ignorância. E que diremos
desses dois planetas ainda mais atrasados que a Terra? Pois é justamente para
esses planetas, e outros em formação, que estão sendo exilados os Espíritos
rebeldes, que fizeram da Terra um inferno dantesco, bem como aqueles em cujo
coração predomina o mal. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao
mundo espiritual.)
332. Ocorre com o nosso planeta o que
se deu com outros planetas: foi preciso excluir da sua Humanidade os rebeldes e
retardatários que entravavam o seu progresso, como se deu com a raça adâmica da
lenda bíblica, que foi excluída do Paraíso (mundo superior), para sofrer, aqui,
as consequências dos seus erros, e, ao mesmo tempo, trazer-nos o progresso que
haviam até então conquistado. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo espiritual.)
333. É de notar que essas vagas
deixadas pelos Espíritos que saem, serão preenchidas por Espíritos de melhores
condições, sendo, por isso, perfeitamente aceitável a descida ao nosso mundo de
Espíritos de outros planetas: saem os piores, vêm os melhores. O que, porém, se
precisa frisar é que a vida normal do Espírito não é na Terra, mas sim nessas
esferas, ou mundo extraplanetários que constituem o Mundo Espiritual. (Obra
citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)
334. A existência terrestre não é mais
que uma encarnação, uma espécie de internato onde cada qual se vem especializar
num certo conhecimento, adaptável à sua modalidade inconsciente psíquica. (Obra
citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)
335. No Mundo Espiritual, existem
muitos meios de instrução, muitos estabelecimentos de ensino, muitas escolas de
progresso, além dos que existem na Terra. E as reencarnações, na Terra,
dependem do grau de materialidade dos Espíritos que aqui se encarnam, sejam de
que ordem forem. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo
espiritual.)
336. Todos os Espíritos têm um lugar
no Mundo Espiritual, e cada um deles recebe instrução, proteção e auxílio
daquele que lhe é superior. A harmonia e a ordem regem esse mundo admirável.
Durante as encarnações, o Espírito grava, numa parte do seu
"inconsciente", os conhecimentos que adquire. Quando volta ao Mundo
da Realidade, acrescenta, às demais parcelas de conhecimentos adquiridos, mais
esse de sua última existência. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo espiritual.)
337. Na Vida Maior, o Espírito retoca,
corrige, aumenta esses conhecimentos, até que, com sua relativa perfeição nessa
esfera, completa a obra, para começar uma outra em mais elevada esfera. De modo
que, em nossa existência, há sempre atos a modificar, princípios a corrigir e
conhecimentos a adquirir. Só depois do progresso realizado, progresso esse que
é sempre relativo, é que terminamos nossa obra, ou começamos outra. (Obra
citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)
338. O "inconsciente" é o
conjunto dos "conscientes" modificado, corrigido, aumentado. Só a
real individualidade, o Ser total, o possui na íntegra, ao passo que o
"consciente" é uma espécie de caixa de registro da
"personalidade", ou seja, do "ser encarnado”. (Obra citada –
Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)
Respostas às
questões preliminares
A. Os Espíritos que habitam os planos espirituais mais
afastados da crosta terrestre são mais adiantados?
Sim. Os círculos que envolvem a Terra
se diferenciam pela fluidez da matéria que os compõe. Como a matéria se rarefaz
quanto mais afastados estiverem os planos espirituais da crosta terrestre, mais
adiantados serão os Espíritos que neles habitarem, devido à fluidez, à
rarefação, em suma, à perfeição da matéria em que se acham. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XXIII – Os
planos subsequentes ao mundo espiritual.)
B. Em nosso meio só quem dispõe de recursos econômicos é
que pode morar em grandes e boas casas. Dá-se o mesmo no Mundo Espiritual?
Evidente que não. O estabelecimento
das residências no Mundo Espiritual não se realiza, como acontece no plano
terrestre, com a reunião dos afortunados de um lado e dos desafortunados no
outro. No Plano Espiritual as moedas correntes são a virtude e o conhecimento;
em duas palavras: Caridade, Sabedoria. São estes os tesouros que os ladrões não
roubam, os vermes não estragam, as traças não roem, a ferrugem não extingue.
Eis por que é indispensável àquele que não quiser sofrer, mas gozar, acumular
essa fortuna incorruptível. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes
ao mundo espiritual.)
C. Há no Mundo Espiritual escolas e estabelecimentos de
ensino, tal como ocorre em nosso plano?
Sim. No Mundo Espiritual existem
muitos meios de instrução, muitos estabelecimentos de ensino, muitas escolas de
progresso, além dos que existem na Terra. Todos os Espíritos têm um lugar no
Mundo Espiritual, e cada um deles recebe instrução, proteção e auxílio daquele
que lhe é superior. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo
espiritual.)
Observação:
Para acessar a Parte 24 deste estudo,
publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/07/blog-post_08.html
Como consultar as matérias deste
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