sexta-feira, 15 de julho de 2022

 



A Vida no Outro Mundo

 

Cairbar Schutel

 

Parte 25

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP). 

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Este estudo é publicado neste blog sempre às sextas-feiras.

 

Questões preliminares

 

A. Os Espíritos que habitam os planos espirituais mais afastados da crosta terrestre são mais adiantados?

B. Em nosso meio só quem dispõe de recursos econômicos é que pode morar em grandes e boas casas. Dá-se o mesmo no Mundo Espiritual?

C. Há no Mundo Espiritual escolas e estabelecimentos de ensino, tal como ocorre em nosso plano?

 

Texto para leitura

 

320. Após o relato sobre o Plano Espiritual, que sucede à vida corpórea, cumpre-nos dizer algo sobre o mais Além. É claro que, a esse respeito, não podemos apresentar grandes conhecimentos; aliás, parece suficiente saber o ponto da jornada a que temos de chegar. Daí para diante, outras luzes nos iluminarão a estrada, e novos conhecimentos melhor nos esclarecerão para demandarmos a meta que o Pai nos assinalou. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

321. Em todo o caso, podemos aventurar mais um passo no Caminho do Futuro que nos espera e tecer algumas considerações sobre a Vida Superior. Todos devem saber que a nossa atmosfera, desde aquela que circunda o globo, até a que fica na fronteira dos outros planetas, como já dissemos, não é igual. Pela mesma forma vemos que o nosso mundo é constituído de camadas sobrepostas, conforme ensina a Geologia. As escavações mostram camadas que se sucedem de distância a distância. Na atmosfera dá-se o mesmo; ela é composta de camadas superpostas. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

322. Da Terra a uma certa distância, a matéria que existe em abundância é o oxigênio, gás imponderável aos sentidos humanos, não obstante matéria ainda, dado que muito grosseira aos sentidos da alma, sentidos psíquicos, ou espirituais. Pois bem; em subindo, mais diminui o oxigênio, e assim por diante, a matéria vai-se rarefazendo, tornando-se cada vez mais sutil. Isto acontece sempre gradativamente, porque na Natureza não pode haver transições bruscas. Nada passa de um estado para outro, sem que primeiro passe por um estado intermediário. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

323. Esses círculos que envolvem a Terra, e se diferenciam pela fluidez da matéria que os compõe, são as Esferas Espirituais, cada qual mais adiantada em sentido ascendente, do Mundo dos Espíritos. São outros tantos mundos, cada um mais evoluído, mais perfeito, mais belo e admirável que o precedente. Os Espíritos que nunca deixaram as regiões inferiores só podem fazer pálida ideia desses planos superiores, e, ainda assim, se algum Espírito Superior os revelar. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

324. Cada mundo inferior é o reflexo do mundo imediatamente superior, e, assim como a matéria se rarefaz, elevada à quintessência, assim também, quanto mais afastados estiverem os planos espirituais, mais adiantados serão os Espíritos que neles habitarem, devido à fluidez, à rarefação, em suma, à perfeição da matéria em que se acham. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

325. É lógico, pois, e concludente, que sempre vamos subindo para um estado melhor aproximando-nos, gradativamente, da mais real felicidade, pois esta depende da espiritualização. E, para melhor incentivar os Espíritos no trabalho contínuo de evolução, ocorre uma lei natural, segundo a qual aqueles que moram nos degraus superiores podem baixar aos degraus inferiores; mas aqueles que moram nos planos inferiores não podem subir aos superiores. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

326. O estabelecimento das residências no Mundo Espiritual não se realiza, como acontece no plano terrestre, com a reunião dos afortunados ou dos desafortunados. Aqui, os afortunados têm recursos e moram em grandes e boas casas; os que não os têm, moram nos arrabaldes, nos sítios e em casebres. E os desafortunados do mundo, parece, só existem para servirem aos que têm fortuna! No Plano Espiritual não é a mesma coisa: lá, as moedas correntes são a virtude e o conhecimento; em duas palavras: Caridade, Sabedoria. São estes os tesouros que os ladrões não roubam, os vermes não estragam, as traças não roem, a ferrugem não extingue. Eis por que é indispensável àquele que não quiser sofrer, mas sim gozar, acumular essa fortuna incorruptível. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

327. Façamos agora um esforço intelectual, ergamo-nos num salto mais arrojado, atravessemos essas camadas superpostas e elevemo-nos até à órbita da Terra. A órbita é o caminho que o nosso mundo percorre, é a área em que ele como que tem direito de agir, de andar, de caminhar. Os demais mundos espirituais que o circundam, têm, também, suas órbitas ainda que mais fluídicas na medida da rarefação de cada um, e fazem também o seu percurso anual. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

328. A Terra percorre sua órbita velozmente e, além desse percurso, que é o de translação, o nosso mundo tem o movimento de rotação em torno do seu eixo magnético, em que gasta 23 horas, 56 minutos e 4,095 segundos. Pois bem, outros planetas do nosso sistema têm os mesmos movimentos; uns fazem seu percurso em menos tempo, outros em mais, sempre em relação à distância em que se acham do Sol. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

329. Acresce ainda que todos esses planetas, e suas camadas atmosféricas, são habitados por seres mais ou menos inteligentes do que nós. Podemos, entretanto, afirmar que entre os mundos do nosso Sistema Solar Mercúrio e Vênus são inferiores à Terra; Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno lhe são superiores. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

330. Vênus e Mercúrio estão mais próximos do Sol, fazem o seu movimento de rotação com o seu eixo muito inclinado; não podem ser superiores, pois as condições de vida ali são demasiado inclementes. Devem existir planetas onde as condições de Vida podem ser mais promissoras. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

331. A Terra é, pois, o 3º planeta, não só na ordem de distância do Sol, mas também, talvez, quanto às condições de inferioridade; aqui predominam o mal, o sofrimento, a ignorância. E que diremos desses dois planetas ainda mais atrasados que a Terra? Pois é justamente para esses planetas, e outros em formação, que estão sendo exilados os Espíritos rebeldes, que fizeram da Terra um inferno dantesco, bem como aqueles em cujo coração predomina o mal. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

332. Ocorre com o nosso planeta o que se deu com outros planetas: foi preciso excluir da sua Humanidade os rebeldes e retardatários que entravavam o seu progresso, como se deu com a raça adâmica da lenda bíblica, que foi excluída do Paraíso (mundo superior), para sofrer, aqui, as consequências dos seus erros, e, ao mesmo tempo, trazer-nos o progresso que haviam até então conquistado. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

333. É de notar que essas vagas deixadas pelos Espíritos que saem, serão preenchidas por Espíritos de melhores condições, sendo, por isso, perfeitamente aceitável a descida ao nosso mundo de Espíritos de outros planetas: saem os piores, vêm os melhores. O que, porém, se precisa frisar é que a vida normal do Espírito não é na Terra, mas sim nessas esferas, ou mundo extraplanetários que constituem o Mundo Espiritual. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

334. A existência terrestre não é mais que uma encarnação, uma espécie de internato onde cada qual se vem especializar num certo conhecimento, adaptável à sua modalidade inconsciente psíquica. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

335. No Mundo Espiritual, existem muitos meios de instrução, muitos estabelecimentos de ensino, muitas escolas de progresso, além dos que existem na Terra. E as reencarnações, na Terra, dependem do grau de materialidade dos Espíritos que aqui se encarnam, sejam de que ordem forem. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

336. Todos os Espíritos têm um lugar no Mundo Espiritual, e cada um deles recebe instrução, proteção e auxílio daquele que lhe é superior. A harmonia e a ordem regem esse mundo admirável. Durante as encarnações, o Espírito grava, numa parte do seu "inconsciente", os conhecimentos que adquire. Quando volta ao Mundo da Realidade, acrescenta, às demais parcelas de conhecimentos adquiridos, mais esse de sua última existência. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

337. Na Vida Maior, o Espírito retoca, corrige, aumenta esses conhecimentos, até que, com sua relativa perfeição nessa esfera, completa a obra, para começar uma outra em mais elevada esfera. De modo que, em nossa existência, há sempre atos a modificar, princípios a corrigir e conhecimentos a adquirir. Só depois do progresso realizado, progresso esse que é sempre relativo, é que terminamos nossa obra, ou começamos outra. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

338. O "inconsciente" é o conjunto dos "conscientes" modificado, corrigido, aumentado. Só a real individualidade, o Ser total, o possui na íntegra, ao passo que o "consciente" é uma espécie de caixa de registro da "personalidade", ou seja, do "ser encarnado”. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Os Espíritos que habitam os planos espirituais mais afastados da crosta terrestre são mais adiantados?

Sim. Os círculos que envolvem a Terra se diferenciam pela fluidez da matéria que os compõe. Como a matéria se rarefaz quanto mais afastados estiverem os planos espirituais da crosta terrestre, mais adiantados serão os Espíritos que neles habitarem, devido à fluidez, à rarefação, em suma, à perfeição da matéria em que se acham. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

B. Em nosso meio só quem dispõe de recursos econômicos é que pode morar em grandes e boas casas. Dá-se o mesmo no Mundo Espiritual?

Evidente que não. O estabelecimento das residências no Mundo Espiritual não se realiza, como acontece no plano terrestre, com a reunião dos afortunados de um lado e dos desafortunados no outro. No Plano Espiritual as moedas correntes são a virtude e o conhecimento; em duas palavras: Caridade, Sabedoria. São estes os tesouros que os ladrões não roubam, os vermes não estragam, as traças não roem, a ferrugem não extingue. Eis por que é indispensável àquele que não quiser sofrer, mas gozar, acumular essa fortuna incorruptível. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

C. Há no Mundo Espiritual escolas e estabelecimentos de ensino, tal como ocorre em nosso plano?

Sim. No Mundo Espiritual existem muitos meios de instrução, muitos estabelecimentos de ensino, muitas escolas de progresso, além dos que existem na Terra. Todos os Espíritos têm um lugar no Mundo Espiritual, e cada um deles recebe instrução, proteção e auxílio daquele que lhe é superior. (Obra citada – Cap. XXIII – Os planos subsequentes ao mundo espiritual.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 24 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/07/blog-post_08.html

 

 

 

 

 

 

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