O
livro espírita
JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De
Brasília, DF
Amigo
leitor, conforme já lhe disse, há algum tempo, à noite, costumo encontrar-me
com alguns amigos espirituais. Na última noite, vi-me sentado num banco da
Federação Espírita Brasileira, em sua sede de Brasília. O ano era 1989, e o
palestrante era o nobre espírito André Luís. O tema da noite intitulava-se Ante
o livro espírita[1].
Após
a prece inicial do Sr. João de Jesus Moutinho, diretor à época que presidia a
reunião, a palavra foi passada a André, que iniciou dizendo:
Melhore
suas aquisições, buscando algo novo. Mas compre o livro espírita, que lhe indicará
o caminho para mais alta renovação.
Ampare
a escola que alfabetiza. Mas sustente o livro espírita que educa.
Consulte
o noticiário, com respeito aos sucessos do mundo. Mas ouça o livro espírita, a
fim de erguer-se a horizontes mais vastos.
Compareça
às obras de socialização e progresso. Mas ajude o livro espírita na
consolidação da verdadeira fraternidade.
Brinde
o companheiro com a novidade do dia. Mas dê-lhe o livro espírita, que é valor para
toda hora.
Aconselhe
a utilização dos produtos que favoreçam a saúde e o asseio do corpo. Mas
divulgue o livro espírita, que mantém o equilíbrio e a higiene da alma.
Observe
o cinema, o rádio, a televisão e as outras formas da arte, buscando conhecer. Mas
atenda ao livro espírita, que ensina a discernir.
Prestigie
os métodos da lavoura e as técnicas da indústria, o comércio e as obras coletivas,
tanto quanto os outros campos de ação e produção. Mas estimule o livro
espírita, que ilumina o trabalho.
Socorra
esse ou aquele irmão caído, entre as sombras da prova. Mas ofereça-lhe o livro
espírita, que aclara o entendimento.
Enriqueça
o ambiente próprio com fatores de conforto e alegria. Mas recorde que o livro
espírita é bênção de Jesus, aprimorando a vida com você e em você.
Em
seguida, André comentou cada uma das frases anteriores, começando por esta: Ampare
a escola que alfabetiza. Mas sustente o livro espírita que educa.
“A
escola é o sagrado instituto que nos faz conhecer, desde as primeiras letras,
até os notáveis inventos criados pelos homens e mulheres de gênio. Isso nos
ensinam aqueles que fazem da instrução um verdadeiro sacerdócio. Entretanto, é
preciso que a família se ocupe de sua missão educativa, a fim de que nossas más
tendências como orgulho, vaidade, impiedade, ódio... não se desviem, na
prática, da finalidade do conhecimento, que é a promoção do bem de todos. Nesse
sentido, e também para que haja harmonia, paz e contentamento no lar, sugerimos
a reunião do casal, junto à prole, quando houver, do que se convencionou chamar
de culto do evangelho no lar, durante meia hora por dia, no final das
atividades profissionais. Sugiro também que a obra básica para esses estudos
seja O Evangelho Segundo o Espiritismo, cuja leitura deve ser sequencial
e complementada por outras obras do chamado pentateuco Kardequiano, que começa
pel’O Livro dos Espíritos.”
Após
repetir e comentar cada uma das frases iniciais, Luís dissertou sobre a última:
Enriqueça o ambiente próprio com fatores de conforto e alegria. Mas recorde
que o livro espírita é bênção de Jesus, aprimorando a vida com você e em você.
“O
conhecimento, mormente o que nos proporciona a ascensão profissional, com
melhoria das condições de vida e momentos felizes, é da mais alta importância
em cada nova etapa reencarnatória. Não nos devemos esquecer, todavia, de que o
livro espírita lido, sentido, refletido e praticado, no dia a dia, é uma bênção
do Cristo incomparável, pelas luzes trazidas por ele para sempre. Examinemos
todas as boas obras espíritas que pudermos, mas comecemos por Kardec à luz do
Evangelho de Jesus. E, como recomenda-nos Paulo de Tarso: ‘retenhamos o bem’,
imitando Jesus Cristo, nosso guia e modelo, bem como Allan Kardec, ‘o bom senso
encarnado’, conforme sobre este afirmou Camille Flammarion.”
Acordei
de olhos lacrimosos, ouvindo a despedida do bondoso espírito André Luís,
acompanhado por um belíssimo coro musical do mais além: “Sigamos com Jesus em
todos os passos de nossa jornada evolutiva. Paz e luz!”
Ao
seu lado, ainda me lembro de ter visto João de Jesus Moutinho, que orava e
chorava comovido.
[1] André Luiz (espírito). Ante o
livro espírita. Psicografado por Chico Xavier. Fonte: O Espírita Mineiro,
número 210, julho/outubro de 1989.
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