domingo, 3 de julho de 2022

 



Podemos e devemos doar nossos órgãos

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

De vez em quando, aparecem nas telas da TV depoimentos de artistas e outras pessoas conhecidas do grande público conclamando o povo a nutrir simpatia pelo ato de doação dos órgãos de seus entes queridos. Tais campanhas são, com efeito, necessárias e bastante úteis, visto que se contam aos milhares os que aguardam a oportunidade de receber um transplante, algo que nada custa à família daquele que deixa este plano em seu retorno ao mundo espiritual.

No meio espírita muitos conhecem a resposta que Chico Xavier deu certa vez a alguém que lhe havia perguntado se os Espíritos consideravam os transplantes uma prática contrária à lei natural. “Não”, disse o saudoso médium. “Eles dizem que, assim como nós aproveitamos uma peça de roupa que não tem utilidade para determinado amigo, e esse amigo, considerando a nossa penúria material, nos cede essa peça de roupa, é muito natural, ao nos desvencilharmos do corpo físico, que venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com segurança e proveito.”

É bom lembrar que, no início, a questão dos transplantes não foi bem assimilada pelos espiritistas em geral. Como Allan Kardec não tratara do assunto em suas obras, as divergências a respeito não foram poucas, e é nisso que avulta a importância do que Chico Xavier disse, complementado por declarações abalizadas como a feita, à época, pelo Dr. Jorge Andréa, que, em seu livro “Psicologia Espírita”, afirmou que não há nenhuma dúvida de que, nas condições atuais da vida em que nos encontramos, os transplantes vieram para ficar e deviam, por isso, ser utilizados. “A conquista da ciência – declarou Dr. Andréa – é força cósmica positiva que não deve ser relegada a posição secundária por pieguismos religiosos.”

Hoje, passados tantos anos, ninguém tem dúvida do valor dos transplantes e dos benefícios que eles trazem, não só ao receptor, mas igualmente ao doador dos órgãos.

Se alguma dúvida houvesse, o caso Wladimir, narrado por Richard Simonetti no livro “Quem tem medo da morte?”, seria suficiente para dissolvê-la. Aos que ainda não leram referida obra, lembramos que o jovem Wladimir, valendo-se da faculdade mediúnica de Chico Xavier, revelou que, mesmo em mortes traumáticas como a que ele teve – um tiro desferido no próprio peito –, a caridade da doação é largamente compensada pelas leis estabelecidas pelo Criador.

A conclusão, por isso, é óbvia: todos podemos e devemos doar os órgãos que nosso corpo não mais utilizará depois de finda a existência corporal. A extração de um órgão não produz reflexos traumatizantes no perispírito do doador. O que lesa o perispírito, que é o nosso corpo espiritual, são as atitudes incorretas perpetradas por nós, e não o que é feito a ele ou ao corpo por outras pessoas. 

Ademais, o doador é, invariavelmente, beneficiado pelas preces e pelas vibrações de gratidão e carinho que partem dos que aqui continuam, especialmente do receptor do órgão transplantado e de seus familiares.

 


 

 

 

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