A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 27
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo é publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. É correto afirmar que a Verdade
manifesta-se gradualmente e sempre no momento adequado?
B. Tanto no plano físico, como no
plano psíquico, é verdade que tudo progride incessantemente?
C. Que papel cumpriu a série de
fenômenos registrados em 1848 na aldeia de Hydesville, nos Estados Unidos?
Texto para
leitura
355. A inviolabilidade das leis da
Natureza constitui um dos mais belos princípios do Espiritismo. Só mesmo a
Verdadeira Filosofia poderia proclamar esta verdade, afastando para bem longe
dos seus ensinos todo o caráter miraculoso que o sectarismo invoca, quando quer
fazer prevalecer ideias errôneas, sem base demonstrativa e sem o amparo de
argumentos lógicos para se poderem manter de pé. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
356. De fato, as leis da Natureza são
invioláveis, ninguém as pode aniquilar; inacessíveis a todas as investidas, são
invulneráveis às mais poderosas forças. Submissas somente à Vontade Suprema,
que as estabelecem com onisciência e perfeita previsão da sua ação sábia e
benfazeja, elas permanecem e permanecerão, fruto do fiat lux do Verbo que tudo fez e criou. (Obra citada – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
357. Não há, portanto, milagre nem
sobrenatural nos fatos, nos que se vão desenvolvendo às nossas vistas, por mais
assombrosos nos pareçam. O fogo, a luz, o vapor, e eletricidade, os raios
vitais, as claridades ódicas, as ondas hertzianas, os íons, os elétrons existem
na Natureza, de toda a Eternidade, embora só tivessem sido descobertos com o
correr do tempo e o progresso das gerações. (Obra citada – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
358. A Verdade se manifesta sempre
oportunamente e quando inteligências amadurecidas estão aptas para recebê-la.
Ela, como a principal manifestação da Lei Divina, não vem cercada de
privilégios nem de exclusivismos: é sóbria em seus cometimentos, regendo, de
modo admirável, a evolução dos povos no seu incessante caminhar para um
progresso cada vez maior em perfeição, sem jamais atingir um limite final, pois
não existem delimitações em estância alguma do Universo. (Obra citada – Cap.
XXV - Considerações Imortalistas.)
359. No plano físico, os mundos, os
corpos, tudo progride na ânsia insaciável da Estética, do Belo; no plano
psíquico, os seres se transformam e se aperfeiçoam, na Ciência, na Arte, na
Moral, nos meios de comunicações que entretêm as relações fraternas, para
aperfeiçoamento dos Espíritos, que se elevam desse modo para a Espiritualidade.
(Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
360. O homem anseia por luz, e Deus
lhe envia luz; o homem sente desejo e necessidade de progresso, e Deus lhe
faculta meios de ascensão para os planos superiores da criação. (Obra citada –
Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
361. Em 1848, a pequena aldeia de
Hydesville, nos Estados Unidos, foi abalada por fenômenos supranormais que se
originaram no seio da família Fox e vinham, por certa forma, estabelecer uma
nova orientação na vida dos homens, entregues até então à materialidade. (Obra
citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
362. Já anteriormente, Dr. J. Larkin,
médico na Cidade de Wrenthan, Massachusetts, interessado nos fenômenos do
magnetismo, obtivera, até 1847, uma série de fenômenos transcendentes, tão
maravilhosos, ou talvez ainda mais que os verificados em Hydesville. (Obra
citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
363. Não eram esses fatos senão a
reprodução acentuada de outros tantos que vinham definitivamente abrir uma era
nova para a Humanidade. Pelo menos, é o que se pode concluir das visões de
Emmanuel Swedenborg e das diversas experiências supranormais realizadas por
Yung Stiling, Lavater, Escheumayer, Zschkke, Eckartshausen, Schumann, Werner,
Gasner, Oberlim, bem como pelo Dr. Justinus Kerner, citadas cuidadosamente em
outra obra pelo autor deste livro, com o fim exclusivo de demonstrar a
generalidade da ocorrência desses fenômenos, que outra coisa não eram senão a
manifestação natural de certas leis, a suscitar a necessidade de uma meticulosa
observação que conduziria o homem à compreensão dos motivos que determinaram
esses fenômenos. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
364. Deve-se ver que tais fatos se
reproduziam com intensidade por toda parte, espontaneamente e, também,
provocados, como se verificou em algumas comunidades de Quakers, nas
experiências espíritas de Affonso Cahagnet, com a sonâmbula Adéle Maginot
(1845/48) e com o célebre vidente americano Andrew Jackson Davis, cujas obras
expõem bem claramente suas visões supranormais e suas transcendentes
revelações. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
365. Em toda a Europa, a seu turno, em
meados do século 19, não se falava em outra coisa, senão nas "mesas
girantes", novidade que chegou a constituir divertimento de salões. (Obra
citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
366. Foi quando, em vista de tão
insólitas e perturbadoras manifestações, surgiu, nascido em Lyon, um
missionário que, pondo em relevo os fatos antigos, assinalados na História,
absolutamente semelhantes aos que se estavam produzindo, e, de acordo com o
pensamento de Jesus Cristo, exarado nos Evangelhos, proclamou a Nova Revelação.
(Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
367. Sua finalidade é guiar a
Humanidade no caminho da Espiritualidade, para que se faça no mundo o Reino da
Paz e da Eternidade! Todas as manifestações do saber teriam de receber,
irrevogavelmente, um novo impulso: a Ciência, despojando-se do orgulho de
falsos conhecimentos, e a Religião, do apego a dogmas e ao mercantilismo,
unir-se-iam sob as bases inflexíveis da imortalidade. (Obra citada – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
368. O reinado do Ouro daria lugar ao
império da Verdade, para que os povos, livres dos preceitos autoritários das
Academias e das Igrejas, realizassem, pelo estudo, pela meditação e pelo
trabalho, as suas altas aspirações. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
369. Esse trabalho másculo de
desvendamento espiritual, verdadeiro deslumbramento para nós outros, que
jazíamos nas sombras da ignorância, essa codificação dos novos ensinos, que
abrangem todos os ramos do conhecimento humano, não podia prescindir da ação de
uma inteligência robusta, acima de todas as inteligências terrestres,
caracterizada pela sobriedade, pela capacidade de altos raciocínios, pela
humildade, a par da sabedoria e elevada moral. (Obra citada – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
370. Foi justamente nessa ocasião que
surgiu na França uma das maiores celebridades que o nosso mundo hospedou:
Hippolyte Léon Denizard Rivail, que se valeu do pseudônimo Allan Kardec na
publicação de suas obras. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
371. Com aquela lógica, clareza e
concisão que suas obras revelam, o grande Missionário tornou-se o maior
expoente da Verdade que o mundo precisava receber para a transformação e
redenção de seus habitantes. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
372. Aí estão, pois, os seus livros,
nos quais os leitores podem, à semelhança do sedento, imergir os lábios no
cálice do Vinho Novo, para se desfazerem das concepções obsoletas do passado,
preparando-se para surtos grandiosos nas amenas regiões da Vida Eterna. (Obra
citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
Respostas às
questões preliminares
A. É correto afirmar que a Verdade manifesta-se
gradualmente e sempre no momento adequado?
Sim. O fogo, a luz, o vapor, e
eletricidade, os raios vitais, as claridades ódicas, as ondas hertzianas, os
íons, os elétrons existem na Natureza de toda a Eternidade, embora só tivessem
sido descobertos com o correr do tempo e o progresso das gerações. É que a
Verdade se manifesta sempre oportunamente e quando inteligências amadurecidas
estão aptas para recebê-la. Ela, como a principal manifestação da Lei Divina,
não vem cercada de privilégios nem de exclusivismos: é sóbria em seus
cometimentos, regendo, de modo admirável, a evolução dos povos no seu
incessante caminhar para um progresso cada vez maior em perfeição. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
B. Tanto no plano físico, como no plano psíquico, é verdade
que tudo progride incessantemente?
Sim. No plano físico, os mundos, os
corpos, tudo progride na ânsia insaciável da Estética e do Belo. No plano
psíquico, os seres se transformam e se aperfeiçoam, na Ciência, na Arte, na
Moral, nos meios de comunicações, para aperfeiçoamento dos Espíritos, que se
elevam desse modo para a Espiritualidade. O homem anseia por luz, e Deus lhe
envia luz; o homem sente desejo e necessidade de progresso, e Deus lhe faculta
meios de ascensão para os planos superiores da criação. (Obra citada – Cap. XXV
- Considerações Imortalistas.)
C. Que papel cumpriu a série de fenômenos registrados em
1848 na aldeia de Hydesville, nos Estados Unidos?
Os fatos que ali ocorreram vieram
abrir uma era nova para a Humanidade, estabelecer uma nova orientação na vida
dos homens, entregues até então à materialidade. Surgiu, a partir daqueles
fenômenos, o Moderno Espiritualismo, nome com que o Espiritismo foi conhecido
inicialmente e cuja doutrina seria, anos depois, codificada na França por Allan
Kardec. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
Observação:
Para acessar a Parte 26 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/07/blog-post_22.html
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