quarta-feira, 6 de julho de 2022

 


Revista Espírita de 1860

 

Allan Kardec

 

Parte 4

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Que dizer aos que atribuem ao demônio as manifestações espíritas?

B. Os Espíritos mais adiantados sabem tudo?

C. Remorso e arrependimento são sinônimos?

D. Qual é um dos principais escolhos na atividade mediúnica?

 

Texto para leitura

 

79. A Revista relata que em 14/1/1860 o Sr. Lecomte, da comuna de Brix, viu o Espírito de um antigo camarada morto há dois anos e meio. A aparição lhe pedia fosse rezada uma missa. O fato repetiu-se vários dias. Na quinta vez, no dia 19, Lecomte prometeu fazê-la. No dia 27 a missa foi dita na capela escolhida pelo Espírito, que ali apareceu, próximo ao padre. (P. 124)

80. Kardec transcreve mensagem de Micael, um dos Espíritos dedicados à proteção das criancinhas, o qual agradece a Deus essa suave missão. (P. 124)

81. O Espírito de Verdade diz que a melhor resposta aos que atribuem ao demônio as manifestações espíritas é dizer o que Jesus respondia a seus perseguidores, quando formularam contra ele as mesmas acusações. (P. 126)

82. Em mensagem sobre a ostentação, um Espírito diz que a esmola feita com ostentação não agrada a Deus, mas sim aquela que é feita com toda a humildade do coração. (P. 127)

83. Francisco de Sales diz que o Espiritismo está chamado a esclarecer o mundo, mas necessita de um certo tempo para progredir, embora tenha existido desde a Criação, quando era reconhecido apenas por algumas pessoas. (P. 129)

84. Em mensagem recebida pelo Sr. Colin, está dito que os Espíritos, por mais elevados que sejam, não sabem tudo; só Deus o sabe. Além disso, de tudo quanto sabem, nem tudo podem revelar. (P. 130)

85. Um Espírito que não se identificou diz aos homens sem fé que ainda há tempo para o arrependimento penetrar seus corações. "Procurai o infeliz que não ousa lastimar-se e que a miséria mata lentamente, e o pobre que tiverdes aliviado incluirá o vosso nome em suas preces." (P. 131)

86. O Espírito de uma senhora dirige-se a seus netos lembrando que nunca é demasiado cedo para nos ocuparmos do bem e do que é bom. "Começai, pois, cedo, a vos ocupardes das coisas sérias. O tempo das futilidades é sempre longo: é inútil para o vosso progresso, o qual nem por um instante deve ser perdido de vista." (PP. 135 e 136)

87. Kardec comenta o caso da senhorita Godu, médium curadora, e afirma: "A gente interessar-se-ia por um médium de efeitos físicos, que produzisse fenômenos extraordinários; não se poderia ver com mais indiferença aquele cujas faculdades são proveitosas à humanidade, e que, além disso, nos revela uma nova força da Natureza". (P. 137)

88. Kardec diz que o Espírito é tanto mais lúcido e explícito quanto mais se comunica e, de certo modo, se identifica com o médium que lhe serve de instrumento. (P. 138)

89. A partir de 20/4/1860, as sessões da Sociedade Espírita de Paris passaram a ocorrer na Rua Sainte-Anne, no 59, passagem de Sainte-Anne. (P. 138)

90. A Revista transcreve notícia extraída das crônicas de Froissard, datadas do século XIV, que mostram a antiguidade dos fatos espíritas. (P. 142)

91. Kardec transcreve outra carta do dr. Morhéry, que dá conta das curas obtidas pela médium Désirée Godu. Desde a sua chegada até 25/4/1860 já haviam visitado mais de 200 doentes e puderam curar quase todos os que seguiram suas prescrições. (P. 148)

92. O médico diz que é sobretudo nas afecções reumáticas, nas paralisias, nas ciáticas, nas úlceras, nos desvios ósseos, nas chagas de toda espécie, que o sistema de tratamento da srta. Godu parecia dar melhores resultados. (P. 148)

93. Dr. Morhéry informa ter aprendido com a médium muitas coisas úteis, tanto para o tratamento quanto para o diagnóstico, e envia na carta fichas-resumo contendo a evolução do tratamento de 12 enfermos, em que se vê que o tratamento espiritual era feito, de ordinário, com unguentos e infusões de plantas diversas. (PP. 149 a 151)

94. A Revista noticia o curioso caso do Sr. Jardin, que previu a própria morte. Evocado por Kardec, ele explicou que seu pressentimento fora na verdade um aviso da sua esposa, falecida antes dele. (P. 153)

95. Kardec evoca o Espírito de uma que foi das principais convulsionárias de Saint-Médard, "uma pobre fanática", segundo ela mesma se definiu. (P. 155)

96. A Revista transcreve notícia publicada pela Gazetta dei Teatri, de Milão, a respeito do jovem que via diariamente, à hora do jantar, sua noiva suicida, que lhe aparecia na forma de um esqueleto ameaçador (ele a havia abandonado e contribuído indiretamente para o suicídio). (P. 160)

97. Comentando uma mensagem obtida em inglês pela srta. Huet, que não conhecia esse idioma, Kardec diz que as provas mais patentes surgem, por vezes, quando menos se espera, visto que os Espíritos têm livre-arbítrio e querem provar-nos que não estão submetidos aos nossos caprichos. (P. 164)

98. Um Espírito diz que o arrependimento sincero obtém o perdão de todas as faltas; o remorso, porém, nada tem em comum com o arrependimento. O remorso é o prelúdio do castigo; o arrependimento, a caridade e a fé nos conduzem às felicidades reservadas aos bons Espíritos. (PP. 166 e 167)

99. As faculdades de que os médiuns desfrutam atraem para eles elogios, felicitações, adulação dos homens. Eis o escolho. Se eles se deixam envolver pela vaidade, atribuindo a si o mérito de suas produções mediúnicas, os bons Espíritos os abandonam e eles tornam-se joguetes dos enganadores. (P. 167)

100. Os anjos da guarda, porém, os ajudarão com seus conselhos e os preservarão contra a influência dos maus Espíritos, se souberem escutar sua voz e fechar o coração ao orgulho, à vaidade e à inveja. (P. 167)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Que dizer aos que atribuem ao demônio as manifestações espíritas?

Segundo o Espírito de Verdade, a melhor resposta aos que atribuem ao demônio as manifestações espíritas é dizer o que Jesus respondia a seus perseguidores, quando formularam contra ele as mesmas acusações. (Revista Espírita de 1860, p. 126.)

B. Os Espíritos mais adiantados sabem tudo?

Não. Por mais elevados que sejam, eles não sabem tudo; só Deus o sabe. Além disso, de tudo quanto sabem, nem tudo podem revelar. (Obra citada, p. 130.)

C. Remorso e arrependimento são sinônimos?

Não. O remorso nada tem em comum com o arrependimento. O remorso é o prelúdio do castigo; já o arrependimento, tanto quanto a caridade e a fé, nos conduz às felicidades reservadas aos bons Espíritos. (Obra citada, pp. 166 e 167.)

D. Qual é um dos principais escolhos na atividade mediúnica?

As faculdades de que os médiuns desfrutam atraem para eles elogios, felicitações, adulação dos homens. Eis o escolho. Se eles se deixam envolver pela vaidade, atribuindo a si o mérito de suas produções mediúnicas, os bons Espíritos os abandonam e eles tornam-se joguetes dos enganadores. Os anjos da guarda, porém, os ajudarão com seus conselhos e os preservarão contra a influência dos maus Espíritos, se souberem escutar sua voz e fechar o coração ao orgulho, à vaidade e à inveja. (Obra citada, p. 167.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/06/blog-post_29.html

 

 

 

 

 

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