A Evolução
Anímica
Gabriel Delanne
Parte 1
Iniciamos nesta edição o estudo do clássico A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne, conforme a 8ª edição da tradução de Manoel Quintão, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo será publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Em quantas partes pode dividir-se o estudo do
Espiritismo?
B. Todos os Espíritos são revestidos de um invólucro invisível?
C. Qual é a meta ou objetivo final da alma?
Texto para
leitura
1. Introdução -
O estudo do Espiritismo pode dividir-se em duas partes distintas: 1ª - Análise
dos fatos concernentes ao estabelecimento de comunicações entre os vivos e os
chamados mortos; 2ª - Exame das teorias elaboradas por esses ditos mortos. A
característica deste nosso fim de século – o Autor refere-se ao século XIX – é
uma evolução radical de ideias. Homens de alta envergadura científica, embora
partindo do materialismo, lograram convencer-se de que o niilismo intelectual é
a mais balofa das utopias. (Pág. 11)
2. Podemos afirmar hoje que a sobrevivência e a
imortalidade do ser pensante são verdades demonstradas com evidência
inconfundível. O Espiritismo chegou justo na sua hora. Debalde tentaram, no
começo, combater pelo sarcasmo a nova doutrina, porque a alma afirmou-se viva
depois da morte, mercê de manifestações tangíveis que a ninguém é lícito
contestar, sob pena de insistir na pecha, aliás justa, de ignorante ou
preconceituoso. (Pág. 12)
3. Como os ridículos lançados sobre ele foram inócuos, os
negativistas mudaram de tática, pretendendo triunfar da nova ciência por meio
da conjuração do silêncio. A despeito das numerosas investigações realizadas
por físicos e químicos eméritos, a ciência oficial fechou ouvidos e olhos aos
fatos que desmentiram suas asserções, e fez constar que o Espiritismo estava
morto. (Pág. 12)
4. Essa é, contudo, uma ilusão que importa desfazer, pois
que o Espiritismo afirma-se mais do que nunca florescente. Iniciado com as
mesas girantes, o fenômeno atingiu proporções extraordinárias, respondendo a
todas as críticas por meio de fatos peremptórios e demonstrativos da falsidade
de quantas hipóteses imaginaram-se para explicá-lo. (Pág. 12)
5. À teoria dos movimentos espontâneos e inconscientes,
preconizada por Babinet, Chevreul, Faraday, os Espíritos opuseram o movimento
de objetos inanimados a se deslocarem sem contacto visível, como atesta o
relatório da Sociedade Dialética de Londres. Para destruir o argumento
predileto dos incrédulos – a alucinação –, as entidades do espaço consentiram
em fotografar-se. E foi possível também obter-se moldes dos membros de um corpo
fluídico temporariamente formado, e logo desaparecido, provas que subsistem,
como documentação autêntica da realidade das aparições. (Pág. 13)
6. Entrementes, os Espíritos davam a medida do seu poder
sobre a matéria, produzindo a escrita à revelia de todos os meios conhecidos e
transportando através de paredes, em ambientes fechados, objetos materiais. E
davam, enfim, provas de sua inteligência e personalidade, tendentes a
demonstrar que tiveram existência real na Terra. (Pág. 13)
7. Muito se disse e se escreveu contra o Espiritismo, mas
todos que hão tentado destruí-lo só conseguiram revigorá-lo e engrandecê-lo no
batismo da crítica. O fato espírita conquistou adeptos em todas as classes
sociais. Na França, Alemanha, Inglaterra, Rússia, Itália, América do Norte,
sábios ilustres deram a essas pesquisas um caráter tão rigorosamente positivo que
já se não pode hoje recusar a autoridade de suas afirmações, mil vezes
repetidas. (Pág. 13)
8. Na hora atual, nenhuma escola filosófica pode fornecer
explicação adequada aos fatos, fora do Espiritismo. Teósofos, ocultistas, magos
e evocadores diversos em vão tentaram explicar os fenômenos, atribuindo-os a
entidades imaginárias, ditas Elementais ou Elementares, cascas astrais ou
inconsciente inferior. Tudo hipóteses que não resistem a um exame sério, porque
não abrangem todas as experiências e só complicam a questão, sem necessidade. A
sobrevivência do ser pensante impôs-se, desprendida de todas as escórias; o
grande problema do destino humano está resolvido; rasgou-se o véu da morte. Não
vamos, pois, reexaminar aqui todas as provas que possuímos da sobrevivência.
Nosso objetivo é, nesta obra, estudar o Espírito encarnado, tendo em vista os
ensinos espíritas e as últimas descobertas da ciência. (Pág. 14)
9. O ensino dos Espíritos foi, como sabemos, coordenado com
superioridade de vistas e lógica irrefragável por Allan Kardec. Daí, o
tomarmo-lo por guia neste sucinto resumo. A alma, ou Espírito, é o princípio
inteligente do Universo. Indestrutível, não lhe conhecemos a essência íntima,
mas somos obrigados a reconhecer-lhe a existência distinta. O princípio inteligente,
do qual emanam todas as almas, é inseparável do fluido universal, ou – por
outra – da matéria sob sua forma original, primordial. Todos os Espíritos são,
pois, qualquer que seja seu grau evolutivo, revestidos de um invólucro
invisível, intangível e imponderável: o perispírito. (Pág. 15)
10. O perispírito é tão eterizado que a alma não poderia
atuar sobre a matéria sem o concurso de uma força, a que se conveio em chamar
fluido vital. A finalidade da alma é o desenvolvimento de todas as faculdades a
ela inerentes. Para consegui-lo, ela é obrigada a reencarnar grande número de
vezes na Terra. É mediante uma evolução ininterrupta, a partir das formas de
vida mais rudimentares, até à condição humana, que o princípio pensante
conquista lentamente sua individualidade. As reencarnações constituem,
dessarte, uma necessidade inelutável do progresso espiritual. (Pág. 16)
11. Criados iguais, todos temos as mesmas dificuldades a
vencer, as mesmas lutas a sustentar, o mesmo ideal a atingir: a felicidade perfeita.
Somos o árbitro soberano de nossos destinos; cada encarnação condiciona a que
lhe sucede e, mau grado a lentidão da marcha ascendente, eis-nos a gravitar
incessantemente para as alturas radiosas. (Pág. 17) (Continua
na próxima edição.)
Respostas às
questões preliminares
A. Em quantas
partes pode dividir-se o estudo do Espiritismo?
Em duas partes distintas: 1ª. Análise dos fatos
concernentes ao estabelecimento de comunicações entre os vivos e os chamados
mortos; 2ª. Exame das teorias elaboradas por esses ditos mortos. (A Evolução Anímica, pág. 11.)
B. Todos os
Espíritos são revestidos de um invólucro invisível?
Sim. Todos os Espíritos são, qualquer que seja seu grau
evolutivo, revestidos de um invólucro invisível, intangível e imponderável: o
perispírito. (Obra citada, pág. 15.)
C. Qual é a
meta ou objetivo final da alma?
Sua meta ou finalidade é o desenvolvimento de todas as
faculdades a ela inerentes. Para consegui-lo, as almas são obrigadas a reencarnar
grande número de vezes na Terra. É mediante uma evolução ininterrupta, a partir
das formas de vida mais rudimentares, até à condição humana, que o princípio
pensante conquista lentamente sua individualidade. As reencarnações constituem,
dessarte, uma necessidade inelutável do progresso espiritual. (Obra citada, pág.
16.)
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