A Evolução
Anímica
Gabriel Delanne
Parte 2
Damos prosseguimento ao estudo do clássico A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne, conforme a 8ª edição da tradução de Manoel Quintão, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma
forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Há diferença entre as manifestações da alma quando
encarnada e as que ela produz depois da desencarnação?
B. Que propriedades distinguem os seres vivos dos corpos
inorgânicos?
C. Que é um organismo vivo?
Texto para
leitura
12. Esta obra tem um duplo
objetivo. Em primeiro lugar, visa demonstrar que a doutrina está concorde com
as modernas teorias científicas; e, em segundo lugar, objetiva tornar conhecido
o papel físico de um órgão essencial à vida do corpo e da alma. Não existe incompatibilidade
entre as novas descobertas e a realidade dos Espíritos, ou seja, a existência
de criaturas revestidas de um invólucro material pode conceber-se naturalmente.
Esperamos que deste trabalho ressalte a convicção de que o Espiritismo é uma
verdade que nos faculta a chave daquilo que a ciência humana é impotente, por
si só, para descobrir. (Págs. 19 a 21)
13. A vida – Existe uma diferença essencial entre as manifestações da
alma quando encarnada e as que ela prodigaliza na sua existência incorpórea,
embora as faculdades do Espírito sejam sempre as mesmas. É que, na Terra, o
exercício dessas faculdades se subordina a condições orgânicas ligadas ao meio
exterior e dele dependentes, ao passo que, no plano etéreo, nenhum entrave lhe
restringe o jogo das faculdades psíquicas. (Págs. 23 e 24)
14. A vida será, para nós, a
característica dos seres organizados que nascem, vivem e morrem. Atribuímo-la a
uma modificação especial da energia: a força vital, cuja presença haveremos de
reconhecer, com os fisiologistas, sempre que verificarmos em um ser o movimento
reativo de excitação externa, isto é, o fato de que esse ser é irritável.
Segundo a nossa forma de ver, a vida só existe em função da matéria organizada,
e impossível fora descobri-la alhures. (Pág. 24)
15. Podemos dizer, pois, sem
paradoxo, que a alma não é vivente porque seja mais e melhor: é que ela tem
“existência integral”, visto que, não sendo organizada, não se submete à morte.
(Pág. 24)
16. De acordo com os trabalhos
mais recentes sobre o assunto, a vida de todos os seres resulta das relações
existentes entre sua constituição física e o mundo exterior. O organismo é
preestabelecido, pois que provém dos ancestrais, por filiação. A ação das leis
físico-químicas, ao contrário, varia segundo as circunstâncias. A essa oposição
de forças Claude Bernard denomina conflito vital. (Págs. 24 e 25)
17. Não é, diz Claude Bernard, por
uma luta contra as condições cósmicas que o organismo se mantém e se
desenvolve, mas – ao contrário – por uma “adaptação”, um “acordo”. Esse
conflito vital dá origem a duas espécies de fenômenos: 1ª - Fenômenos de
destruição orgânica, isto é, de desorganização ou desassimilação; 2ª -
Fenômenos de criação orgânica, indiferentemente chamados organização, síntese
orgânica ou assimilação. (Pág. 25)
18. A destruição orgânica é
determinada pela função do ser vivente. Quando, no homem ou no animal, sobrevém
um movimento, parte da substância ativa do músculo se destrói ou se queima.
Pode-se dizer, então, que jamais a mesma matéria serve duas vezes à vida. Essas
combustões engendram o calor animal, produzem o ácido carbônico que se exala
pelos pulmões, além de outros produtos eliminados por diferentes glândulas. O
corpo gasta-se e sofre perda de peso. Essa destruição é sempre devida a uma combustão
ou a uma fermentação. (Págs. 25 e 26)
19. Os fenômenos de criação
orgânica são atos plásticos, que se completam nos órgãos em repouso e os
regeneram. A reparação de nossos órgãos e tecidos opera-se íntima,
silenciosamente, fora de nossas vistas, enquanto os fenômenos de destruição ou
de morte vital saltam-nos aos olhos. Em todo o curso da existência, essas
destruições e criações são simultâneas, conexas, inseparáveis. (Págs. 26 e 27)
20. As propriedades gerais dos
seres vivos, que os distinguem da matéria bruta dos corpos inorgânicos, são
quatro: organização, geração, nutrição e evolução. Dessas quatro propriedades
fundamentais a Ciência não explica claramente senão uma: a nutrição, se bem
que, ainda aqui, o fenômeno pelo qual as células selecionam no sangue os
materiais que lhes são úteis não está bem estudado. A organização e a evolução
não podem, contudo, ser compreendidas só pelo jogo das leis físico-químicas.
Quanto à reprodução, sua causa continua sendo um mistério. (Pág. 27)
21. Todos os seres vivos têm
necessidade, para manter-se, das mesmas condições exteriores: umidade, calor,
ar e uma determinada composição química do ambiente. A água, indispensável na
constituição do meio em que evolui o ser vivente, entra na composição dos
tecidos. No homem, o coeficiente de água contida no corpo é de 90%. O ar, ou
melhor, o oxigênio que lhe compõe a parte respirável, é necessário à maioria
dos seres vivos, mesmo aos inferiores. O calor é o terceiro elemento que
entretém os corpos vivos. Não pode a temperatura interna do organismo descer
abaixo de 20 graus nem elevar-se acima de 45, para os humanos, e de 50, para as
aves. (Págs. 28 e 39)
22. A Ciência denomina organismo
vivo tanto à célula que compõe os tecidos vegetais e animais, como a esses
mesmos vegetais e animais. A célula, com efeito, é um ser vivo: organiza-se,
reproduz-se, alimenta-se e evolui, tal como o animal superior. Os corpos vivos
não passam de associações de células, idênticas em natureza e composição, que
gozam, porém, de propriedades diferentes, conforme o lugar ocupado no
organismo. (Pág. 29) (Continua no próximo número.)
Respostas às
questões preliminares
A. Há diferença
entre as manifestações da alma quando encarnada e as que ela produz depois da
desencarnação?
Sim. Existe uma diferença essencial entre essas
manifestações da alma, embora as faculdades do Espírito sejam sempre as mesmas.
É que, na Terra, o exercício dessas faculdades se subordina a condições
orgânicas ligadas ao meio exterior e dele dependentes, ao passo que, no plano
etéreo, nenhum entrave lhe restringe o jogo das faculdades psíquicas. (A Evolução Anímica, pp. 23 e 24.)
B. Que
propriedades distinguem os seres vivos dos corpos inorgânicos?
As propriedades dos seres vivos, que os distinguem da
matéria bruta dos corpos inorgânicos, são quatro: organização, geração,
nutrição e evolução. Dessas quatro propriedades fundamentais a Ciência não
explica claramente senão uma: a nutrição, se bem que, ainda aqui, o fenômeno
pelo qual as células selecionam no sangue os materiais que lhes são úteis não
está bem estudado. (Obra citada, pág. 27.)
C. Que é um
organismo vivo?
A Ciência denomina organismo vivo tanto à célula que compõe
os tecidos vegetais e animais, como a esses mesmos vegetais e animais. A célula,
com efeito, é um ser vivo: organiza-se, reproduz-se, alimenta-se e evolui, tal
como o animal superior. Os corpos vivos não passam de associações de células,
que gozam, porém, de propriedades diferentes, conforme o lugar ocupado no
organismo. (Obra citada, pág. 29.)
Observação:
Para acessar a 1ª Parte deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/08/blog-post_19.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá
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