Revista
Espírita de 1860
Allan
Kardec
Parte
9
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que é apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
O Espiritismo chegará, algum dia, a exercer influência sobre a estrutura
social?
B.
Que fato leva os maus Espíritos a se emendar e buscar o caminho do bem?
C.
Os amigos do mundo espiritual nos ajudam em nosso retorno à erraticidade?
D.
Uma pessoa pode ser, ao mesmo tempo, bom católico e fervoroso espírita?
Texto para leitura
187.
Os Espíritos agem incessantemente sobre nós, sem o sabermos, sejamos médium ou
não. Não é a mediunidade que os atrai; ao contrário, é ela que fornece o meio
de conhecer o inimigo desencarnado, que se trai sempre. (P. 319)
188.
Um dia, asseverou o Codificador, o Espiritismo exercerá imensa influência sobre
a estrutura social, mas esse dia ainda está longe, porque são necessárias
gerações para que nos despojemos do homem velho. (P. 320)
189.
Com os conhecimentos que nos transmite, o Espiritismo nos torna feliz e é isto
que lhe dá um poder irresistível e assegura o seu triunfo futuro. (P. 320)
190.
Jobard diz, em interessante artigo, que os Espíritos superiores não lamentam os
bens materiais aqui deixados, ao contrário do humanimal, que sente que,
perdendo os bens terrenos, tudo perde. (PP. 324 e 325)
191.
Jobard afirma que não existe um médium bem intencionado que não seja
magnetizador e curador por natureza, mas muitos ignoram esse tesouro e não
sabem utilizá-lo. (P. 326)
192.
Kardec retifica algumas ideias de Jobard, que não levava muito em conta o
progresso realizado pelo Espírito no estado errante. (P. 327)
193.
Kardec afirma que, mesmo que nada pudéssemos aprender com as manifestações dos
Espíritos, já é bastante o fato de nos darem eles a prova da existência do
além-túmulo. E eles nos dão muito mais. (P. 328)
194.
Georges (Espírito) descreve o castigo infligido aos maus Espíritos. Enquanto
dão vazão à sua raiva, eles são quase felizes; no entanto, passam os séculos e
eles sentem-se de súbito invadidos pelas trevas, advindo daí o remorso e o
arrependimento, seguidos de gemidos e expiações. (PP. 331 e 332)
195.
Marte é descrito como um mundo bem inferior à Terra, onde os seres, embora
tendo a forma humana, são rudimentares e sem nenhuma beleza. (N.R.: Duas obras
recebidas por Chico Xavier dizem o contrário.) (PP. 332 a 334)
196.
O mesmo Espírito diz que Júpiter, dividido em países de aspectos variados, é um
mundo superior e encantador. (PP. 334 a 336)
197.
Georges diz que a forma dos Espíritos puros é etérea e nada tem de palpável. Em
suas fileiras é que são escolhidos os anjos da guarda. São eles os ministros de
Deus, que regem os mundos inumeráveis. (P. 336)
198.
O Espírito de Zenon disserta sobre a reencarnação e afirma que com ela os
mistérios se explicam, os problemas se resolvem, todas as dificuldades se
aplainam. (P. 339)
199.
Kardec ensina que nossos amigos do mundo espírita nos recebem e nos ajudam no
retorno à vida espiritual e diz que, na erraticidade, os Espíritos se reúnem e
agem de comum acordo, tanto para o mal quanto para o bem. (PP. 340 e 360)
200.
A Revista transcreve mensagem assinada pelo Espírito de Irmã Rosália sobre a
caridade material e a caridade moral. (N.R.: Essa mensagem foi incluída mais
tarde n´O Evangelho segundo o Espiritismo,
cap. XIII, item 9.) (PP. 342 e 343)
201.
Delphine de Girardin (Espírito) disserta sobre a eletricidade do pensamento e
afirma que, uma vez reunidos, os homens desprendem um fluido que lhes
transmite, com a rapidez do relâmpago, as menores impressões. Sob a ação dessa
corrente magnética, as pessoas mais interessadas em ocultar seu pensamento são
levadas a descobri-lo, até mesmo a se acusar, como se vê muitas vezes nos
tribunais do júri. (P. 344)
202.
O Espírito de Lamennais, falando sobre a hipocrisia, assevera que a hipocrisia
é o vício de nossa época: "Em nome da liberdade, vos engrandeceis; em nome
da moral, vos embruteceis; em nome da verdade, mentis". (P. 345)
203.
A Revista registra a viagem feita por Kardec em setembro de 1860 às cidades de
Sens, Mâcon, Lyon e Saint-Etienne. "O Espiritismo está no ar", eis a
impressão sentida por Kardec em todos os lugares onde falou. (P. 347)
204.
Em Lyon, onde os adeptos do Espiritismo se contavam às centenas, um médium
vidente pôde ver o Espírito de São Luís, que confirmou em Paris,
posteriormente, sua presença na viagem feita pelo Codificador. (P. 348)
205.
Nas proximidades de Saint-Etienne, Kardec assistiu a um fenômeno de
transfiguração com uma mocinha que, em certos momentos, tomava a aparência
completa de seu irmão, morto há alguns anos. (P. 348)
206.
A Revista noticia o fato ocorrido num navio da marinha imperial, estacionado
nos mares da China, em que um tenente, morto fazia dois anos, deu uma
comunicação tiptológica em que pediu fosse paga ao capitão determinada quantia.
(N.R.: O fato é narrado também n' O Livro
dos Médiuns.) (P. 348)
207.
A Revista noticia o lançamento da obra "Carta de um Católico sobre o
Espiritismo", escrito por De Grand-Boulogne, doutor em Medicina, antigo
vice-cônsul da França, na qual o autor prova que se pode ser, ao mesmo tempo,
bom católico e fervoroso espírita. Dia virá, disse De Grand-Boulogne, em que,
pela força das coisas, "o Espiritismo estará na religião, ou a religião no
Espiritismo". (P. 352)
Respostas às
questões propostas
A. O Espiritismo
chegará, algum dia, a exercer influência sobre a estrutura social?
Sim.
Um dia, disse Kardec, o Espiritismo exercerá imensa influência sobre a
estrutura social, mas esse dia ainda está longe, porque são necessárias
gerações para que nos despojemos do homem velho. (Revista Espírita de 1860, p. 320.)
B. Que fato leva os
maus Espíritos a se emendar e buscar o caminho do bem?
Diz
o Espírito de Georges que os maus Espíritos, enquanto dão vazão à sua raiva,
são, a seu modo, quase felizes; no entanto, passam os séculos e eles sentem-se
de súbito invadidos pelas trevas, advindo daí o remorso e o arrependimento,
seguidos de gemidos e expiações. A modificação para melhor resultaria disso.
(Obra citada, pp. 331 e 332.)
C. Os amigos do
mundo espiritual nos ajudam em nosso retorno à erraticidade?
Certamente.
Kardec ensina que nossos amigos do mundo espírita nos recebem e nos ajudam no
retorno à vida espiritual e diz que, na erraticidade, os Espíritos se reúnem e
agem de comum acordo, tanto para o mal quanto para o bem. (Obra citada, pp. 340
e 360.)
D. Uma pessoa pode
ser, ao mesmo tempo, bom católico e fervoroso espírita?
Parece-nos
que não, mas já houve quem pensasse assim, como o Dr. De Grand-Boulogne, autor
da obra "Carta de um Católico sobre o Espiritismo", na qual procura
mostrar que se pode ser, ao mesmo tempo, bom católico e fervoroso espírita.
(Obra citada, p. 352.)
Observação:
Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/08/blog-post_03.html
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