Vida:
fonte de felicidade eterna quando se ama
JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De
Brasília, DF
Bom
dia, alma amiga! Que a paz do Cristo nos envolva.
Passávamos
de carro pela avenida L2 Norte, aqui em Brasília, quando, ao pararmos no
semáforo, vimos uma senhora magrinha auxiliar outra, bem maior e portando
bengala e óculos escuros, a atravessar a primeira de duas ruas locais. Então
afastou-se aquela e esta continuou a travessia. Pernas tomadas por varizes,
gorda e com grande dificuldade para andar, mesmo de bengala, esta senhora
levara tanto tempo para atravessar a primeira rua que os motoristas, parados na
rua seguinte, ainda a esperaram um pouco, ainda que o sinal tenha fechado para
ela. Nenhuma buzina de impaciência... A senhora, entretanto, preferiu esperar
e, por não ser totalmente cega, tateou até encontrar o botão no poste, que
apertou para nova parada do trânsito.
Como
ela, vemos pessoas fisicamente muito debilitadas, seja pela idade ou por
deficiência física. Muitas delas, acampam em barracas minúsculas, e desde cedo
esperam o semáforo fechar para esmolar, por vezes com criança no colo, ou para
vender doces.
Como
estamos no chamado setembro amarelo, dedicado, mundialmente, à prevenção do
suicídio, trazemos esses exemplos como reflexão sobre a resiliência dessas pessoas
que, mesmo atrofiadas, demonstram amor à vida e, por que não dizer, medo da
morte. Entretanto, quantas pessoas no mundo, por vezes saudáveis, jovens, belas
e, sem que nada lhes falte materialmente, suicidam-se por variados motivos,
ainda que respeitáveis, mas nenhum que não possa ser minimizado pelo tempo e
pela fé.
A
bibliografia espírita está repleta de esclarecimentos sobre as consequências
terríveis do suicídio. É importante que aproveitemos toda a ocasião surgida
para a orientação às pessoas que alimentam o desejo de matar-se e mostrar-lhes
que, comparadas com as que citamos acima, sua vida é maravilhosa. Também nunca
é demais alertá-las de que se hoje não valorizamos nossos corpos perfeitos,
futuramente retornaremos à vida, que não cessa jamais, em corpos defeituosos.
Vejamos o que diz Carlos Abranches sobre a questão do sofrimento, que varia em
cada um de nós em virtude do bom ou mau uso do nosso livre-arbítrio:
Os sofrimentos, portanto, por causas
anteriores, conforme explica Kardec, são, frequentemente, como os das faltas
atuais, a consequência natural da falta cometida. Por uma justiça rigorosa, o
homem suporta, na realidade de seu presente, o que fez os outros suportarem; se
foi duro e desumano, ele poderá ser, a seu turno, tratado duramente e com
desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em condição humilhante; se foi
avarento e egoísta, poderá ser privado do necessário; se foi mau filho, poderá
sofrer com os próprios filhos.
O médium Chico Xavier respondeu, certa
vez, em um programa de televisão, sobre a condição dos chamados excepcionais.
Para ele, a criança excepcional sempre o impressionou, pelo sofrimento de que é
portadora, não somente em se tratando dela mesma, mas também dos pais.
Na visão de Emmanuel, segundo a mesma
entrevista, a criança excepcional é o suicida reencarnado. Os remanescentes do
ato praticado acompanham a criatura que cometeu a autodestruição, e ela acaba voltando
à Terra com as características que levou daqui mesmo.
Conforme o texto, Chico afirma que se
uma pessoa espatifou o crânio e o projétil atingiu o centro da fala, ela volta
com a mudez. Se atingiu apenas o centro da visão, volta cega, mas se feriu regiões
mais complexas do cérebro, vem em plena idiotia, e aí os centros fisiológicos
não funcionam.
Se ela suicidou-se, mergulhando em
águas profundas, vem com a disposição para o enfisema pulmonar. Se ela se
enforcou, vem com a paraplegia, que pode ocorrer, por exemplo, depois de uma
queda simples, pelo fato da vértebra deslocada no ato do suicídio voltar mais
fraca no novo corpo.
A esquizofrenia, de acordo com a
resposta de Chico, é o resultado da condição mental do ser que se suicidou após
haver cometido homicídio. O complexo de culpa adquire dimensões tamanhas que o
quimismo do cérebro se modifica e vem a esquizofrenia como uma doença
verificável, através dos líquidos expelidos pelo corpo.
(Apud ABRANCHES, Carlos Augusto.
Vozes do Espírito. Brasília: FEB, 2022, cap. 23. O presente é minha
realidade.)
Como, então, nos libertarmos
dessas expiações? Pela prática do amor. Primeiramente a Deus, que está dentro
de nós, como nos afirmou Jesus Cristo; em seguida, amor a nós mesmos e ao
próximo. “Mas sobretudo, [tendo]
ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre a multidão dos
pecados” (1 Pedro, 4:8).
Quando aprendermos com o Cristo a
renunciar aos próprios caprichos e devotarmos nossa vida em benefício do
próximo, perceberemos que todos os nossos aborrecimentos derivam do amor-próprio ferido e do egoísmo, que nos
faz sentir como o centro das próprias atenções. Daí, um sentimento não
correspondido, uma traição de quem amamos, um desejo não satisfeito, um
relacionamento desfeito ou em constante desarmonia, tudo isso resulta de nossa
falta de resiliência e fé.
Aprendamos a amar, incondicionalmente,
o próximo, a fazer-lhe todo o bem que pudermos, a humilhar-nos, antes que
humilhar alguém, a nos devotarmos, hora a hora, dia a dia ao bem e, quando
aprouver a Deus nos chamar para o retorno ao mundo espiritual, onde colheremos
os frutos do amor que semeamos, poderemos dizer: “Louvado sejas,
Deus. Obrigado, Senhor, pela vida que nos concedeste para o exercício do amor,
fonte de felicidade eterna quando se ama sem exigir ser amado”.
Paz e luz!
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