sábado, 3 de setembro de 2022

 



A semeadura e a ceifa

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

Salve, amigos leitores!

Não é novidade, no movimento espírita, que as mensagens psicografadas por Chico Xavier com a assinatura Irmão X surgiram após uma disputa judicial iniciada pela viúva do grande escritor Humberto de Campos. Ela não se conformava em saber que o médium mineiro se dizia portador de belos textos, atribuídos ao seu falecido esposo, famoso em vida física pela produção literária de belas crônicas e membro da Academia Brasileira de Letras. Então, moveu processo com dois objetivos: primeiro, que a justiça brasileira confirmasse a autoria dos textos psicografados como sendo de Humberto; segundo que, se isso se confirmasse, a Federação Espírita Brasileira (FEB), detentora dos direitos de publicação e comercialização das obras psicografadas pelo Chico, pagasse a ela o valor correspondente ao que teria direito, haja vista ser herdeira do renomado acadêmico.

O advogado Miguel Timponi representou a FEB em juízo e ficou demonstrado que espírito não somente deixa de ter direito autoral do que supostamente dita do além, haja vista que a personalidade jurídica cessa com o falecimento do “de cujus”; como também cessam os direitos dos herdeiros pelo mesmo motivo.

A partir do trânsito em julgado desse caso, publicado na obra A Psicografia Ante os Tribunais, pelo Dr. Timponi, Humberto passou a usar o pseudônimo de Irmão X em todas as obras de sua autoria espiritual, psicografadas pelo Chico, tais como: Cartas e Crônicas; Contos Desta e Doutra Vida; Contos e Apólogos; Estante da Vida; Histórias e Anotações; Lázaro Redivivo; Luz Acima; Pontos e Contos e Relatos da Vida. Para só me referir às obras que tenho.

Antes do processo movido por sua viúva, o espírito Humberto de Campos ditou ao Chico estas belas obras, também em minha estante: Boa Nova; Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho; Novas Mensagens; Crônicas de Além-Túmulo e Reportagens de Além-Túmulo. Além dessas obras, Humberto (Irmão X) transmitiu-nos belos textos em coletâneas psicografadas pelo médium mineiro, de diversos espíritos, com histórias curiosas e engraçadas. Uma delas é a que está no pequeno livro de mensagens, recentemente publicado pela editora FEB em convênio com o Centro Espírita União (CEU). O título da crônica é Anotação necessária.

Diz Irmão X que é comum tratarmos com deferência pessoas criminosas, mas no mundo espiritual, é a própria consciência que é o espelho da alma. Desse modo, podemos estar também no banco dos réus, quando nossos pensamentos, palavras e atos não são nobres. Os que consideramos “malfeitores confessos” nem sempre são o que demonstram. Costumam ser, isto sim, “doentes e obsidiados, requisitando larga dose de paciência e carinho”.

Após tecer outras importantes considerações sobre as mazelas que ainda trazemos conosco, mesmo os que nos valemos da capa falsa de religiosidade, o espírito que tantas belas obras escreveu em vida física e após o túmulo lembra as palavras de Jesus a Dimas, o chamado “bom ladrão”: — “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”.

Podemos imaginar, não sem razão, que ali começou a regeneração desse condenado. Entretanto, em nada desmerece Humberto de Campos a frase final de Irmão X: “Até hoje, ninguém sabe ao certo que foi fazer Dimas nas Alturas, mas há quem creia que apesar das palavras doces do Cristo, que lhe asseguravam preciosos recursos de emenda na reencarnação necessária, o antigo salteador terá subido, preliminarmente, ao Céu para receber uma surra”.

 

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