Revista
Espírita de 1861
Allan
Kardec
Parte
5
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
O perispírito é penetrável à matéria sólida?
B.
Como os Espíritos superiores veem a música?
C.
Há festas no mundo espiritual?
Texto para leitura
73.
Analisando um curioso fato ocorrido na Lituânia, onde o cólera atingiu muitas
pessoas, São Luís fala sobre a causa dos flagelos materiais, e, a propósito do
assunto, Kardec reitera o ensinamento de que todos os deuses do paganismo não
têm outra origem senão as manifestações espíritas. (PP. 148 e 149)
74.
A Revista noticia interessantes fenômenos de transporte ocorridos em Orléans, e
informa que tais fatos tanto podem se dar com o médium adormecido como em
vigília. (PP. 150 a 153)
75.
As flores transportadas são colhidas pelo Espírito nos jardins. Os bombons são
tirados do lugar onde lhe apraz. No caso noticiado, o anel foi retirado do
túmulo e levado à filha da mulher falecida, a quem ele pertencera. (PP. 154 e
155)
76.
O Dr. Glas, espírita fervoroso, morto aos 35 anos de idade, evocado a pedido de
seu pai, diz que se encontrava com frequência junto da esposa, do filho e do
pai. Mesmo estando na Sociedade, ele podia vê-los em casa, sem esforço; mas
Kardec ressalva que um Espírito inferior não o poderia. “Os que têm uma certa
elevação são os que podem ver simultaneamente de pontos diferentes”, ensina
Kardec. “Os outros estão ainda muito terra a terra.” (PP. 152 e 153)
77.O
Dr. Glas confirmou que os Espíritos passam através de tudo, como tudo passa
através deles. (P. 159)
78.
Podendo, em estado fluídico, ocupar o mesmo assento ocupado por um encarnado,
se o corpo espiritual ficasse tangível ele teria, forçosamente, de mudar de
lugar, reconstruindo-se ao lado. (P. 160)
79.
Kardec explica: “No estado normal, isto é, fluídico e invisível, o perispírito
é perfeitamente penetrável à matéria sólida; no estado de visibilidade, já há
um começo de condensação que o torna menos penetrável; no estado de
tangibilidade, a condensação é completa e a penetrabilidade desaparece”. (P.
160)
80.
Kardec diz a Jobard não ser possível obter provas materiais de identidade do
Espírito de personagens antigas. O nome nesses casos não é relevante e só se
deve ligar-lhe uma importância secundária. (PP. 162 e 163)
81.
Depois da morte – diz Kardec – a alma reflete as qualidades e defeitos que
tinha na vida corporal. (P. 166)
82.
Devem ser consideradas, assim, como apócrifas as comunicações que, em todos os
pontos, desmintam o caráter do Espírito cujo nome levam. É, contudo, injusto
lhes condenar o conjunto por causa de algumas manchas parciais. (P. 167)
83.
Falando sobre as artes, Lamennais afirma que a música, a seu ver, é a arte que
vai mais diretamente ao coração. A pintura, a arquitetura, a escultura atingem
primeiro o cérebro. “Numa palavra, a música vai do coração ao espírito, a
pintura do pensamento ao coração”, diz o Espírito, esclarecendo que a música
séria, religiosa, eleva a alma e os pensamentos, enquanto a música leve faz
vibrar apenas os nervos, nada mais. (P.
167)
84.
Felícia conta que há festas frequentes no mundo espiritual, e elas têm um
encanto indescritível. (P. 168)
85.
Ferdinand, em mensagem dada em Bordéus, assevera que o Espiritismo é a
aplicação da moral evangélica pregada pelo Cristo, em toda a sua pureza, e os
homens que o condenam sem o conhecer são pouco prudentes. (PP. 168 e 169)
86.
Kardec informa quem foi Channing: William Ellery Channing, nascido em 1780 em
Newport e falecido em 1842 em Boston, o qual se tornou em 1803 ministro da
capela unitária – uma seita protestante – de Boston. (P. 173)
87.
Reproduzindo partes de um discurso feito por Channing em 1834, Kardec mostra
que sua descrição da vida futura concorda perfeitamente com a doutrina ensinada
pelos Espíritos duas décadas mais tarde. (PP. 177 e 178)
88.
O grande poeta Milton, citado por Channing, emite sobre o mundo invisível uma
opinião conforme à de Channing, a qual é também a dos espíritas modernos. Eles
eram, diz Kardec, espíritas por intuição, e não o sabiam. (P. 178)
89.
Kardec acusa o recebimento de uma carta do Sr. Roustaing, advogado em Bordéus.
(P. 179)
90.
Na carta, Roustaing fala de seus estudos espíritas, diz compreender que a Terra
é um lugar de exílio, um mundo de provas ou de expiação, e afirma sua crença na
reencarnação, como realidade e não como alegoria. (PP. 179 e 180)
91.
A reencarnação – diz Roustaing – ao mostrar que não há rei que não descenda de
um pastor, nem pastor que não descenda de um rei, apaga todas as vaidades
terrenas, liberta do culto material e nivela moralmente a todos. (P. 182)
Respostas às
questões propostas
A. O perispírito é
penetrável à matéria sólida?
Conforme
as explicações de Kardec, no seu estado normal, isto é, fluídico e invisível, o
perispírito é perfeitamente penetrável à matéria sólida. Contudo, no estado de
visibilidade, já há um começo de condensação que o torna menos penetrável, e no
estado de tangibilidade a condensação é completa e a penetrabilidade
desaparece. (Revista Espírita de 1861,
pp. 159 e 160.)
B. Como os
Espíritos superiores veem a música?
Diz
Lamennais que a música, a seu ver, é a arte que vai mais diretamente ao
coração. A pintura, a arquitetura, a escultura atingem primeiro o cérebro.
“Numa palavra, a música vai do coração ao espírito, a pintura do pensamento ao
coração.” Segundo o mesmo Espírito, a música séria, religiosa, eleva a alma e
os pensamentos, enquanto a música leve faz vibrar apenas os nervos, nada mais.
(Obra citada, p. 167.)
C. Há festas no
mundo espiritual?
Sim.
As festas, diz o Espírito de Felícia, são frequentes no mundo espiritual e têm
um encanto indescritível. (Obra citada, p. 168.)
Observação:
Para acessar a Parte 4 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/09/blog-post_21.html
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