domingo, 25 de setembro de 2022

 



A arte de renovar as esperanças

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

A política, quando impregnada do desejo justo de promover o bem comum, pode ser definida como a arte de renovar as esperanças. E é o que vivenciaremos no próximo domingo, dia 2, quando se realizarão as eleições gerais em nosso país.

As eleições têm esta particularidade: renovam as nossas combalidas esperanças, até que surja, de novo, a oportunidade de fazer uma nova escolha.

Não pertencer aos quadros de um partido político não significa ser avesso aos temas que dizem respeito ao governo da nação e à possibilidade de que venhamos a construir um país melhor, em que o povo tenha melhores condições relativamente ao acesso à saúde, à educação, à segurança e ao emprego.

Ninguém, por certo, ignora quanto um governo incapaz pode produzir em termos de frustração e sofrimento. O povo brasileiro já passou por essa experiência inúmeras vezes.

Claro que o voto nem sempre acerta, mas não existe outro meio de aprender a votar, a não ser votando.

O leitor sabe que o Espiritismo vê com olhos bem diferentes a relatividade da existência corpórea. Certamente, não podemos jamais descurá-la nem imaginar que Deus a tenha criado sem razões mais sérias, não nos cabendo, pois, o direito de ignorar a finalidade essencialmente educativa das existências corpóreas.

Somos viajores em passagem por este mundo. As conquistas que aqui fazemos são pontos afirmativos no currículo que vamos escrevendo com nossos atos e nossas realizações. Devemos, pois, perseguir com todas as forças o objetivo de edificar aqui uma civilização justa e fraterna, sem esquecer, porém, que essa civilização não será duradoura se os homens que a formarem não se tornarem também, por sua vez, justos e fraternos.

Algum tempo atrás, quando passamos por um momento de esperança e de expectativas semelhantes, mais tarde frustradas por uma sucessão de equívocos, veio-nos à mente o que os Espíritos superiores disseram acerca do que eles entendem seja uma civilização completa.

“Vós a reconhecereis pelo seu desenvolvimento moral”, afirmam os imortais, advertindo que só teremos o direito de nos dizermos civilizados quando houvermos banido de nossa sociedade os vícios que a desonram e passarmos a viver como irmãos, praticando a caridade cristã. “Até esse momento, não sereis mais do que povos esclarecidos, não tendo percorrido senão a primeira fase da civilização.” (O Livro dos Espíritos, questão 173.)

Sabemos que a construção de uma civilização no nível reconhecido pelo Espiritismo é tarefa muitíssimo superior às possibilidades da política de partidos, pois requer esforço muito maior e um trabalho que não pode prescindir da cooperação ativa das religiões, tendo Jesus por farol.

Que fique, pois, com a Política – com P maiúsculo – a tarefa de renovar as esperanças, mas cuidemos, unidos pelo ideal cristão, de torná-las palpáveis e concretas neste país gigante, ao qual tanto devemos.

 

 

  

 

 

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