JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Alma amiga, não se assuste, mas ao que parece estamos
naquele tempo anunciado por Jesus em que a iniquidade assolaria a Terra. Eis o
que o Mestre nos diz, segundo o registro em Mateus, 24:12: “E pelo
crescimento da iniquidade, o amor de muitos esfriará”. Ainda bem que, em
seguida, o Cristo nos dá alento de salvação, caso sejamos fiéis ao seu
Evangelho. E o Espiritismo, pela manifestação do Espírito de Verdade, permite-nos
entender claramente suas palavras: “Aquele, porém, que perseverar até o fim,
esse será salvo” (Mateus, 24:13). Perseverar no amor, pois “Fora da
caridade não há salvação”, como deduz Allan Kardec das palavras de Jesus nos
comentários do item número 5 do capítulo 15 d’O Evangelho Segundo o
Espiritismo, que tem por título justamente essa máxima.
Qual ocorreu no dia do Pentecostes, quando os
apóstolos de Jesus receberam o dom mediúnico da cura, da palavra inspirada, da
expulsão dos “demônios”, os espíritos enviados pelo Senhor, que já se manifestavam
naquele e noutros tempos antigos, manifestam-se intensamente, desde meados do
século XIX, a todo aquele que tem “olhos de ver
e ouvidos de ouvir”.
Entretanto, também recomendou Jesus aos seus discípulos
vigiar e orar permanentemente, para que não caíssem em tentação. O que se
aplica a todos nós em todos os tempos. Isso porque sabia ele que os espíritos
ignorantes e perversos, como sempre ocorreu, estariam à espreita de nossos
mínimos descuidos mentais para nos prejudicar. Foi o que observou amigo nosso,
após participar duma reunião mediúnica.
Ao final de manifestações diversas de espíritos enfermos e
desorientados, que receberam a bênção do acolhimento fraterno e dos
esclarecimentos cabíveis, um dos médiuns revelou ao grupo que era preciso muita
vigilância e oração de todos os dirigentes, colaboradores e frequentadores daquela
casa espírita, pois algumas entidades espirituais prometiam redobrar esforços para
prejudicá-los.
No dia seguinte, esse mesmo médium pôde comprovar o modo
ardiloso da influência desses espíritos sobre os maus cidadãos que se
aproveitam da evolução da internet para aplicar seus golpes financeiros.
Ocupado com muitos afazeres em seu trabalho voluntário noutro setor, embora
ciente dos crimes que vêm sendo aplicados por telefone e WhatsApp, a vítima
recebeu suposta mensagem de filho, em passeio noutro país, com postagem da foto
do jovem e pedido para fazer transferência de considerável soma de dinheiro
pelo pix, pois ficara sem saldo em seu cartão de crédito. A mensagem foi
recebida na sexta-feira e informava que, na segunda-feira, o valor seria
restituído.
O estelionatário conhecia os dados pessoais do jovem, haja
vista que os vira numa rede social on-line de compartilhamento de fotos,
vídeos e dados pessoais. Copiou a foto do rapaz e mandou para seu pai com a
citação desses dados. Alegou que seu telefone agora era o da empresa em que
trabalhava. O pai, assoberbado de ocupações e iludido pelas informações do
golpista com os dados pessoais furtados, nem refletiu: imediatamente fez a transferência.
Momentos depois, entrou no carro da esposa que o fora buscar. Assim que começou
a narrar-lhe o fato, esta já o alertou com o seguinte comentário:
— Querido, você acabou de cair num dos golpes do pix.
A partir desse momento, meu amigo percebeu que, embora pouco
ou nada pudesse fazer para recuperar o prejuízo, ao menos poderia colaborar com
outras pessoas para não serem as futuras vítimas daquele golpista. Além das
providências de praxe, pediu-me para alertá-la, alma amiga, sobre esse e outros
golpes infames que a modernidade dos meios de comunicação está facilitando às
pessoas desonestas, seguramente inspiradas pelos agentes do mal.
Por esse motivo, sempre é bom lembrar o que Kardec anotou na
questão número 459 d’O Livro dos Espíritos: “— Os espíritos influem em
nossos pensamentos e em nossos atos?” Ao que lhe foi respondido: “— Muito mais
do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem”.
Que sejamos, então, dirigidos pelos espíritos de Deus e de
Jesus, nosso guia e modelo que nos recomenda orar e vigiar permanentemente nossos
pensamentos e atos. Nesse tempo de iniquidades devastadoras, continuemos
trabalhando nas boas obras, para que, em nossa união com os bons espíritos,
enviados divinos, resistamos às tentações e aos golpes do mal.
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