quarta-feira, 5 de julho de 2023

 



Revista Espírita de 1863

 

Allan Kardec

 

Parte 10

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1863, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo baseia-se na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1863 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. O que é preciso para tornar-se um bom médium?

B. Em que, segundo o Espiritismo, consiste a verdadeira conversão?

C. Que conselho deu Santo Agostinho com respeito às comunicações que recebemos?

 

Texto para leitura

 

92. A Revista noticia o aparecimento de um novo jornal espírita, desta vez em Palermo, Sicília, publicado em italiano, com o título de “O Espiritismo, ou Jornal de Psicologia Experimental”. Com o jornal surgiu também a Società Spiritista di Palermo. (PP. 211 a 213)

93. Falando sobre mediunidade, ensina Kardec: “Ninguém poderá tornar-se bom médium se não conseguir despojar-se dos vícios que degradam a humanidade. Todos esses vícios se originam no egoísmo; e como a negação do egoísmo é o amor, toda virtude se resume nesta palavra: Caridade”. Dito isto, ele lembra que todo homem pode tornar-se médium, mas a questão não é ser médium; é ser bom médium, o que depende das qualidades morais. Muitos médiuns acabam abandonados por seus Espíritos por não quererem compreender que a caridade é o único meio de progredir. (PP. 213 e 214)

94. Relatando o caso de um jovem de vinte e três anos recém-convertido ao Espiritismo, Kardec informa que o rapaz, graças aos conhecimentos obtidos na doutrina espírita, conseguiu domar sua inclinação para a cólera, assunto que o Codificador analisa em todas as suas nuanças, mostrando como o poder da vontade, secundada pelo conhecimento espírita, pode ajudar as pessoas a dominar as paixões e as inclinações inferiores. (PP. 214 a 216)

95. A Revista publica a primeira de uma série de cartas abertas dirigidas por Kardec ao padre Marouzeau, que escreveu dois anos antes uma brochura contendo ataques contra o Espiritismo. Eis alguns pontos realçados pelo Codificador em sua carta:

I) O Espiritismo está hoje mais vivaz do que dois anos atrás, porque em toda parte onde pregaram contra ele cresceu o número de adeptos.

II) O fato indica que os argumentos dos seus adversários tiveram efeito contrário ao pretendido.

III) Reconduzir ao bem é, para o espírita, a verdadeira conversão. Um homem arrancado às suas más inclinações e reconduzido a Deus e à caridade pelo Espiritismo é a mais útil vitória.

IV) O Espiritismo não faz milagres, salvo as conversões miraculosas que aproximam os incrédulos de Deus e convertem ao bem pessoas que antes só se preocupavam com o mal, dando-lhes a força necessária para vencer as más paixões. (PP. 217 a 219)

96. O caso Max, o mendigo, reproduzido em 1865 no livro O Céu e o Inferno (Segunda Parte, cap. VIII), é focalizado em todas as suas minúcias na Revista. (PP. 219 a 221)

97. A Revista traz também a página assinada pelo Espírito de Vianney, cura d’ Ars, “Bem-aventurados os que têm os olhos fechados”, que integra o cap. VIII, item 20, de O Evangelho segundo o Espiritismo. (PP. 222 e 223)

98. João, discípulo, escreve sobre o arrependimento e diz que esse sentimento, semelhante às tempestades que varam o ar, purificando-o, é um sofrimento fecundo, uma força reativa e atuante e, por isso, sobe até Deus. “É chegada a hora - diz João - em que o Espiritismo deve rejuvenescer e vivificar a essência mesma do cristianismo. Assim, por toda parte e para sempre, apagai a cruel sentença que despoja a alma culpada de toda esperança.” (PP. 223 e 224)

99. Erasto, comentando a notícia lida na Sociedade Espírita de Paris, a respeito das novas sociedades espíritas que se formam na França e no estrangeiro, assevera que cego é quem não vê a marcha triunfante das ideias espíritas. Lembrando uma frase de Lamennais, que disse oportunamente que o futuro estava no Espiritismo, Erasto afirma que esse fato já se realizou e que o tempo é chegado! (PP. 224 e 225)

100. Lamennais, analisando os períodos de transição na história da humanidade, esclarece, referindo-se à Igreja romana, que desta vez a queda será imensa. A apatia religiosa dos padres, unida aos heresiarcas fanáticos, faz com que a Igreja do Cristo se torne humana, mas não mais humanitária. Pedindo que os espíritas orem, Lamennais adverte: “Vossa época atormentada e blasfema é uma rude época, que os Espíritos vêm instruir e encorajar”. (PP. 225 e 226)

101. Tratando da mediunidade, Santo Agostinho diz que feliz é aquele que é guiado pelo amor fraterno, e que o mal só existe pela ignorância do homem e pelo mau uso que ele faz das paixões, das tendências e dos instintos adquiridos em contacto com a matéria. “Observai – recomenda Santo Agostinho – e estudai com cuidado as comunicações que recebeis; aceitai o que a razão não recusar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida.”  E aditou: “Tendes aqui a marcha a seguir para transmitir às gerações futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades que separáveis sem esforço de seu cortejo inevitável de erros”. (PP. 226 e 227)

 

Respostas às questões propostas

 

A. O que é preciso para tornar-se um bom médium?

Kardec foi bem claro: “Ninguém poderá tornar-se bom médium se não conseguir despojar-se dos vícios que degradam a humanidade. Todos esses vícios se originam no egoísmo; e como a negação do egoísmo é o amor, toda virtude se resume nesta palavra: Caridade”. Dito isto, ele lembra que todo homem pode tornar-se médium, mas a questão não é ser médium; é ser bom médium, o que depende das qualidades morais. Muitos médiuns acabam abandonados por seus Espíritos por não quererem compreender que a caridade é o único meio de progredir. (Revista Espírita de 1863, pp. 213 e 214.)

B. Em que, segundo o Espiritismo, consiste a verdadeira conversão?

Segundo Kardec, reconduzir ao bem é, para o espírita, a verdadeira conversão. Um homem arrancado às suas más inclinações e reconduzido a Deus e à caridade pelo Espiritismo é a mais útil vitória. O Espiritismo não faz milagres, salvo as conversões miraculosas que aproximam os incrédulos de Deus e convertem ao bem pessoas que antes só se preocupavam com o mal, dando-lhes a força necessária para vencer as más paixões. (Obra citada, págs. 217 a 219.)

C. Que conselho deu Santo Agostinho com respeito às comunicações que recebemos?

“Observai – disse ele – e estudai com cuidado as comunicações que recebeis; aceitai o que a razão não recusar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida.” E aditou: “Tendes aqui a marcha a seguir para transmitir às gerações futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades que separáveis sem esforço de seu cortejo inevitável de erros”. (Obra citada, pp. 226 e 227.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/06/revista-espirita-de-1863-allan-kardec_02005413535.html

 

 

 

 

 

 

 

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