Revista Espírita de 1863
Allan Kardec
Parte 10
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1863, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo baseia-se na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1863 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. O que é preciso
para tornar-se um bom médium?
B. Em que, segundo o
Espiritismo, consiste a verdadeira conversão?
C. Que conselho deu
Santo Agostinho com respeito às comunicações que recebemos?
Texto para leitura
92. A Revista noticia
o aparecimento de um novo jornal espírita, desta vez em Palermo, Sicília,
publicado em italiano, com o título de “O Espiritismo, ou Jornal de Psicologia
Experimental”. Com o jornal surgiu também a Società Spiritista di Palermo.
(PP. 211 a 213)
93. Falando sobre
mediunidade, ensina Kardec: “Ninguém poderá tornar-se bom médium se não
conseguir despojar-se dos vícios que degradam a humanidade. Todos esses vícios
se originam no egoísmo; e como a negação do egoísmo é o amor, toda virtude se
resume nesta palavra: Caridade”. Dito isto, ele lembra que todo homem pode
tornar-se médium, mas a questão não é ser médium; é ser bom médium, o que
depende das qualidades morais. Muitos médiuns acabam abandonados por seus
Espíritos por não quererem compreender que a caridade é o único meio de
progredir. (PP. 213 e 214)
94. Relatando o caso
de um jovem de vinte e três anos recém-convertido ao Espiritismo, Kardec
informa que o rapaz, graças aos conhecimentos obtidos na doutrina espírita,
conseguiu domar sua inclinação para a cólera, assunto que o Codificador analisa
em todas as suas nuanças, mostrando como o poder da vontade, secundada pelo
conhecimento espírita, pode ajudar as pessoas a dominar as paixões e as
inclinações inferiores. (PP. 214 a 216)
95. A Revista publica
a primeira de uma série de cartas abertas dirigidas por Kardec ao padre
Marouzeau, que escreveu dois anos antes uma brochura contendo ataques contra o
Espiritismo. Eis alguns pontos realçados pelo Codificador em sua carta:
I) O Espiritismo está
hoje mais vivaz do que dois anos atrás, porque em toda parte onde pregaram
contra ele cresceu o número de adeptos.
II) O fato indica que
os argumentos dos seus adversários tiveram efeito contrário ao pretendido.
III) Reconduzir ao
bem é, para o espírita, a verdadeira conversão. Um homem arrancado às suas más
inclinações e reconduzido a Deus e à caridade pelo Espiritismo é a mais útil
vitória.
IV) O Espiritismo não
faz milagres, salvo as conversões miraculosas que aproximam os incrédulos de
Deus e convertem ao bem pessoas que antes só se preocupavam com o mal, dando-lhes
a força necessária para vencer as más paixões. (PP. 217 a 219)
96. O caso Max, o
mendigo, reproduzido em 1865 no livro O Céu e o Inferno (Segunda Parte,
cap. VIII), é focalizado em todas as suas minúcias na Revista. (PP. 219 a 221)
97. A Revista traz
também a página assinada pelo Espírito de Vianney, cura d’ Ars,
“Bem-aventurados os que têm os olhos fechados”, que integra o cap. VIII, item
20, de O Evangelho segundo o Espiritismo. (PP. 222 e 223)
98. João, discípulo,
escreve sobre o arrependimento e diz que esse sentimento, semelhante às
tempestades que varam o ar, purificando-o, é um sofrimento fecundo, uma força
reativa e atuante e, por isso, sobe até Deus. “É chegada a hora - diz João - em
que o Espiritismo deve rejuvenescer e vivificar a essência mesma do
cristianismo. Assim, por toda parte e para sempre, apagai a cruel sentença que
despoja a alma culpada de toda esperança.” (PP. 223 e 224)
99. Erasto,
comentando a notícia lida na Sociedade Espírita de Paris, a respeito das novas
sociedades espíritas que se formam na França e no estrangeiro, assevera que
cego é quem não vê a marcha triunfante das ideias espíritas. Lembrando uma
frase de Lamennais, que disse oportunamente que o futuro estava no Espiritismo,
Erasto afirma que esse fato já se realizou e que o tempo é chegado! (PP. 224 e
225)
100. Lamennais,
analisando os períodos de transição na história da humanidade, esclarece,
referindo-se à Igreja romana, que desta vez a queda será imensa. A apatia
religiosa dos padres, unida aos heresiarcas fanáticos, faz com que a Igreja do
Cristo se torne humana, mas não mais humanitária. Pedindo que os espíritas
orem, Lamennais adverte: “Vossa época atormentada e blasfema é uma rude época,
que os Espíritos vêm instruir e encorajar”. (PP. 225 e 226)
101. Tratando da
mediunidade, Santo Agostinho diz que feliz é aquele que é guiado pelo amor
fraterno, e que o mal só existe pela ignorância do homem e pelo mau uso que ele
faz das paixões, das tendências e dos instintos adquiridos em contacto com a matéria.
“Observai – recomenda Santo Agostinho – e estudai com cuidado as comunicações
que recebeis; aceitai o que a razão não recusar; repeli o que a choca; pedi
esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida.” E aditou: “Tendes aqui a marcha a seguir para
transmitir às gerações futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades
que separáveis sem esforço de seu cortejo inevitável de erros”. (PP. 226 e 227)
Respostas às questões propostas
A. O que é preciso
para tornar-se um bom médium?
Kardec foi bem claro:
“Ninguém poderá tornar-se bom médium se não conseguir despojar-se dos vícios
que degradam a humanidade. Todos esses vícios se originam no egoísmo; e como a
negação do egoísmo é o amor, toda virtude se resume nesta palavra: Caridade”.
Dito isto, ele lembra que todo homem pode tornar-se médium, mas a questão não é
ser médium; é ser bom médium, o que depende das qualidades morais. Muitos
médiuns acabam abandonados por seus Espíritos por não quererem compreender que
a caridade é o único meio de progredir. (Revista Espírita de 1863, pp.
213 e 214.)
B. Em que, segundo o
Espiritismo, consiste a verdadeira conversão?
Segundo Kardec,
reconduzir ao bem é, para o espírita, a verdadeira conversão. Um homem
arrancado às suas más inclinações e reconduzido a Deus e à caridade pelo
Espiritismo é a mais útil vitória. O Espiritismo não faz milagres, salvo as
conversões miraculosas que aproximam os incrédulos de Deus e convertem ao bem
pessoas que antes só se preocupavam com o mal, dando-lhes a força necessária
para vencer as más paixões. (Obra citada, págs. 217 a 219.)
C. Que conselho deu
Santo Agostinho com respeito às comunicações que recebemos?
“Observai – disse ele
– e estudai com cuidado as comunicações que recebeis; aceitai o que a razão não
recusar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na
dúvida.” E aditou: “Tendes aqui a marcha a seguir para transmitir às gerações
futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades que separáveis sem
esforço de seu cortejo inevitável de erros”. (Obra citada, pp. 226 e 227.)
Observação:
Para
acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/06/revista-espirita-de-1863-allan-kardec_02005413535.html
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