Revista Espírita de 1864
Allan Kardec
Parte 15
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1864, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1864 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. No tratamento da
obsessão, a ação fluídica é fundamental?
B. Que oração foi
recomendada por Kardec como a mais indicada para as preces da manhã e da noite?
C. Que fator facilita
as tentações que sofremos dos maus Espíritos?
Texto para leitura
174. O número de
agosto começa noticiando a volta dos fenômenos de Morzine, objeto das edições
de dezembro de 1862, janeiro, fevereiro, março e maio de 1863. Segundo a Revista,
a epidemia demoníaca - denominação usada pelos jornais leigos -, que teve
começo em 1857, reapareceu com nova intensidade. (PP. 225 a 228)
175. Tudo indica -
diz Kardec - que os fenômenos de Morzine fossem causados pelos Espíritos e é
por isso que os meios espirituais empregados pela Igreja resultaram ineficazes.
Com efeito, atribuindo-os aos demônios, ela não buscava a sua melhora, mas
apenas o afastamento deles através de signos, fórmulas e aparelhos de
exorcismo, do que eles se riam, visto que é um fato comprovado pela experiência
que tais recursos nenhum poder exercem sobre os Espíritos, ao passo que se têm
visto os mais endurecidos e perversos ceder a uma pressão moral e voltar aos
bons sentimentos. (PP. 229 e 230)
176. O Espiritismo,
ao contrário, propõe que em tais casos o tratamento consista em uma tríplice
ação: a ação fluídica, que liberta o perispírito do doente da pressão do
Espírito malévolo; o ascendente exercido sobre este último pela autoridade que
sobre ele dá a superioridade moral, e, por fim, a influência moralizadora dos
conselhos que se lhe dão. (P. 230)
177. A primeira -
esclarece Kardec - é simples acessório das duas outras, porque, se momentaneamente
chega a afastar o Espírito, nada o impede de voltar à carga. É a fazê-lo
renunciar voluntariamente a seus maus propósitos que a gente se deve aplicar,
moralizando-o. (P. 230)
178. Nos casos
individuais isolados, os que se dedicam ao alívio dos aflitos geralmente são
ajudados pela família e pela vizinhança, muitas vezes pelos próprios doentes,
sobre cujo moral devem atuar por meio de palavras boas e encorajadoras, que os
devem excitar à prece. Mas semelhantes curas não se obtêm instantaneamente. (P.
231)
179. Escrevendo sobre
a prece, Kardec lembra que, segundo São Paulo, uma condição essencial da prece
é ser inteligível. Observando que o mais perfeito modelo de concisão, no caso
da prece, é a Oração dominical, o Codificador a recomenda como sendo a mais
indicada para as preces da manhã e da noite, desde que dita com inteligência,
de coração, e não com os lábios. (P. 234)
180. Uma vez por
semana, por exemplo, no domingo, pode-se consagrar à prece um tempo mais longo,
a isto acrescentando a leitura de algumas passagens do Evangelho e a de algumas
boas instruções, ditadas pelos Espíritos. (P. 234)
181. Kardec esclarece
que, conforme as circunstâncias e o tempo disponível, pode-se dizer a Oração
dominical simples ou a desenvolvida, intercalada por comentários, conforme
sugestão contida na Revista. (N.R.: A Oração dominical desenvolvida foi
reproduzida na íntegra no cap. 28, item 3, d’O Evangelho segundo o
Espiritismo.) (PP. 234 a 240)
182. Num dos trechos
da Oração desenvolvida, esta assinala que a justiça de Deus não falta a ninguém
e que a prosperidade material do perverso é efêmera como a sua existência
corpórea e terá terríveis retornos, ao passo que será eterna a alegria reservada
àquele que sofre com resignação. (P. 238)
183. Na mesma prece,
Kardec reconhece que cada uma de nossas infrações às leis de Deus é uma ofensa
ao Pai e uma dívida contraída que, mais cedo ou mais tarde, teremos que
resgatar. (P. 238)
184. Relativamente às
tentações que sofremos dos maus Espíritos, Kardec diz na prece que cada
imperfeição é uma porta aberta à influência deles e que tudo que poderíamos
fazer para os afastar será inútil, se não lhes opusermos uma vontade
inquebrantável no bem e uma renúncia absoluta ao mal. É, pois, contra nós
mesmos que devemos dirigir nossos esforços e, então, os maus Espíritos
afastar-se-ão naturalmente, porque é o mal que os atrai, enquanto o bem os
repele. (P. 239)
185. Examinando a
questão da destruição dos aborígines do México, proposta por um confrade de
Bordeaux, a Sociedade Espírita de Paris acusou no dia 8-7-1864 importante
orientação assinada pelo Espírito de Erasto. (P. 241)
Respostas às questões propostas
A. No tratamento da
obsessão, a ação fluídica é fundamental?
Ela integra o que
Kardec chama de uma tríplice ação: 1.) a ação fluídica, que liberta o
perispírito do doente da pressão do Espírito malévolo. 2.) o ascendente
exercido sobre este último pela autoridade que sobre ele dá a superioridade
moral. 3.) a influência moralizadora dos conselhos que se lhe dão. A ação
fluídica – afirma Kardec – é, no entanto, simples acessório das duas outras,
porque, se chega momentaneamente a afastar o Espírito, nada o impede de voltar
à carga. É a fazê-lo renunciar voluntariamente a seus maus propósitos que a
gente se deve aplicar, moralizando-o. (Revista Espírita de 1864, pág.
230.)
B. Que oração foi
recomendada por Kardec como a mais indicada para as preces da manhã e da noite?
O Codificador do
Espiritismo recomendou a Oração dominical como sendo a mais indicada para todos
os dias, de manhã e de noite, desde que dita com inteligência, de coração, e
não apenas com os lábios. Na sequência, ele sugeriu que uma vez por semana, por
exemplo, no domingo, devia-se consagrar à prece um tempo mais longo, a isto
acrescentando a leitura de algumas passagens do Evangelho e a de algumas boas
instruções, ditadas pelos Espíritos, com o que nascia, no meio espírita, o
chamado culto do Evangelho no lar. (Obra citada, pp. 234 a 236.)
C. Que fator facilita
as tentações que sofremos dos maus Espíritos?
Esse fator é a
imperfeição, que constitui uma porta aberta à influência deles. Kardec diz que
tudo que poderíamos fazer para os afastar será inútil, se não lhes opusermos
uma vontade inquebrantável no bem e uma renúncia absoluta ao mal. É, pois,
contra nós mesmos que devemos dirigir nossos esforços e, então, os maus
Espíritos afastar-se-ão naturalmente, porque é o mal que os atrai, enquanto o
bem os repele. (Obra citada, pág. 239.)
Observação:
Para
acessar a Parte 14 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/11/revista-espirita-de-1864-allan-kardec_0346146402.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não o conhece, clique em Espiritismo Século XXI e verá como utilizá-lo e seus vários recursos. |
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