O segredo da paz em “Nosso Lar”
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De Londrina-PR
Quando
André Luiz, depois de haver passado oito anos no Umbral, adentrou a região
designada em seu livro como sendo a cidade ou colônia espiritual “Nosso Lar”,
um fato chamou-lhe de pronto a atenção. O ambiente escuro, denso, desprovido de
beleza – que caracterizava a região em que estivera longo tempo – fora substituído
por um cenário encantador e de paz, céu azul, sol brilhante, lindas
construções, embora a cidade se localizasse na mesma região em que ele
estagiara.
Em
“Nosso Lar” ele aprendeu coisas que jamais imaginara que existissem. O Umbral,
por exemplo, disse-lhe mais tarde seu amigo Lísias, “começa na crosta
terrestre”. “É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a
atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no
vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos.” (Nosso Lar, cap. 12, pág. 70.)
O
Umbral funcionaria, pois, como região destinada ao esgotamento dos resíduos
mentais, uma espécie de zona purgatorial, em que se queima a prestações o
material deteriorado das ilusões adquiridas por atacado, mas jamais faltou ali
a proteção divina. O plano umbralino está repleto de desencarnados e de
formas-pensamento dos encarnados, visto que, em verdade, todo Espírito, onde
estiver, “é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem”.
Como
explicar, então, a diferença de cenário e de ambiente?
Por
que num lugar a escuridão, a revolta e o desespero, enquanto noutro lugar,
perto dali, o sol brilhante, a paz e a harmonia?
A
explicação veio-lhe mais tarde, por meio de Lísias, que lhe disse que havia um
compromisso entre todos os habitantes equilibrados da colônia no sentido de não
se emitirem pensamentos contrários ao bem. Dessa forma, o esforço da maioria se
transformou numa prece quase perene e daí nasceram as vibrações de paz que tanto
impressionaram o autor do livro Nosso Lar, obra psicografada por Chico Xavier que tanto sucesso obteve em nosso país.
Se
nós, encarnados ainda na Crosta terrestre, fizéssemos um pacto semelhante, em
que apenas pensássemos e agíssemos no bem, com toda a certeza o cenário e o
ambiente deste mundo tão conturbado se modificariam para melhor, possibilitando
e tornando concreta a transformação da Terra, de um mundo de provas e expiação,
em um mundo de regeneração.
Depois
de considerações semelhantes ao que explanamos, o saudoso confrade Richard Simonetti
disse, numa das palestras que proferiu em nossa cidade, que existe uma receita
que pode tornar tal ideia uma possibilidade real. E aludiu ao que ele chamou de
receita de Tia Grace, uma senhora americana que deixou registrado em seu diário
um curioso roteiro para que as pessoas tornem útil sua passagem pela Terra e
firmem um real compromisso com o bem.
O
breviário de Tia Grace é muito simples e compõe-se apenas de seis pontos:
·
Todos os dias, faça algo útil a alguém.
·
Faça algo útil também para você mesmo.
·
Faça algo que é preciso fazer, mas você
não tem vontade.
· Faça um exercício físico.
·
Faça um exercício mental.
·
Agradeça a Deus pela bênção da vida.
A
fórmula, se observada em todos os dias de nossa existência, funcionará, sem
dúvida alguma, e – quem sabe? – poderá ser a ferramenta que tem faltado para
que, na parte que nos toca, ajudemos a Terra a galgar um novo estágio no seu
processo evolutivo.
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