quinta-feira, 2 de janeiro de 2020




O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal obra espírita – O Livro dos Espíritos –, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857. Na elaboração das respostas às questões apresentadas fundamentamo-nos na 76ª edição publicada pela FEB, com base em tradução de Guillon Ribeiro.

Parte 2

9. O Livro dos Espíritos foi escrito por ordem de quem?  
Ele foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e a forma de algumas partes da redação, constituem obra de Allan Kardec. (O Livro dos Espíritos, Prolegômenos, 6o parágrafo, pág. 49.)
10. Quais pessoas os bons Espíritos assistem e auxiliam?    
Os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse, e repudiam todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra. (Obra citada, Prolegômenos, dois últimos parágrafos, pág. 50.)
11. Que é Deus?    
Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. (Obra citada, questões 1 e 14.)
12. Que é que o Espiritismo nos ensina sobre Deus e as provas de sua existência?      
A prova da existência de Deus, que é infinito em suas perfeições, encontra-se num axioma conhecido dos homens de ciência: Não há efeito sem causa. Procuremos a causa de tudo o que não é obra do homem e nossa razão responderá. A soberana inteligência de Deus se revela num provérbio igualmente conhecido: Pela obra se reconhece o autor. Pois bem! Vejamos a obra da Criação e procuremos o autor. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, por conseguinte, uma inteligência superior à Humanidade. Quaisquer que sejam os prodígios que a inteligência humana tenha operado, ela própria tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a causa primária. Aquela inteligência superior é que é a causa primária de todas as coisas, seja qual for o nome que lhe deem. (Obra citada, questões 3, 4, 5 e 9.)
13. Quais são os atributos da Divindade? 
Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.
Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito e à eternidade.
É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem o Universo nenhuma estabilidade teriam.
É imaterial. Quer isto dizer que a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, porque estaria sujeito às transformações da matéria.
É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.
É onipotente. Ele o é, porque é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria mais poderoso ou tão poderoso quanto ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de outro Deus.
É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus. (Obra citada, questões 12 a 15.)
14. Os Espíritos superiores podem revelar ao homem aquilo que por meio exclusivamente da Ciência ele não pode aprender? 
Sim, se o julgar conveniente, Deus pode permitir que eles revelem ao homem o que à Ciência não é dado apreender. É assim que, por meio dessas comunicações, o homem adquire, dentro de certos limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro. (Obra citada, questões 17 a 20.)
15. Como o Espiritismo define matéria e espírito? 
Segundo o Espiritismo, a matéria existe em estados que ignoramos. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão nos cause aos sentidos; contudo, é sempre matéria. Os Espíritos superiores assim a definem: “A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação”. Deste ponto de vista, pode dizer-se que a matéria é o agente, o intermediário com o auxílio do qual e sobre o qual atua o espírito. O espírito é o princípio inteligente do Universo. Espírito e matéria são distintos uma do outro; mas a união do espírito com a matéria é necessária para intelectualizar a matéria. (Obra citada, questões 22 a 25.)
16. Podemos dizer, com base na Doutrina Espírita, que matéria e espírito são os elementos gerais do Universo?  
Sim. Dois são os elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito, e acima deles existe Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o espírito possa exercer ação sobre ela. (Obra citada, questões 27 e 28.)


Observação:
Para acessar a 1ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/12/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec.html




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