quinta-feira, 16 de janeiro de 2020




O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal obra espírita – O Livro dos Espíritos –, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.

Parte 4

25. O Espírito possui algum envoltório que possa ajudar na sua identificação pessoal? 
Sim. Envolve-o uma substância, vaporosa para os nossos olhos, mas ainda bastante grosseira para ele. Como ela é vaporosa, pode o Espírito elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. A esse envoltório Kardec deu o nome de perispírito. Ele é formado com o fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudamos de roupa, e esse envoltório tem a forma que o Espírito queira. É assim que ele aparece aos encarnados algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, podendo tomar uma forma visível e mesmo palpável. (O Livro dos Espíritos, questões 93, 94 e 95.)
26. Os Espíritos são todos iguais, ou há entre eles alguma hierarquia? 
São de diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado. Essas ordens são ilimitadas em número, porque entre elas não há linhas de demarcação traçadas como barreiras, de sorte que as divisões podem ser multiplicadas ou restringidas livremente. Todavia, considerando-se os caracteres gerais dos Espíritos, elas podem reduzir-se a três principais. Na primeira, colocam-se os que atingiram a perfeição máxima: os Espíritos puros. Formam a segunda os que chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é o que neles predomina. Pertencem à terceira os que ainda se acham na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. A ignorância, o desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso, eis o que os caracteriza. (Obra citada, questões 96, 97, 98, 99 e 127.)
27. O progresso espiritual está ao alcance de todos os Espíritos ou apenas dos escolhidos do Senhor? 
O progresso está ao alcance de todos e, segundo o Espiritismo, todos os Espíritos se tornarão perfeitos. Depende apenas deles progredir mais ou menos rapidamente para a perfeição, e eles a alcançam mais ou menos rapidamente, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à vontade de Deus. Não existe retrocesso no processo evolutivo. À medida que os Espíritos avançam, compreendem o que os distancia da perfeição. Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode, então, permanecer estacionário, mas não retrograda. (Obra citada, itens 114, 115, 116, 117, 118 e 122.)
28. De onde vêm as influências que se exercem sobre os Espíritos? 
As influências boas vêm da parte dos bons Espíritos. As influências más decorrem da ação dos Espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se deles, dominá-los, e se rejubilam ao fazê-los sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás. Essas influências os acompanham em sua vida de Espírito, até que hajam conseguido tanto império sobre si mesmos, que os maus desistem de obsidiá-los. (Obra citada, questões 122, 122-a e 122-b.)
29. Quem são os seres que chamamos de anjos e demônios? 
Os seres a que chamamos anjos, arcanjos, serafins não formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros Espíritos. São eles os Espíritos puros, os que se acham no mais alto grau da escala e reúnem todas as perfeições, depois de haverem percorrido todos os graus da escala evolutiva. Não existem demônios. Se existissem, eles seriam obra de Deus, mas, porventura, Deus seria justo e bom se houvesse criado seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Os seres que chamamos de demônios são Espíritos inferiores que um dia também chegarão ao topo da escala, como os Espíritos puros. (Obra citada, questões 128, 129, 130 e 131.)
30. Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Deus impõe a encarnação aos Espíritos com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm de sofrer todas as vicissitudes da existência corporal. A encarnação visa também a um outro fim: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta. Todos os Espíritos, sem exceção, são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito. (Obra citada, questões 132 e 133.)
31. Qual é, no corpo material, a sede da alma?
A alma não tem, no corpo, uma sede determinada e circunscrita; contudo, nos grandes gênios e em todos os que pensam muito, ela reside mais particularmente na cabeça, ao passo que ocupa principalmente o coração naqueles que muito sentem e cujas ações têm todas por objeto a Humanidade. Entenda-se, porém, que a alma não se acha encerrada no corpo, qual um pássaro numa gaiola. Irradia e se manifesta exteriormente, como a luz através de um globo de vidro, ou como o som em torno de um centro de sonoridade.  (Obra citada, questões 141 e 146.)
32. Como o Espírito constata sua individualidade depois da morte, se já não possui um corpo material?
Embora tenha perdido o corpo material que utilizava durante a encarnação, o Espírito continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta e que guarda a aparência de sua última encarnação: o perispírito. (Obra citada, questões 149 e 150.)

Observação:
Para acessar a 3ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/01/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_9.html



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