O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Estamos fazendo neste espaço – sob a
forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do
Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal
obra espírita – O Livro dos Espíritos
–, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.
Parte 16
121. Qual é o objetivo do
trabalho?
O objetivo do trabalho é, para o homem, o aperfeiçoamento de sua
inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria – no tocante à inteligência –
indefinidamente na infância. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu
bem-estar dependem de seu trabalho e de sua atividade. (O Livro dos Espíritos, questões 674 a 676.)
122. No tocante ao trabalho, existe
algum limite?
Sim. O limite do trabalho é o das forças, o que implica dizer que
o homem, enquanto puder, deve trabalhar. Na hipótese em que não mais possa
trabalhar, como no caso das pessoas de idade avançada, o forte deve trabalhar
para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É
a lei da caridade. (Obra citada, questões 683 a 685.)
123. O homem tem o direito de repousar
na velhice?
Sim, porque a nada é obrigado, senão de acordo com suas forças.
(Obra citada, questões 682, 683, 685 e 685-A e comentário de Kardec.)
124. Segundo alguns, como Malthus, a
população humana na Terra cresce muito mais rapidamente do que os recursos de
subsistência. Chegará um tempo em que então a população na Terra será
excessiva?
Não, pois Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. (Obra
citada, questões 686 e 687.)
125. Se a reprodução dos seres vivos
constitui uma lei natural, como entender os costumes humanos que têm por fim
criar obstáculos à reprodução?
Segundo o Espiritismo, tudo o que embaraça a Natureza em sua
marcha é contrário à lei geral. No tocante às espécies de seres vivos, animais
e plantas, cuja reprodução indefinida seria nociva a outras espécies e das
quais o próprio homem acabaria por ser vítima, Deus concedeu ao homem um poder
de que ele deve usar, sem abusar. Pode, pois, regular a reprodução, de acordo
com as necessidades, mas não deve opor-se-lhe sem necessidade. A ação
inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para restabelecer o
equilíbrio entre as forças da Natureza e é ainda isso o que o distingue dos
animais, porque ele obra com conhecimento de causa. (Obra citada, questões 693
e 694.)
126. Qual a posição espírita acerca do
casamento?
O casamento, isto é, a união permanente de dois seres, é um
progresso na marcha da Humanidade, porque estabelece a solidariedade fraterna.
Sua abolição seria um retrocesso à infância da Humanidade e colocaria o homem
abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes. (Obra
citada, questões 695, 696 e 697.)
127. Há pessoas que, mesmo vivendo em
locais de fartura e abundância, não têm os meios suficientes à sua
subsistência. A que devemos atribuir isso?
Ao egoísmo dos homens, que nem sempre fazem o que lhes cumpre.
Depois, e as mais das vezes, devem-no a si mesmos. “Buscai e achareis” – estas
palavras não querem dizer que, para achar o que deseje, basta que o homem olhe
para a terra, mas que lhe é preciso procurá-lo, não com indolência, e sim com
ardor e perseverança, sem desanimar ante os obstáculos, que muito amiúde são
simples meios de que se utiliza a Providência para lhe experimentar a
constância, a paciência e a firmeza. Nas situações em que a falta dos meios de
subsistência não depende da vontade das pessoas, sua privação constitui uma
prova, muitas vezes cruel, para aquele que a sofre, à qual sabia de antemão que
viria a estar exposto. Seu mérito então consiste em submeter-se à vontade de
Deus. Se a morte vier colhê-lo, cumpre-lhe recebê-la sem murmurar, ponderando
que a hora da verdadeira libertação soou e que o desespero no derradeiro momento
pode ocasionar-lhe a perda do fruto de toda a sua resignação. (Obra citada,
questões 704 a 708 e 717.)
128. As mortificações e privações
voluntárias têm algum mérito aos olhos de Deus?
Depende. Procuremos saber a quem elas aproveitam e teremos a resposta.
Privar-se a si mesmo e trabalhar para os outros, tal a verdadeira mortificação
segundo a caridade cristã. Meritório é resistir à tentação que arrasta ao
excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o homem tirar do que lhe é necessário
para dar aos que carecem do bastante. Se a privação não passar de simulacro,
será uma irrisão. (Obra citada, questões 720 e 721.)
Observação:
Para acessar a Parte 15
deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/04/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec.html
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