quinta-feira, 2 de abril de 2020



O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal obra espírita – O Livro dos Espíritos –, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.

Parte 15

113. Para agradar a Deus e assegurar uma boa posição futura, basta ao homem não praticar o mal?  
Não. Cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem. (O Livro dos Espíritos, questões 630, 641 e 642.)
114. Há diferentes graus no mérito do bem que praticamos?    
Sim. O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Nenhum merecimento há em fazê-lo sem esforço e quando nada custe. Em melhor conta tem Deus o pobre que divide com outro o seu único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá do que lhe sobra, disse-o Jesus, a propósito do óbolo da viúva.  (Obra citada, questões 643 e 646.)
115. Em quantas partes o ensinamento espírita divide a lei de Deus e qual é, dentre elas, a mais importante? 
Em dez partes, tal como Moisés a dividiu com vistas a abranger todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. A última parte – a lei de justiça, amor e caridade – é, porém, a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual e porque resume todas as outras. (Obra citada, questões 647 e 648.)
116. Em que consiste a adoração e qual a forma de adoração que Deus prefere?
No sentido espiritual, adoração significa elevação do pensamento a Deus. A adoração verdadeira é do coração, por isso Deus prefere os que o adoram do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus semelhantes. Somente nos lábios e não na alma tem religião aquele que professa adorar a Deus, mas que é orgulhoso, invejoso e cioso, duro e implacável para com outrem, ou ambicioso dos bens deste mundo. (Obra citada, questões 649, 650, 653, 654 e 657.)
117. Que é prece e qual a sua finalidade? A prece torna o homem melhor?
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. (Obra citada, questões 658 a 660 e 663.)
118. Considerando que podemos orar pelos outros, inclusive pelos que já se encontram desencarnados, pode a prece mudar a natureza de nossas provas?
As provas a que nos submetemos estão nas mãos de Deus e algumas há que têm de ser suportadas até o fim; mas Deus sempre leva em conta a resignação. A prece traz para junto de nós os bons Espíritos e, dando-nos estes a força para suportá-las corajosamente, menos rudes elas nos parecem. Com relação às pessoas por quem oramos, a prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe assim um testemunho do interesse que inspira aquele que por ela pede e também porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que ora concita o infeliz ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua parte, ele secunda a prece com a boa vontade. O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que o vão esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-nos, desse modo, que culpados seremos se não fizermos o mesmo por aqueles que mais necessitam de nossas preces. (Obra citada, questões 662, 663 e 664.)
119. De onde se originaram os sacrifícios humanos praticados pelos homens com o fito de agradar a Deus?
Dois foram os motivos que levaram os homens a essa prática. O primeiro é que os povos mais antigos não compreendiam Deus como sendo a fonte da bondade, mesmo porque o senso moral neles próprios não se achava desenvolvido. O segundo motivo é que acreditavam que uma criatura animada teria, aos olhos de Deus, mais valor do que um corpo material ou inanimado. Foi por isso que começaram a imolar, inicialmente, animais e, mais tarde, homens. De conformidade com a falsa crença que possuíam, pensavam que o valor do sacrifício era proporcional à importância da vítima. Não foi, portanto, o sentimento de crueldade que motivou tais práticas, mas sim a falsa ideia de que agradariam a Deus agindo daquela forma. (Obra citada, questões 669 e 670.)
120. Os sacrifícios de animais e de pessoas são agradáveis a Deus?
Não, nunca foram. Deus, porém, julga pela intenção. Sendo ignorantes os homens, natural era que supusessem praticar ato louvável imolando seus semelhantes. Nesses casos, Deus atentava unicamente na ideia que presidia ao ato e não neste. À proporção que se foram melhorando, os homens passaram a reconhecer o erro em que laboravam e, por fim, aboliram de seus costumes essas práticas. (Obra citada, questões 669 a 673.)


Observação:
Para acessar a Parte 14 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/03/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_26.html





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