Uma súplica pela vida
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
A natureza, há
muito, não se sentia tão radiante, e protegida, e feliz, e saudável, e
desejando tanto viver os dias. Os animais descansam, calmos, em jardins públicos,
olham como se dissessem agora sim, tudo
está no lugar. Os pássaros voam como se o ballet dos humanos fosse apenas cócegas comparado aos seus libertos
e plenos voos.
As águas correm
com mais alegria nos rios e passeiam com leveza entre os oceanos. O ar, bem
mais puro, visita com propriedade os pulmões oxigenando todo o corpo que
poderia sentir-se mais completo... se não fosse o peso que a consciência começa
sutilmente a exercer no humano. E como é difícil este humano conscientizar-se,
valorizar o que de fato é real diante das inumeráveis formas de ilusão.
E o vírus da
década de 20 no século XXI apenas acomete a humanidade; os animais e a flora,
por completo, não são acometidos e o meio ambiente volta a pulsar, as geleiras
tornam-se mais condensadas novamente e o seu derretimento retarda até,
infelizmente, a possível retomada insana do ser humano com os futuros dias,
porém a natureza alimenta uma esperança – pequenina – de o humano reinventar-se
compreendendo que não existe, nem de longe, a probabilidade de ser o homem a
criatura superior do Planeta. A natureza ensina mil vezes mais.
Talvez os
pequeninos humanos – com toda atípica e desdita mudança em que reclusos
precisam estar para conter a sua criadora destruição – despertem para a nobre
empreitada que é cada vivência em sua infinitude e possam querer positivamente
“participar” e não continuarem a reinar absurdamente neste lugar de lindos
lugares e cores.
Quantas foram as
advertências do bondoso Pai! Quantas dores alheias foram necessárias para
sentir em si a própria dor! E como no universo tudo é perfeito, nada mais justo
que os bilhões de causadores começarem a se redimir.
No entanto o Pai,
justo e incomparável, com seu amor maior que tudo, aguarda o despertamento
desses filhos teimosos e ainda pequeninos, aguarda porque sabe que em cada um
existe a Sua luz, a centelha divina.
E quando esses
filhos despertarem, a Terra voltará a ser um planeta vigorante, repleto de amor
e vida, e esses filhos se tratarão como irmãos.
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