terça-feira, 7 de abril de 2020



Uma súplica pela vida

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

A natureza, há muito, não se sentia tão radiante, e protegida, e feliz, e saudável, e desejando tanto viver os dias. Os animais descansam, calmos, em jardins públicos, olham como se dissessem agora sim, tudo está no lugar. Os pássaros voam como se o ballet dos humanos fosse apenas cócegas comparado aos seus libertos e plenos voos.
As águas correm com mais alegria nos rios e passeiam com leveza entre os oceanos. O ar, bem mais puro, visita com propriedade os pulmões oxigenando todo o corpo que poderia sentir-se mais completo... se não fosse o peso que a consciência começa sutilmente a exercer no humano. E como é difícil este humano conscientizar-se, valorizar o que de fato é real diante das inumeráveis formas de ilusão.
E o vírus da década de 20 no século XXI apenas acomete a humanidade; os animais e a flora, por completo, não são acometidos e o meio ambiente volta a pulsar, as geleiras tornam-se mais condensadas novamente e o seu derretimento retarda até, infelizmente, a possível retomada insana do ser humano com os futuros dias, porém a natureza alimenta uma esperança – pequenina – de o humano reinventar-se compreendendo que não existe, nem de longe, a probabilidade de ser o homem a criatura superior do Planeta. A natureza ensina mil vezes mais.
Talvez os pequeninos humanos – com toda atípica e desdita mudança em que reclusos precisam estar para conter a sua criadora destruição – despertem para a nobre empreitada que é cada vivência em sua infinitude e possam querer positivamente “participar” e não continuarem a reinar absurdamente neste lugar de lindos lugares e cores.
Quantas foram as advertências do bondoso Pai! Quantas dores alheias foram necessárias para sentir em si a própria dor! E como no universo tudo é perfeito, nada mais justo que os bilhões de causadores começarem a se redimir.
No entanto o Pai, justo e incomparável, com seu amor maior que tudo, aguarda o despertamento desses filhos teimosos e ainda pequeninos, aguarda porque sabe que em cada um existe a Sua luz, a centelha divina.
E quando esses filhos despertarem, a Terra voltará a ser um planeta vigorante, repleto de amor e vida, e esses filhos se tratarão como irmãos.

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