quarta-feira, 1 de abril de 2020


Obreiros da Vida Eterna

André Luiz

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar. Serão ao todo 960 questões objetivas distribuídas em 120 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quartas-feiras.
Concluído o estudo dos três primeiros livros, damos prosseguimento hoje ao estudo do 4º livro da série, Obreiros da Vida Eterna, que o médium Chico Xavier psicografou.

Parte 4

25. Aludindo à parábola de Jesus que focaliza o caso do rico e do mendigo Lázaro, padre Hipólito comentou-a de forma inteiramente nova. Que considerações fez ele sobre o tema?
Antes de comentar a parábola referida, Hipólito perguntou: – "Qual de nós não terá sido, na Crosta do Mundo, aquele rico, vestido de púrpura e linho finíssimo, do ensinamento do Mestre?" E comentou o conhecido texto narrado por Jesus, fazendo-o de um modo inteiramente diferente dos comentários usuais sobre o tema. Todos os que ali estavam – lembrou Hipólito – já tiveram, em derredor, mendigos de afeto e socorro espiritual a mostrar-lhes, em vão, as chagas de suas necessidades. Chamavam-se eles familiares, parentes, companheiros de luta, irmãos remotos de humanidade... Eram filhos famintos de orientação, pais necessitados de carinho, viandantes do caminho evolutivo sequiosos de auxílio, que, improficuamente, se aproximavam implorando reconforto e alegria. "Em geral", lembrou Hipólito, "lembrávamo-nos sempre tarde de suas feridas interiores, indiferentes ao menosprezo da oportunidade sublime que nos fora concedida para ministrar-lhes o bem". Envaidecidos das próprias conquistas, encarcerados em clamorosa apatia, os agora infelizes amontoavam expressões de bem-estar, crendo-se superiores a todas as criaturas integrantes do quadro da passagem terrena. Prisioneiros das próprias criações inferiores, a morte precipitou-os no despenhadeiro purgatorial, semelhante ao tenebroso inferno da teologia mitológica. E, assim, envelhecida e rota a veste rica de oportunidade, todos se tornaram mais pobres que o último dos miseráveis que lhes batiam confiantes à porta do coração e para os quais poderiam ter sido beneméritos doadores da felicidade. Viajores do mundo, os que ali padeciam fugiam, quando encarnados, de todos os companheiros necessitados e estimavam, acima de tudo, o bom tempo, as ilhas encantadas de prazer, a camaradagem dos mais fortes, para depois atingirem a outra margem, humilhados e pesarosos, em terríveis necessidades do espírito, incapazes de prosseguir a caminho dos continentes divinos da redenção. (Obreiros da Vida Eterna, cap. 8, pp. 118 a 122.)
26. Por que, estando bem perto dos socorristas, os sofredores não se aproximavam para juntar-se ao grupo?
O motivo disso é que entre a multidão compacta e o grupo de benfeitores espirituais havia um profundo fosso e, onde surgiam possibilidades de transposição mais fácil, reuniam-se pequenos grupos de entidades com sinistra expressão fisionômica, que exerciam severa vigilância sobre os infelizes, impedindo-os de se aproximarem dos socorristas. (Obra citada, cap. 8, pp. 122 a 129.)
27. Em meio à procissão de pedintes, havia também espíritas?
Sim. Pelo teor das súplicas, via-se que ali estavam reunidos adeptos de variados credos religiosos, e os espiritistas não faltavam no triste concerto. Uma senhora, de porte respeitável, cabelos revoltos e fundas chagas no rosto, suplicou, chorosa: – "Espíritos do Bem, auxiliai-me! Eu conheci Bezerra de Menezes na Terra, aceitei o Espiritismo. No entanto, ai de mim! Minha crença não chegou a ser fé renovadora. Dedicava-me à consolação, mas fugia à responsabilidade! A morte atirou-me aqui, onde tenho sofrido bastante as consequências do meu relaxamento espiritual! Socorrei-me, por Jesus!" (Obra citada, cap. 8, pp. 129 a 131.)
28. As faixas luminosas lançadas pelos socorristas produziram algum resultado?
Não, porque houve, diante dessa providência, uma odiosa represália dos verdugos desencarnados que fez com que esses esforços se tornassem inúteis. (Obra citada, cap. 8, pp. 131 e 132.)
29. Dirigindo-se aos sofredores, Zenóbia fez-lhes um derradeiro apelo, advertindo, porém, que nem todos poderiam ser amparados pela Casa Transitória. Quem, segundo ela, poderia ser admitido no abrigo?
Ela disse que o abrigo receberia apenas criaturas de boa vontade. Seria inútil, pois, procurar-lhe o socorro sem modificação substancial para o bem. "Sofredor algum será recolhido tão só porque implore abrigo com os lábios", asseverou a benfeitora espiritual, enfatizando que apenas os corações sinceramente interessados na renovação própria, em Jesus, seriam admitidos no abrigo. (Obra citada, cap. 8, pp. 133 e 136.)
30. Em que consistia a ação de graças realizada na Casa Transitória e em qual dia da semana era feita?
A ação de graças, que se realizava todas as noites na Casa Transitória, era um culto em que a oração tinha por objetivo agradecer ao Senhor as bênçãos de cada dia e pedir fossem concedidos a todos os irmãos ali presentes os dons do equilíbrio e da equidade. A prece não continha nenhuma solicitação de ordem material ou pedido de atendimento a privilégios. A ação de graças nada mais era do que uma prece de louvor. (Obra citada, cap. 9, pp. 137 a 144.)
31. Quem era Letícia e com que finalidade ela veio à reunião no instituto?
Letícia, desencarnada 32 anos antes, fora na Terra mãe de Gotuzo. Sua fisionomia deslumbrava e no colo trazia soberbo ramalhete de lírios nevados a exalar inebriante perfume, cujo aroma foi percebido por todos. A mensageira veio à reunião para comunicar-se com Gotuzo e, para isso, necessitava do auxílio de Luciana como médium psicofônica. A medida se justificava em face das substâncias densas do plano, que tornavam o ambiente pesadíssimo. Na mensagem ao filho, Letícia o estimulou à reconciliação com os familiares encarnados, levando-o a concordar em reencarnar no mesmo ambiente de sua família, na condição de neto da ex-esposa, para desse modo reconciliar-se com seu suposto rival. (Obra citada, cap. 9, pp. 144 a 150.)
32. Que desfecho teve o encontro de Gotuzo com sua ex-esposa Marília?
Ao ver Gotuzo, Marília pediu-lhe perdão por tudo o que fizera e rogou-lhe não a abandonasse. Ele ficou indeciso, mas, ante a intervenção de Letícia, Gotuzo abriu os braços e recolheu a ex-esposa, solícito, na atitude de irmão compadecido e desvelado. Depois, intuído pela mãe, dirigiu breves palavras à ex-companheira terrena, dizendo-lhe que jamais poderia resgatar sua dívida para com seu devotamento. "Regresse, confiante, enquanto preparo minha própria volta", disse-lhe, sob forte emoção. "Brevemente, com o auxílio de Deus e de nossa abençoada mãe, estaremos, de novo, reunidos na Terra!" (Obra citada, cap. 9, pp. 150 a 156.) 


Observação:
Para acessar a 3ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/03/obreiros-da-vidaeterna-andre-luiz_25.html




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