quarta-feira, 21 de outubro de 2020


Entre a Terra e o Céu

 

André Luiz

 

Parte 2

 

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1954.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".

Eis as questões de hoje:


9. Por que uma longa enfermidade é benéfica à libertação da alma?

Segundo Clarêncio, a enfermidade longa é uma bênção desconhecida entre os homens e constitui precioso curso preparatório da alma para a grande libertação. Sem a moléstia dilatada, é muito difícil o êxito rápido no trabalho da morte. Eis por que é ela benéfica à alma que se despede da vida física, rumo ao plano espiritual. (Entre a Terra e o Céu, cap. V, pp. 31 e 32.)

10. Que provações enfrentava Antonina naquele momento?

Primeiro, o marido a abandonara, fato que ocorrera quatro anos antes, mas Antonina não desanimou. Ela trabalhava numa fábrica de tecidos, para sustentar a casa, e educava os filhos com acendrado amor ao Evangelho, sabendo, assim, resgatar com valor as dívidas trazidas do pretérito próximo. Meses antes perdera o pequeno Marcos, de oito anos, atacado de fulminante pneumonia. Viviam com ela três lindas crianças, dois rapazinhos entre onze e doze anos e uma loura pequerrucha, a caçula da família. (Obra citada, cap. VI, pp. 35 a 37.)

11. Como era o culto do Evangelho na casa de Antonina?

Os participantes eram a mãe e as três crianças. No dia em que André Luiz se encontrava presente, Lisbela, a caçula, fez a prece de abertura, recitando as lindas palavras da oração dominical, ensinada por Jesus. Henrique, um dos filhos, abriu o Evangelho ao acaso, restituindo o livro às mãos da mãe, que leu, emocionada, os versículos 21 e 22 do capítulo 18 das anotações do apóstolo Mateus: "Então Pedro, aproximando-se dele, disse: – Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: – Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete". Antonina calou-se, como quem aguardava as perguntas dos jovens aprendizes. Henrique, iniciando a conversação, perguntou: "Mãezinha, por que Jesus recomendava um perdão assim tão grande?" Demonstrando vasto treinamento evangélico, a senhora respondeu, e assim transcorreu o culto, na forma de uma conversação de que todos participaram. Ao final, depois da prece de encerramento, beberam a água magnetizada por André e Hilário. (Obra citada, cap. VI, pp. 37 a 41.)

12. Seja o que for que nos façam, devemos perdoar sempre?

Respondendo a seu filho Haroldo, que lhe fez pergunta semelhante, Antonina disse-lhe que sim. "Ainda mesmo quando a ofensa seja a pior de todas?", insistiu o menino. "Ainda assim", respondeu a genitora, que quis saber por que o filho tratava de tal assunto com tamanha preocupação. "Refiro-me ao papai – disse o menino, algo triste –; papai abandonou-nos quando mais precisávamos dele. Seria justo esquecer o mal que nos fez?" Antonina, revelando a nobreza de sua alma, respondeu-lhe: "Oh! meu filho! não te detenhas nesse problema. Por que alimentar rancor contra o homem que te deu a vida? como condená-lo se não sabemos tudo o que lhe aconteceu? Seria realmente melhor para o nosso bem-estar se ele estivesse conosco, mas, se devemos suportar a ausência dele, que os nossos melhores pensamentos o acompanhem. Teu pai, meu filho, com a permissão do Céu, deu-te o corpo em que aprendes a servir a Deus. Por esse motivo, é credor de teu maior carinho. Há serviços que não podemos pagar senão com amor. Nossa dívida para com os pais é dessa natureza..." E ela mencionou que uma das mais importantes determinações ouvidas por Moisés no monte, quando recebeu os Dez Mandamentos, foi aquela em que a Eterna Bondade nos recomenda: "Honrarás teu pai e tua mãe". "A Lei enviada ao mundo – acrescentou Antonina – não estabelece que devamos analisar a espécie de nossos pais, mas sim que nos cabe a obrigação de honrá-los com o nosso amoroso respeito, sejam eles quais forem." (Obra citada, cap. VI, págs. 39 a 41.)

13. Havia, além da família, alguma pessoa presente na casa de Antonina?

Sim. Encontrava-se ali um ancião desencarnado que se apresentava abatido e trêmulo e parecia inquieto e dementado. Era alguém que sentia imenso remorso por haver matado seu amigo Esteves, por ocasião da guerra entre Brasil e Paraguai. Soube-se mais tarde que ele era avô de Antonina e ali estava para rogar ajuda à neta querida. (Obra citada, cap. VII, pp. 42 a 44.)

14. Qual o nome do ancião desencarnado que viera buscar ajuda de Antonina?

Ele se chamara Leonardo Pires e havia desencarnado vinte anos antes. Empregado do Marechal Guilherme Xavier de Souza quando jovem, envenenara José Esteves quando ambos integravam as forças brasileiras acampadas em Piraju, no Paraguai. O crime ocorreu num domingo de festa em campanha: 11 de julho de 1869. Uma missa fora celebrada em pleno campo e o Conde d'Eu se encontrava presente. Leonardo Pires não estava, porém, interessado nas palavras do sacerdote ou do Generalíssimo. Sua mente só pensava numa coisa: vingança! (Obra citada, cap. VII, pp. 46 a 48.)

15. José Esteves, que fora vítima de Leonardo Pires, estava naquela oportunidade atormentando o homem que o envenenou?

Não. José Esteves já havia reencarnado e estava, no momento, em outros setores de luta. Leonardo Pires (o homicida) é que, por remorso, vivia com a imagem da vítima que se revitalizava, cada dia, em sua memória, ao influxo das sugestões da própria consciência culpada. Era a lei de causa e efeito a cumprir-se, naturalmente. (Obra citada, cap. VII, pp. 48 e 49.)

16. Por que, em nossa romagem rumo à perfeição, nos é necessária a luta na carne?

Esta dúvida surgiu em face destas palavras de Antonina, ditas quando ela se encontrava num lugar belíssimo situado numa estância espiritual: "Por que não transformar esta excursão em transferência definitiva? Pesa o corpo, à maneira de insuportável cruz de carne, quando conseguimos sentir a Terra, de longe..." "É verdade – concordou uma amiga –, por que não nos é dado permanecer, olvidando os pesares e os dissabores do mundo?" Atento ao que elas diziam, o ministro Clarêncio explicou, carinhoso: "Compreendemos, compreendemos quanta inquietação punge o espírito reencarnado, mormente quando desperto para a beleza da vida superior, entretanto é indispensável saibamos louvar a oportunidade de servir, sem jamais desmerecê-la". E acrescentou: "Achamo-nos ainda distantes da redenção total e todos nós, com alternativas mais ou menos longas, devemos abraçar a luta na carne, de modo a solver com dignidade nossos velhos compromissos. Somos viajores nos milênios incessantes. Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe auxiliar". (Obra citada, cap. VIII, pp. 50 e 51.)

 

 

Observação:

Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/10/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-1.html

 

  

 

 

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