sábado, 3 de outubro de 2020


Respeito é sempre bom...

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília-DF

 

Salve! amigos.

A língua não distingue sexos e, sim, gêneros. O Espírito imortal, só temporariamente... Por isso, nossa opção pelo que a tradição linguística, no caso do português, requer: quando nos referimos a gênero, predomina o masculino. Na saudação inicial de um discurso, porém, ou nas situações em que é de bom tom distinguir o público ouvinte, costuma-se dizer: "Senhoras e senhores", por motivos óbvios: caso se diga apenas "Senhores", pode haver, na plateia, alguém que não se sinta bem ao ser chamado de senhor, por se identificar com o sexo oposto, e vice-versa.

E as informações contidas na Doutrina Espírita respaldam nosso entendimento, pois somos informados, n'O Livro dos Espíritos e nas pesquisas de cientistas atuais, estudiosos dos casos de reencarnação, que, antes de assumir novo corpo, a questão do sexo é secundária para o Espírito imortal. Então, respeitemos o ser imortal e a língua...

Voltando, então, à questão linguística, além do direito, em minha formação e prática universitária, aprendi que jamais podemos alterar nada do que alguém escreve, quando citamos sua frase, salvo anuência do autor. Caso consideremos algo estranho ou errado, na reprodução da fala de outrem, devemos anotar à frente (sic), que indica ao leitor ter sido exatamente assim que o autor escreveu. Se o mesmo erro ou frase estranha se repete, usa-se (sic passim), ou seja, por toda a parte está assim.

No caso de texto a ser reeditado, após a entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em sua revisão, deve-se atualizar a ortografia. E só. Nada de mudar a ordem da frase, por considerar melhor a sua, que está numa ordem diferente da do autor. Jamais substituir palavras ou expressões da obra a ser reeditada pelas suas. Isso é considerado desrespeito aos direitos autorais. Se o autor ainda é vivo, o máximo que se pode fazer é consultá-lo para saber se ele autoriza modificação em seu texto, antes de alterá-lo. Isso é mais adequado quando se trata de obra original, ou seja, que será publicada pela primeira vez.

No Espiritismo, obedecemos fielmente à recomendação de Jesus de "dar de graça o que de graça recebemos". Desse modo, grande número de trabalhos é feito por voluntários de boa vontade, salvo quando se pode contratar alguém remunerado. Então, espera-se dos mais esclarecidos, em nome da indulgência, informar às editoras espíritas qualquer equívoco na reedição de uma obra ou mesmo em sua primeira edição.   

Se o revisor estava bem intencionado, mas desinformado, cabe ao autor ou a quem perceber algo diferente na reedição da obra alertá-lo sobre a impropriedade de modificar qualquer palavra ou expressão do texto que foi republicado com essa alteração. E à editora cabe corrigir, em nova edição, o que não corresponda à expressão inicial do autor. Quando for o caso, deve-se inserir nota de rodapé com a informação sobre a restauração do texto original e, em respeito ao leitor, explicar-lhe o motivo de ter sido feita alguma modificação na edição anterior.

Isso, porém, não deve ser compartilhado nas redes mundiais de comunicação, pois, no caso, não há má-fé, mas desconhecimento por parte de pessoas de boa vontade que dedicam anos de suas vidas ao serviço de divulgação da Doutrina de Jesus à luz da Nova Revelação. Devemos seguir a orientação de Jesus de "vigiar e orar", para evitar fornecer munição aos adversários da grandiosa causa do Espiritismo, que é a de restaurar a certeza, em todos nós, sobre a existência de Deus, a imortalidade da alma e as leis morais. Estas leis estão contidas na parte terceira d'O Livro dos Espíritos, dentre as quais destaco a lei de justiça, amor e caridade.  

Precisamos conhecer melhor essas leis, para que procedamos de acordo com a orientação de Allan Kardec, em complemento à máxima "Fora da caridade não há salvação": "Fora da caridade, não há verdadeiro espírita". E a caridade começa pela "benevolência para com todos”, prossegue na "indulgência para as imperfeições dos outros" e termina no "perdão das ofensas", como temos reiterado, com base na questão 886 d'O livro dos Espíritos.

Façamos ao próximo o que desejamos que ele nos faça, como nos recomendou Jesus. Lembremo-nos sempre dessa máxima, antes de tomar qualquer atitude de crítica espalhafatosa. A empatia é a atitude mental que mais nos torna tolerantes com os enganos alheios, por nos recomendar, antes de julgar, colocar-nos em seu lugar e por nos fazer cientes de que também podemos errar, quando ainda não conhecemos bem alguma coisa. Por tudo isso, jamais nos esqueçamos de que respeito é sempre bom...

 

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

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