quinta-feira, 1 de outubro de 2020

 


O Livro dos Médiuns

 

Allan Kardec

 

Parte 16

 

Continuamos o estudo metódico de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

121. Como se classificam os médiuns de efeitos físicos?

Especialmente aptos a produzir fenômenos materiais, tais como os movimentos dos corpos inertes, os barulhos etc., os médiuns de efeitos físicos dividem-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários. Os facultativos têm consciência de seu poder e agem por sua própria vontade. Os involuntários não têm consciência de seu poder e recebem a influência dos Espíritos sem que o saibam ou queiram. (O Livro dos Médiuns, itens 160 e 161.)

122. Que são médiuns auditivos?

Eles ouvem a voz dos Espíritos e podem assim entrar em conversação com eles. Algumas vezes o que ouvem é uma voz íntima que se faz ouvir na consciência; de outras vezes é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa encarnada. Tal faculdade é muito agradável quando o médium ouve somente bons Espíritos ou apenas os que ele chama; mas o mesmo não acontece quando um mau Espírito se encarniça ao pé dele e lhe faz ouvir a cada minuto as mais desagradáveis coisas. (Obra citada, item 165.)

123. Que são médiuns falantes?

Nesta variedade de médiuns, atualmente designados médiuns psicofônicos, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra. O médium falante se exprime geralmente sem ter consciência do que diz, e com frequência diz coisas completamente fora de suas ideias habituais, de seus conhecimentos e mesmo da alçada de sua inteligência. Conquanto esteja perfeitamente desperto e no estado normal, raramente conserva a lembrança do que disse. A passividade do médium falante ou psicofônico não é sempre tão completa; deles há os que têm a intuição do que dizem no mesmo instante em que pronunciam as palavras; outros fazem as vezes de uma espécie de intérprete, ou seja, recebem o pensamento do Espírito comunicante e o expressam com suas próprias palavras. (Obra citada, item 166.)

124. Que são médiuns sonâmbulos?

O sonambulismo pode ser considerado uma variedade da faculdade mediúnica, ou melhor dizendo, são duas ordens de fenômenos que se encontram frequentemente reunidas. O sonâmbulo age, sob a influência de seu próprio Espírito: é sua alma que, no momento da emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos; é, portanto, um fenômeno anímico. O médium, ao contrário, é o instrumento de uma inteligência estranha; é instrumento passivo, e o que ele diz não provém dele. Mas o Espírito que se comunica por um médium comum pode muito bem fazê-lo por um sonâmbulo. O estado de emancipação da alma, durante o sonambulismo, torna essa comunicação mais fácil, e aí então podemos considerá-lo um médium sonâmbulo ou um sonâmbulo-médium. (Obra citada, itens 172 a 174.)

125. Os médiuns videntes podem ver os Espíritos regularmente?

Depende; há os que gozam da faculdade de vidência no estado normal, quando estão perfeitamente acordados, e dela conservam uma lembrança exata; outros não a têm senão em estado sonambúlico, ou vizinho do sonambulismo. Esta faculdade raramente é permanente; quase sempre é o efeito de uma crise momentânea e passageira. Pode-se incluir na categoria de médiuns videntes todas as pessoas dotadas da segunda vista. Entre os médiuns videntes há os que veem apenas os Espíritos que evocamos e dos quais eles podem fazer a descrição com minuciosa exatidão. Descrevem seus gestos, a expressão de sua fisionomia, os traços do rosto, a roupa e até os sentimentos de que parecem animados. Há outros nos quais a faculdade é ainda mais geral; eles veem toda a população espiritual ambiente ir e vir. (Obra citada, itens 167 a 169.)

126. A mediunidade pode ser explorada com fins especulativos?

Não; a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda fazer dela um degrau para alcançar o que não corresponda aos desígnios da Providência. (Obra citada, itens 305 e 306.)

127. Qual é a melhor garantia contra o charlatanismo?

A faculdade mediúnica, mesmo circunscrita aos limites das manifestações físicas, não foi concedida para expor-se nos teatros, e quem quer que pretenda ter sob suas ordens Espíritos para exibi-los em público, pode perfeitamente ser suspeito de charlatanismo ou de prestidigitação mais ou menos hábil. À vista disso, concluímos que o desinteresse absoluto é a melhor garantia contra o charlatanismo. Se esse desprendimento não assegura sempre a boa qualidade das comunicações inteligentes, priva pelo menos os maus Espíritos de um poderoso meio de ação e fecha a boca de certos detratores. (Obra citada, item 308.)

128. Muitos espíritas têm a caridade apenas nos lábios. Que dizem os Espíritos a esse respeito?

O Cristo renega de seus discípulos aqueles que tenham a caridade somente nos lábios. Não é suficiente crer; é preciso, sobretudo, dar exemplo de bondade, de benevolência e de desinteresse, sem o que a fé lhes será estéril. (Obra citada, cap. XXXI, item I.)

 

Observação:

Para acessar a Parte 15 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_24.html

 

 

  

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