O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
Parte 16
Continuamos o estudo metódico de “O
Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco
Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
121. Como se classificam os médiuns de efeitos físicos?
Especialmente aptos a produzir fenômenos materiais, tais como os
movimentos dos corpos inertes, os barulhos etc., os médiuns de efeitos físicos
dividem-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários. Os facultativos têm
consciência de seu poder e agem por sua própria vontade. Os involuntários não
têm consciência de seu poder e recebem a influência dos Espíritos sem que o
saibam ou queiram. (O Livro dos Médiuns,
itens 160 e 161.)
122. Que são médiuns
auditivos?
Eles ouvem a voz dos Espíritos e podem assim entrar em conversação com
eles. Algumas vezes o que ouvem é uma voz íntima que se faz ouvir na
consciência; de outras vezes é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma
pessoa encarnada. Tal faculdade é muito agradável quando o médium ouve somente
bons Espíritos ou apenas os que ele chama; mas o mesmo não acontece quando um
mau Espírito se encarniça ao pé dele e lhe faz ouvir a cada minuto as mais
desagradáveis coisas. (Obra citada, item 165.)
123. Que são médiuns
falantes?
Nesta variedade de médiuns, atualmente designados médiuns psicofônicos, o
Espírito atua sobre os órgãos da palavra. O médium falante se exprime
geralmente sem ter consciência do que diz, e com frequência diz coisas
completamente fora de suas ideias habituais, de seus conhecimentos e mesmo da
alçada de sua inteligência. Conquanto esteja perfeitamente desperto e no estado
normal, raramente conserva a lembrança do que disse. A passividade do médium
falante ou psicofônico não é sempre tão completa; deles há os que têm a
intuição do que dizem no mesmo instante em que pronunciam as palavras; outros
fazem as vezes de uma espécie de intérprete, ou seja, recebem o pensamento do
Espírito comunicante e o expressam com suas próprias palavras. (Obra citada,
item 166.)
124. Que são médiuns sonâmbulos?
O sonambulismo pode ser considerado uma variedade da faculdade mediúnica,
ou melhor dizendo, são duas ordens de fenômenos que se encontram frequentemente
reunidas. O sonâmbulo age, sob a influência de seu próprio Espírito: é sua alma
que, no momento da emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos
sentidos; é, portanto, um fenômeno anímico. O médium, ao contrário, é o
instrumento de uma inteligência estranha; é instrumento passivo, e o que ele
diz não provém dele. Mas o Espírito que se comunica por um médium comum pode
muito bem fazê-lo por um sonâmbulo. O estado de emancipação da alma, durante o
sonambulismo, torna essa comunicação mais fácil, e aí então podemos
considerá-lo um médium sonâmbulo ou um sonâmbulo-médium. (Obra citada, itens
172 a 174.)
125. Os médiuns videntes
podem ver os Espíritos regularmente?
Depende; há os que gozam da faculdade de vidência no estado normal,
quando estão perfeitamente acordados, e dela conservam uma lembrança exata;
outros não a têm senão em estado sonambúlico, ou vizinho do sonambulismo. Esta
faculdade raramente é permanente; quase sempre é o efeito de uma crise
momentânea e passageira. Pode-se incluir na categoria de médiuns videntes todas
as pessoas dotadas da segunda vista. Entre os médiuns videntes há os que veem
apenas os Espíritos que evocamos e dos quais eles podem fazer a descrição com
minuciosa exatidão. Descrevem seus gestos, a expressão de sua fisionomia, os
traços do rosto, a roupa e até os sentimentos de que parecem animados. Há
outros nos quais a faculdade é ainda mais geral; eles veem toda a população
espiritual ambiente ir e vir. (Obra citada, itens 167 a 169.)
126. A mediunidade pode
ser explorada com fins especulativos?
Não; a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os bons
Espíritos se afastam de quem quer que pretenda fazer dela um degrau para
alcançar o que não corresponda aos desígnios da Providência. (Obra citada,
itens 305 e 306.)
127. Qual é a melhor
garantia contra o charlatanismo?
A faculdade mediúnica, mesmo circunscrita aos limites das manifestações
físicas, não foi concedida para expor-se nos teatros, e quem quer que pretenda
ter sob suas ordens Espíritos para exibi-los em público, pode perfeitamente ser
suspeito de charlatanismo ou de prestidigitação mais ou menos hábil. À vista
disso, concluímos que o desinteresse absoluto é a melhor garantia contra o
charlatanismo. Se esse desprendimento não assegura sempre a boa qualidade das
comunicações inteligentes, priva pelo menos os maus Espíritos de um poderoso
meio de ação e fecha a boca de certos detratores. (Obra citada, item 308.)
128. Muitos espíritas
têm a caridade apenas nos lábios. Que dizem os Espíritos a esse respeito?
O Cristo renega de seus discípulos aqueles que tenham a caridade somente
nos lábios. Não é suficiente crer; é preciso, sobretudo, dar exemplo de
bondade, de benevolência e de desinteresse, sem o que a fé lhes será estéril.
(Obra citada, cap. XXXI, item I.)
Observação:
Para acessar a Parte 15 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_24.html
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