quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 


Entre a Terra e o Céu

 

André Luiz

 

Parte 3

 

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1954.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".

Eis as questões de hoje:


17. O trabalho é realmente essencial à evolução dos Espíritos?

Sim. Conforme palavras de Clarêncio, o nosso melhor patrimônio é o trabalho com que nos compete ajudar-nos, mutuamente. É pelo trabalho que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. Nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus da escada evolutiva, aprimoramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação através do serviço. (Entre a Terra e o Céu, cap. VIII, pp. 52 e 53.)

18. A recordação do passado seria um bem ou um mal para nós encarnados?

Lembrar o passado mais prejudicaria do que beneficiaria as pessoas. Essa a razão pela qual nossas recordações são fragmentárias. Os que pensam de forma contrária, como Antonina, que disse a Clarêncio como seria bom poder reconhecer no mundo os antigos afetos e rever os semblantes amigos de outras eras, meditem nestas palavras que Clarêncio disse a ela: "Retomar o contacto com os melhores seria recuperar igualmente os piores..." Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. “A Lei é sábia", asseverou o Benfeitor Espiritual. (Obra citada, cap. VIII, pp. 54 e 55.)

19. É verdade que muitas mães reencarnadas na Terra costumam visitar no plano espiritual seus filhinhos desencarnados?

 Sim. André Luiz menciona nesta obra uma instituição em que tal fato ocorre com frequência. Ele se refere ao Lar da Bênção, onde viu muitas senhoras sustentando em seus braços lindas crianças, ou seja, Espíritos desencarnados em tenra idade que ainda conservavam no plano espiritual a forma infantil.  (Obra citada, cap. IX, págs. 56 e 57)

20. Qual a proposta do trabalho desenvolvido pelo Lar da Bênção?

O Lar da Bênção é, segundo informou Clarêncio, uma importante colônia educativa, misto de escola de mães e domicílio dos pequeninos que regressam da esfera carnal. O reencontro de mães e filhos era naquela instituição – e certamente continua sendo – um momento especial e comovente. Foi o que se deu com Antonina, que viu e abraçou um formoso menino, gritando: “Marcos! Marcos!...”, enquanto a criança, colando-se-lhe ao peito, dizia, fortemente emocionada: “Mãezinha! Mãezinha!”. (Obra citada, cap. IX, págs. 56 e 57)

21. As consequências do suicídio podem refletir-se em mais de uma existência corpórea?

Sim. Esse era o caso do menino Júlio, que se suicidara no século 19. Embora havendo reencarnado uma vez depois do suicídio, ele ainda sofria no corpo perispiritual os efeitos daquele ato. A fenda glótica, principalmente na região das cartilagens aritenoides, apresentava extensa chaga. Referindo-se à garganta ferida, Clarêncio explicou: "É pena. Júlio envolveu-se em compromissos graves. Desentendendo-se com alguns laços afetivos do caminho, no século passado, confiou-se a extrema revolta, aniquilando o veículo físico, que lhe fora emprestado por valiosa bênção". Para morrer, sorvera grande quantidade de corrosivo; salvo a tempo, sobreviveu à intoxicação, mas perdera a voz, em razão das úlceras que se lhe abriram na fenda glótica. Inconformado com o auxílio recebido dos amigos que o salvaram, ele buscou novamente a morte, arrojando-se num rio. Após sofrer muito na vida espiritual, reencarnou junto das almas com as quais se mantinha associado para a regeneração do passado. Infelizmente, porém – acrescentou o Ministro –, Júlio encontrava dificuldades naturais para recuperar-se e teria de lutar muito antes de incorporar-se a novo patrimônio físico. (Obra citada, cap. IX, pp. 58 a 60.)

22. Que acontece com os que não se acautelam contra os desvarios da inteligência?

Os que assim procedem e fazem da astúcia e da vaidade o clima em que respiram, insistindo na inércia do coração, abominando o sentimento elevado que interpretam por pieguismo e transformando a cabeça num laboratório de perversão dos valores da vida, caem sob o guante da morte com grande alívio dos contemporâneos e passam a receber-lhes as vibrações de repulsa. Tais criaturas são geralmente vítimas de si mesmas e sofrem os mais complicados desequilíbrios mentais. Depois de períodos mais ou menos longos de purgação, após a transição da morte, voltam à carne, necessitados de silêncio e solidão para se desvencilharem dos envoltórios inferiores em que se enredaram. (Obra citada, cap. X, pp. 61 e 62.)

23. Uma criança pode desencarnar antes do dia indicado para a sua libertação?

Segundo Clarêncio, sim. Diz ele que, em regra geral, multidões de criaturas cedo se afastam do veículo carnal, atendendo a serviços de socorro e sublimação, mas, em numerosas circunstâncias, a negligência e a irreflexão dos pais são responsáveis pelo fracasso dos filhos. Muitas solicitações de assistência, a benefício de pequeninos ameaçados de frustração, chegam com frequência aos protetores espirituais. Há mães que, por nutrirem pensamentos infelizes, envenenam o leite materno, comprometendo a estabilidade orgânica dos recém-natos; existem casais que, através de rixas incessantes, projetam raios magnéticos de natureza mortal sobre os filhinhos tenros, arruinando-lhes a saúde, e não é pequeno o número de mulheres invigilantes que confiam o lar a pessoas ainda animalizadas que, à cata de satisfações doentias, não se envergonham de ministrar hipnóticos a entezinhos frágeis, que reclamam desvelado carinho. (Obra citada, cap. X, pp. 62 a 64.)

24. A criança desencarnada retoma de imediato sua personalidade de adulto?

Em muitas ocasiões, é o que acontece. Segundo Blandina, quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva, assumindo o comando mental de si mesmo, adquire o poder de facilmente desprender-se das imposições da forma, superando as dificuldades da desencarnação prematura. Diz ela que muitos renascem na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após a desencarnação, a apresentação que lhes é costumeira. Para a grande maioria das crianças desencarnadas o caminho não é, contudo, o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno e são conduzidas pela Natureza, à maneira das criancinhas no colo materno. Não sabendo desatar os laços que as aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas, exigem tempo para se renovarem no justo desenvolvimento. É por isso que não podemos prescindir dos períodos de recuperação para quem se afasta do corpo denso, na fase infantil, uma vez que, depois do conflito biológico da reencarnação ou da desencarnação, para quantos se acham nos primeiros degraus da conquista de poder mental, o tempo deve funcionar como elemento indispensável de restauração. E a variação desse tempo dependerá da aplicação pessoal do aprendiz à aquisição de luz interior, através do próprio aprimoramento moral. (Obra citada, cap. X, pp. 64 e 65.)

 

 

Observação:

Para acessar a 2ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/10/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-2.html

 

  

 

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