O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
Parte 18
Continuamos o estudo metódico de “O
Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco
Kardequiano. Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado d’ O Livro dos Médiuns, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Livro dos Médiuns”.
Eis as questões de hoje:
137. Os Espíritos podem revelar-nos nossas vidas passadas?
Deus permite algumas vezes que elas nos sejam reveladas, se existir um
objetivo sério que o justifique. Se for para nossa edificação e instrução, as
revelações serão verdadeiras e, nesse caso, feitas quase sempre espontaneamente
e de modo inteiramente imprevisto. Ele, porém, não o permite nunca para
satisfação de vã curiosidade. (O Livro
dos Médiuns, item 290.)
138. Os Espíritos podem
descrever a natureza de seus sofrimentos ou de sua felicidade?
Perfeitamente, e as revelações desta espécie são um grande ensinamento
para todos nós, porquanto nos mostram a verdadeira natureza das penas e
recompensas futuras. Destruindo as falsas ideias que o homem formou a tal
respeito, elas tendem a reanimar a fé e a confiança na bondade de Deus. Os bons
Espíritos sentem-se felizes em descrever a felicidade dos eleitos; os maus
podem ser constrangidos a descrever seus sofrimentos, a fim de que o
arrependimento os ganhe. Nisso encontram, às vezes, até uma espécie de alívio:
é o desgraçado que se lamenta, na esperança de obter compaixão. (Obra citada,
item 292.)
139. Os Espíritos podem
ajudar-nos a descobrir tesouros?
Os Espíritos Superiores não se ocupam com essas coisas; mas os
zombeteiros frequentemente indicam tesouros que não existem, ou se comprazem em
apontá-los num lugar, quando eles se acham em lugar oposto. Isso tem a sua
utilidade, para mostrar que a verdadeira riqueza está no trabalho. Se a
Providência destina tesouros ocultos a alguém, esse os achará naturalmente; de
outra forma, não. (Obra citada, item 295.)
140. Podem os Espíritos
guiar os homens nas pesquisas científicas e nas descobertas?
A ciência é obra do gênio e só pelo trabalho deve ser adquirida, pois é
pelo trabalho que o homem se adianta no seu caminho. Que mérito teria ele se
não lhe fosse preciso mais do que interrogar os Espíritos para saber tudo? A
esse preço, qualquer pessoa poderia tornar-se sábia. O mesmo se dá com as
invenções e descobertas que interessam à indústria. Há ainda uma outra
consideração. É que cada coisa tem que vir a seu tempo e quando as ideias estão
maduras para a receber. Se o homem dispusesse desse poder, subverteria a ordem
das coisas, fazendo com que os frutos brotassem antes da estação própria. (Obra
citada, item 294, pergunta 28.)
141. O sábio e o
inventor, então, nunca são assistidos em suas pesquisas pelos Espíritos?
Claro que sim. Quando chega o tempo de uma descoberta, os Espíritos
encarregados de lhe dirigir a marcha procuram o homem capaz de a levar a efeito
e lhe inspiram as ideias necessárias, mas de maneira a lhe deixar todo o mérito
da obra, porquanto é preciso que o homem as elabore e ponha em execução. O
mesmo se dá com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. Os Espíritos
deixam cada homem na sua esfera. Daquele que só é apto a cavar a terra, não
farão depositário dos segredos de Deus; mas sabem tirar da obscuridade aquele
que seja capaz de lhes secundar os desígnios. (Obra citada, item 294, pergunta
29.)
142. Se uma pessoa, ao
morrer, deixou embaraçados seus negócios, pode-se pedir a seu Espírito que
ajude a desembaraçá-los?
Não podemos esquecer que a morte é a libertação dos cuidados terrenos. O
Espírito, ditoso com a liberdade de que goza, não vem de boa vontade retomar a
cadeia de que se livrou e ocupar-se com coisas que já não o interessam, apenas
para satisfazer a cupidez de seus herdeiros. Além disso, os embaraços em que às
vezes a morte de uma pessoa deixa seus herdeiros fazem parte das provas da
vida, e no poder de nenhum Espírito está a possibilidade de libertar-nos delas,
porque se acham compreendidas nos decretos de Deus. (Obra citada, item 291,
pergunta 20.)
143. Podem os Espíritos
dar conselhos relativos à saúde?
A saúde é uma condição necessária para o trabalho que se deve executar na
Terra, pelo que os Espíritos se ocupam de boa vontade com ela. Mas, como há
ignorantes e sábios entre eles, convém que, para isso, como para qualquer outra
coisa, ninguém se dirija ao primeiro que apareça. (Obra citada, item 293.)
144. Que confiança se
pode depositar nas descrições que os Espíritos fazem dos diferentes mundos?
Depende do grau de adiantamento real dos Espíritos que dão essas
descrições, pois devemos compreender que Espíritos vulgares são tão capazes de
nos informar a esse respeito quanto o é, entre nós, um ignorante de descrever
todos os países da Terra. Os bons Espíritos se comprazem em descrever-nos os
mundos que eles habitam, como ensino tendente a nos melhorar, induzindo-nos a
seguir o caminho que nos pode conduzir a esses mundos. Para verificar a
exatidão dessas descrições, o melhor meio reside na concordância que haja entre
elas. Deve-se ter em vista, porém, que semelhantes descrições têm por fim o
nosso melhoramento moral e que é, por conseguinte, sobre o estado moral dos
habitantes dos outros mundos que poderemos ser mais bem informados, e não sobre
o estado físico ou geológico de tais esferas. (Obra citada, item 296)
Observação: Para acessar a Parte 17 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/10/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_8.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário