O mundo precisa de entendimento, não de
guerras
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Já faz quase 12 anos que o mundo festejou a eleição, para presidente dos Estados Unidos, de Barack Obama, cuja ascensão ao importante cargo não constituiu novidade apenas pela cor de sua pele, mas por sua origem modesta, desvinculada dos grupos econômicos que tradicionalmente se revezam no comando daquela nação.
No
Brasil teremos em novembro eleições para escolha dos dirigentes de nossas
cidades e, mais uma vez, o tema ética na política tem sido lembrado,
dividindo-se os eleitores entre aqueles que entendem que a ética é fundamental
em qualquer assunto, especialmente no que diz respeito à escolha dos novos
governantes, ao lado dos que pensam de forma diferente.
Semelhante
questão poderia ser resolvida com facilidade com um raciocínio singelo.
Vamos
supor que devemos escolher o síndico de um edifício em que vivem 30 famílias. Um
dos candidatos já desviou recursos do condomínio em ocasião anterior. Despesas
por ele contabilizadas não eram reais. Obras por ele pagas tiveram o preço
adulterado. Ele, enfim, enriqueceu à custa do dinheiro dos condôminos.
Pergunta-se: Devemos escolhê-lo de novo? É atitude inteligente repetir uma experiência
negativa já vivenciada?
Ora,
o governante de uma cidade, de um estado-membro ou de uma nação é, em verdade,
alguém que, entre outras coisas, desempenha o papel de um síndico.
Se
ele não é honesto, se não dá nenhuma importância à ética, é claro que não serve
para o cargo e, evidentemente, não poderia nem mesmo ser candidato.
Em
estudo publicado no livro Obras Póstumas,
Kardec escreveu sobre as aristocracias e previu que o mundo chegaria um dia, na
escolha de seus governantes, a optar pela chamada aristocracia intelecto-moral,
em que, ao lado da ética, o candidato deve reunir também qualidades
intelectuais suficientes para bem desempenhar suas funções.
No
caso americano, a esperança que nos veio com a eleição de Barack Obama originou-se,
em parte, desse sentimento, ou seja, de que, dentre todas as hipóteses
formuladas pelos partidos, ele seria o administrador que mais se aproxima do
ideal antevisto por Kardec, não só no aspecto intelectual, mas especialmente no
aspecto moral.
Em
termos globais, considerando a turbulência que existe no mundo, o dirigente de
uma nação economicamente poderosa como os Estados Unidos precisa, mais do que
nunca, reunir as qualidades citadas no estudo a que nos referimos.
O
mundo em que vivemos, apesar de sua notória inferioridade moral, não pode mais
resolver seus problemas à força das armas.
Já
passou a hora de colocarmos em prática o lema dos revolucionários franceses – Liberdade, Igualdade, Fraternidade -,
mas para isso é necessário, como em todos os empreendimentos humanos, que os
dirigentes das nações entendam que a medida é, de fato, importante e decidam
dar o primeiro passo.
O
entendimento entre os povos, e não a guerra, é que resolverá de forma
definitiva os problemas do mundo.
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