Verdade,
caridade e fraternidade
JORGE LEITE DE
OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
No
dia 4 de outubro de 2020, o papa Francisco lançou nova encíclica intitulada Fratelli Tutti (todos irmãos). Nessa
data, foram escolhidos cem jovens, de diferentes crenças, para integrar o
Comitê da Fraternidade Humana.
Diversas
personalidades ecumênicas manifestaram sua grata satisfação nos comentários que
fizeram sobre o tema. Falou-se na busca da "harmonia individual e coletiva
em favor das leis universais", que não excluem ninguém. Condenaram-se as
perseguições por motivos étnicos e religiosos e foi lembrado que a pandemia atual
de coronavírus proporciona-nos a reorganização do nosso modo de vida.
Nas
palavras do cardeal Pietro Parolin, precisamos buscar a paz, combater a miséria
aguda e mudar o conceito do "é preciso" para o do "eu
preciso". Esse vigário do Cristo reforçou nosso dever de demonstrar
a supremacia do Evangelho de Jesus, pelo exemplo, sem distinção de religião,
sexo e raça. Dito isso, enalteceu a encíclica papal sobre a necessidade da
harmonia entre ciência e fé. Essa seria uma abertura sem precedentes entre os
seguidores de diferentes religiões e não religiosos.
Anna
Rowlands lembrou a Parábola do bom samaritano. E reforçou as orientações
da encíclica papal de que as religiões devem unir-se a serviço da fraternidade
no mundo e "procurar Deus com o coração sincero". Recordou, também,
que a mensagem papal é a de que todos somos irmãos e irmãs, ninguém fica
excluído. A fraternidade proposta por Francisco é a que envolve as pessoas de
diferentes crenças, mas também "os não crentes", a meu ver eufemismo
utilizado para evitar a pronúncia da palavra ateus.
Por
fim, o cardeal Miguel Angel reforçou a mensagem da encíclica papal sobre a
necessidade da "construção de sociedades mais saudáveis e justas",
"baseadas na benevolência e misericórdia". Não basta a tolerância,
disse, é preciso "convivência fraternal", repúdio a todo tipo de
violência, sem que para tal precisemos "renunciar à nossa própria
identidade".
Isso
nos faz evocar o conceito de caridade, segundo Jesus, contido na resposta à
questão 886 d'O Livro dos Espíritos: "Benevolência para com todos,
indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas". Ao que
Kardec comenta: "O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça,
pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que
desejaríamos que nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus:
Amai-vos uns aos outros como irmãos" (destaquei).
Como
previu Allan Kardec, inspirado pelo Espírito de Verdade, representante de Jesus
no advento do Espiritismo, tudo começa com a caridade. Tanto isso é verdade que
o Codificador do Espiritismo acrescentou à máxima "Fora da caridade não há
salvação" estoutra: "Fora da caridade não há verdadeiro
espírita", em mensagem aos espíritas de Lyon e Bordeaux, em suas viagens
pela Europa, publicadas pela Federação Espírita Brasileira, em 2005, na obra Viagens
espíritas em 1862 e outras viagens de Kardec. É o que lemos no capítulo
intitulado Discursos pronunciados nas reuniões gerais dos espíritas de Lyon
e Bordeaux, página 54.
Como
o verdadeiro espírita é igualmente discípulo do Cristo, também se pode dizer
que, sem a prática dos ensinamentos de Jesus, não há "verdadeiro
cristão" e muito menos fraternidade.
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