Olhai
as simples coisas da vida
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Quanta
falta nos faz a simplicidade diária! E isso não é por não existir, mas por tornar-se
invisível diante da confusão e dificuldade que criamos na vida. Valorizamos o
que não se deveria e nem observamos as portas para o céu. E os pássaros
continuam com o mesmo encanto e as flores, com a mesma formosura.
As
folhas secas não são mais vistas voando com a graça dourada do outono, nem os
raios de sol são sentidos entre as folhas das árvores no verão, também o
processo dos brotinhos para as vivas flores nem mais é percebido durante toda a
primavera e, no inverno, pouquíssimas memórias de infância são resgatadas de
quando alguém ‒ nossos avós ou pais ‒ nos abraçou apertado para nos esquentar
mais depressa.
Dificilmente
vejo alguém tomar sorvete na praça, pois qualquer ato assim é mais criticado
que compreendido, ainda mais, pelos workaholics
de plantão, ou seja, foi-nos embutido, de alguma maneira, que precisamos estar
sempre ocupados. Ledo engano. De fato, precisamos ter o coração mais alegre e
amoroso já que o nosso tesouro é somente o que carregamos em nós.
E por
deixarmos de observar a simplicidade dos dias, estamos mais doentes, infelizes,
ansiosos, depressivos e desestimulados, estamos sem a energia da vida, sem a
luz que Deus nos quer ver, mas completos das ilusões terrenas. Pobres de nós
por querermos viver de um jeito mais cinza que feliz.
Numa
manhã recente, presenciei algo que me fez sorrir e constatar, mais uma vez, que
precisamos de muito pouco para termos a leveza da felicidade. Era uma rua com
árvores frondosas e, de repente, um senhor idoso deu uma corridinha olhando
para o céu para ver o avião no alto e ficou alguns segundos observando-o e,
certamente, nesse breve tempo, o senhor, encantado, esqueceu-se dos problemas
terrenos, os quais, muito poucos, podemos resolver sozinhos. E o avião sumiu no
horizonte e o senhor seguiu o seu destino com ar de menino, com mais alegria do
que amargura.
Também,
nesses segundos, as simples coisas continuaram acontecendo com a sua própria singeleza
desejando o nosso aprendizado sobre a felicidade e mostrando-nos como é tão
melhor a vida mais humana que terrena.
Os
animais, as flores, as nuvens, os rios, o ar, a chuva, o sol, a lua, a natureza
não cansam de ensinar sobre a simplicidade que preenche o coração.
E, hoje
de manhã, comecei a olhar mais para as flores do que para as telas tecnológicas
e a pensar mais em tudo de bom que ocorre na simplicidade da vida.
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